Wittek, Anna Bas Backer, Lucas Weidinger, Catarina Henriques, Fruzzie, António Vitorino, Vasco Câmara Pestana, Steffan Neville, Johanna Lonka, Pedro Rocha Nogueira, Adreas Alt, Plu!, Sónia Oliveira, Birgit Wheyhe, Titus Ackerman, Schmiko, Rautie, Matjaz Bertoncelj, Teresa Câmara Pestana, Axel Blotevogel, Álvaro e Sven Tauke (argumento e/ou desenho)
Teresa Câmara Pestana (Portugal, Julho de 2010)
210 x 297 mm, 100 p., pb, brochado, agrafado
Sou do tempo em que a edição de fanzines tinha muito de militante e em que não havia as facilidades gráficas e informáticas que hoje existem. Os textos eram batidos em máquina de escrever, os parágrafos recortados e montados em mesa de luz e as edições vendidas pelas ruas e cafés, em filas de cantinas universitárias ou nos festivais e salões.
Hoje, com os meios informáticos e a internet, muitos destes factores parecem obsoletos (e são-no com certeza) e até o aspecto militante quase desapareceu.
Quase porque, “na pequena vila da Lousã, Teresa Câmara Pestana resiste ainda e sempre às invasões” e se “a sua vida editorial não é nada fácil” continua a editar quem gosta, como gosta e ninguém tem nada com isso! Ou melhor, tem, porque há 500 exemplares para vender, para que uma nova edição possa conhecer a luz do dia.
Segundo número da nova vida do Gambuzine, este tomo – de capa rugosa, pesado, papel brilhante e negros bem impressos – se por um lado segue a linha editorial definida pela (também) autora, assente em obras pessoais e/ou experimentais, de autores marginais provenientes de vários pontos do mundo – com boas quotas de portugueses e de criadoras femininas - por outro surpreende face às duas linhas condutoras que aglutinam (quase) todas as bandas desenhadas publicadas.
Por um lado, este número consegue surpreender pelo humor patente em muitas das criações, alternativo e sujo, sim, mas mesmo assim humor – algo pouco usual nas publicações da TCP e mesmo neste tipo de registos – o que mais uma vez vem provar que os limites da criatividade – a qualquer nível – são os dos próprios autores.
Por outro lado, em consonância com a (triste) actualidade (que teima em manter-se actual) também a crise (ou os seus efeitos sobre pessoas comuns e/ou criadores) está presente em muitas das obras, com um sem número de registos e estilos, experiências e opções estéticas, que tornam o todo estimulante e convidam à descoberta.
Uma referência final para o destaque que tem neste número o alemão Wittek, com direito a entrevista e à publicação de várias bandas desenhadas.
Pode soar a nostalgia, mas a verdade é que (mais) edições assim fazem falta à BD nacional.
Contactos
Teresa Pestana
Apartado 67
3200-909 LOUSÃ
PORTUGAL
http://www.blogger.com/gambuzine@hotmail.com
http://www.gambuzine.com/
Teresa Câmara Pestana (Portugal, Julho de 2010)
210 x 297 mm, 100 p., pb, brochado, agrafado
Sou do tempo em que a edição de fanzines tinha muito de militante e em que não havia as facilidades gráficas e informáticas que hoje existem. Os textos eram batidos em máquina de escrever, os parágrafos recortados e montados em mesa de luz e as edições vendidas pelas ruas e cafés, em filas de cantinas universitárias ou nos festivais e salões.
Hoje, com os meios informáticos e a internet, muitos destes factores parecem obsoletos (e são-no com certeza) e até o aspecto militante quase desapareceu.
Quase porque, “na pequena vila da Lousã, Teresa Câmara Pestana resiste ainda e sempre às invasões” e se “a sua vida editorial não é nada fácil” continua a editar quem gosta, como gosta e ninguém tem nada com isso! Ou melhor, tem, porque há 500 exemplares para vender, para que uma nova edição possa conhecer a luz do dia.
Segundo número da nova vida do Gambuzine, este tomo – de capa rugosa, pesado, papel brilhante e negros bem impressos – se por um lado segue a linha editorial definida pela (também) autora, assente em obras pessoais e/ou experimentais, de autores marginais provenientes de vários pontos do mundo – com boas quotas de portugueses e de criadoras femininas - por outro surpreende face às duas linhas condutoras que aglutinam (quase) todas as bandas desenhadas publicadas.
Por um lado, este número consegue surpreender pelo humor patente em muitas das criações, alternativo e sujo, sim, mas mesmo assim humor – algo pouco usual nas publicações da TCP e mesmo neste tipo de registos – o que mais uma vez vem provar que os limites da criatividade – a qualquer nível – são os dos próprios autores.
Por outro lado, em consonância com a (triste) actualidade (que teima em manter-se actual) também a crise (ou os seus efeitos sobre pessoas comuns e/ou criadores) está presente em muitas das obras, com um sem número de registos e estilos, experiências e opções estéticas, que tornam o todo estimulante e convidam à descoberta.
Uma referência final para o destaque que tem neste número o alemão Wittek, com direito a entrevista e à publicação de várias bandas desenhadas.
Pode soar a nostalgia, mas a verdade é que (mais) edições assim fazem falta à BD nacional.
Contactos
Teresa Pestana
Apartado 67
3200-909 LOUSÃ
PORTUGAL
http://www.blogger.com/gambuzine@hotmail.com
http://www.gambuzine.com/
olá pedro fico contente com a divulgacäo, mas como a brincadeira se tornou anual o novo número virá quando a primavera despontar os seus cornitos.
ResponderEliminaressa do humor tem pano para mangas, de um lado a bd que se pretende séria, madura inovadora e etc tem medo do humor, como se ele pudesse contaminar essa pretendida seriedade, por outra (e aí eu sou suspeita porque me rio de coisas que fazem chorar muita gente) penso que o gambuzine sempre teve desde o primeiro minuto de existencia carradas de humor negro, neste número talvez tenha uns humores mais leves, mas a bd da festa do partido alemäo do pogo é suja verdadeira e hilariante, esse partido existia mesmo,mas desmembraram-se por falta de organizacäo (mais risota) se quiseres posso arranjar-te videos sobre a balcanizacäo da europa (sériamente tolos)
näo é nostalgia nenhuma, o fanzinato nunca foi täo bom como agora, e se num país como este näo se pode nem sonhar com público para revistas, mais vale fazer as coisas assim, com alma e a tripa toda (claro que näo seria possivel sem as belas colaboracöes de todo o lado)
ah e mais uma coisa; o e-mail gambuzine@hotmail deu o peido mestre,agora usa-se
tcamarapest@gmail.com ou contactar via site
a luta continua
ah , os autores do gambuzine näo säo todos marginais;
ResponderEliminara maioria deles säo estrelas nos seus países de origem e com imensa obra editada, birgit weyhe por exemplo;teve muito sucesso com os seus dois livros editados recentemente por anke feuchtemberger que é uma referencia mundial da nova bd desde os finais de 80, o wittek é um anarquista com uma personalidade muito curiosa,alérgico a estrelismos que trabalha como carteiro, mas faz tiras para der spiegel, publicacäo que dispensa apresentacoes e tem trabalho publicado em várias editoras, e faz de colorista para 2 em algumas grandes obras da bd germanica, tittus gere com 2 compinchas moga mobo onde distribuem por berlim e por lojas de bd de todo o país (deles) bds gratuitas com grande qualidade ( onde no ultimo número saiu a sónia oliveira )e etc etc
pode-se dizer sem sombra de dúvida q os amadores no gambuzine se contam pelos dedos,e isso tambem é assim desde o primeiro número. gambuzine como fanzine que é tem de ser marginal mas é exigente: gostando de gore, realismo social, humor negro e podridäo a rodos näo publico brejeirices nem histórias que eu considere parvas,racistas ou sexistas, e näo publico bds exclusivamente para rapazes (que em portugal é uma avalanche doentia e é preciso equilibrar a coisa) assim como näo publico bds exclusivamente para raparigas (coisa enfadonha)