17/10/2011

Poulain mon ami

Derib (argumento e desenho)Le Lombard (França, 21 de Outubro de 2011)
240 x 320 mm, 48 p., cor, cartonado
14,79 €

Resumo
Trabalho publicitário feito nos anos 80, por Derib, a pedido de um amigo, para os chocolates Poulain, este álbum conta a história de Antoine e do pequeno potro Poulain. Após a venda da mãe deste último, devido às dificuldades financeiras do pai de Antoine, o pequeno cavalo deixa de comer e brincar, decidindo o seu jovem amigo partir com ele para o reunir à progenitora.

Desenvolvimento
Como o resumo deixa antever, esta é apenas (e perceba-se este “apenas” entre aspas porque simplicidade não tem forçosamente de ser sinónimo de menor qualidade ou interesse) uma bela fábula sobre a força da amizade, no caso entre um adolescente e o seu cavalo, criado por Derib numa época “em que tinha um cavalo e montava todos os dias”.
Apesar disso – e de ser de alguma forma uma encomenda – a história, especialmente vocacionada para os mais novos, embora directa e linear e do seu tom algo ingénuo, lê-se bem, de uma assentada, permitindo o pouco texto existente que os olhos se demorem mais nas vinhetas e na natureza que Derib (tão bem) representa.
Publicada inicialmente sob a forma de quatro pequenos livros à italiana - “Couleur Chocolat”, “Le Grand départ”, “La rencontre” e “Le plus beau jour”, que se podiam encontrar junto com os chocolates que promoviam e cuja presença no relato é discreta e anónima – o que não implica qualquer tipo de quebra no relato, nela já se encontram as características basilares da obra do autor suíço: os valores humanistas (que fizeram de Buddy Longway um notável western), com a amizade (que move montanhas ou, pelo menos, ajuda a atravessá-las…) em primeiro plano, o seu amor pelos animais, a sua paixão pelos cavalos, o gosto pela natureza, pelo ar puro e pelos grandes espaços abertos.
E também o grafismo que o distinguiu, baseado numa planificação dinâmica, muitas vezes feita da inserção de vinhetas menores noutras de tamanho superior, e num desenho realista credível e vivo, próximo do que utilizava na época em Buddy Longway.
E é com ele que traça a viagem, de alguma forma iniciática, em que a forte ligação entre os dois protagonistas lhes vai permitir ultrapassar os diversos obstáculos (que a natureza lhes apresenta), e que leva Antoine e Poulain, para fora do seu ambiente, através da montanha, até ao seu destino, com direito a um ou outro toque de humor e a uma descoberta feliz que permite concretizar os seus sonhos. E que, uma vez terminada a leitura, deixa o sabor – nostálgico… - daquela magia que (em tempos idos) afirma(va) que tudo é possível e na qual os (pequenos) leitores) acredita(va)m…

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