Albert Uderzo (desenho)
ASA (Portugal, Junho de 2009 – 2ª edição)
220 x 296 mm, 32 p., cor, cartonado
Enquanto se aguarda pelo álbum de histórias curtas inéditas de Astérix que marcará os 50 anos do seu nascimento (em Outubro próximo), acaba de ser reeditado este título, que regista uma das raras “traições” do pequeno guerreiro gaulês à banda desenhada.
Lançado pela primeira vez em português no início da década de 90 e há muito esgotado, este texto ilustrado data de 1965 – dava Astérix os primeiros indícios de que poderia ser o enorme sucesso que hoje se conhece -, e foi publicado pela primeira vez na revista “Pilote”, num número dedicado ao período galo-romano.
Na sua origem, está a resposta a uma pergunta que, certamente, muitos fizeram ao longo dos tempos: como caiu Obélix no caldeirão do druida quando era pequeno, conseguindo assim a força sobre-humana que o distingue? A resposta é dada com o (reconhecido) humor contagiante e irresistível de Goscinny, num texto em que (já) demonstra algumas das características que o distinguiram: o recurso à repetição de situações (a alusão ao javali assado) ao longo da obra com um efeito cómico crescente, gags imaginativos e bem conseguidos (como a bem-humorada aritmética gaulesa), ou a criação de cumplicidades com o leitor através de referências ao imaginário da série (o medo que o céu lhes caia em cima da cabeça ou a aversão aos romanos). E em que é revelado que Astérix e Obélix, companheiros desde sempre, nasceram no mesmo dia.
E, acima de tudo, com muita ternura, que Uderzo, já um excelente desenhador, consegue transmitir e fazer-nos visualizar através das belas aguarelas que ilustram o texto e nos revelam os heróis de todos conhecidos como crianças pequenas, rechonchudas e traquinas.
(Versão revista do texto publicado originalmente a 15 de Agosto de 2009, na página de Livros do suplemento In’ da revista NS, distribuída aos sábados com o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias)
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