17/01/2012

Bruno Brazil e Luc Orient surgiram há 45 anos


Há 45 anos, a revista Tintin belga estreava dois heróis de banda desenhada que os leitores portugueses viriam a conhecer bem: Luc Orient e Bruno Brazil.
Em comum, para além da data e local de estreia, tinham o mesmo argumentista, Greg, um dos mais prolíferos escritores da BD franco-belga, que ao longo da sua carreira assinou mais de 350 álbuns, que no caso de Bruno Brazil utilizava o pseudónimo de Louis Albert. 

Luc Orient

Nas primeiras aventuras, o sábio e atlético Luc Orient – cuja trama base evocava o clássico Flash Gordon – em conjunto com o professor Kala e a bela Lora, enfrentava a ameaça dos naturais do planeta Terango. Depois, o trio deparou-se com diversos fenómenos paranormais que foi resolvendo ao longo de 18 álbuns, publicados até 1994.
Para o desenvolvimento desta série de ficção-científica, algo raro na revista Tintin, Greg trabalhou com Eddy Paape, que adoptou um desenho realista, progressivamente servido por cores contrastantes e enquadramentos mais dinâmicos, com o qual retratou os mundos exóticos que Luc Orient visitou.



Bruno Brazil

Quanto a Bruno Brazil, de cabelo prematuramente branco e sempre elegante, era o responsável pela inusitada Brigada Caimão, composta por Whip Rafale, Big Boy Lafayette, Texas Bronco, Gaúcho Morales e Billy Brazil, uma unidade especial norte-americana encarregada de casos complexos, quer se tratasse da máfia, traficantes ou terroristas.
O desenho estava entregue a William Vance, que soube equilibrar um traço realista algo rígido, com alguns enquadramentos mais espectaculares que realçavam as muitas cenas de acção. Desenvolvida ao longo de 11 álbuns, esta foi uma série que marcou gerações de leitores, pela morte de alguns dos seus protagonistas, algo nada habitual na banda desenhada franco-belga de aventuras.


Luc Orient e Bruno Brazil partilham pelo menos mais dois aspectos em comum: o facto de a morte de Greg, em 1999, ter deixado incompletos novos episódios dos dois heróis, e a divulgação das aventuras de ambos em Portugal ter sido feita no Tintin português – Bruno Brazil estreou-se em 1968 e Luc Orient em 1969 - e, parcialmente, em álbum, pela Bertrand.
No ano passado, a colecção Clássicos da Revista Tintin (e Público/ASA), dedicou um dos seus volumes a Luc Orient.


5 comentários:

  1. Bons tempos em que, ainda residente em Angola, lia no "Tintin" - embora com seis meses de atraso - as aventuras destes (e de outros) heróis franco-belgas... Que continuam bem vivos, graças às magníficas reedições cronológicas da Lombard e da Dupuis (que, por vezes, aparecem na Fnac).
    Jorge Magalhães

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    1. Olá de novo caro Jorge Magalhães,
      Confesso que não segui a revista Tintin, embora a tenha lido quase toda emprestada - já encadernada - por alguns amigos.
      Agora, quanto às reedições francófonas destas e de outras séries, elas são verdadeireamente magníficas... e irresistíveis!
      Boas leituras... dos heróis da revista Tintin!

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  2. 2 personagens que fizeram parte entre muitas outras da minha iniciação à BD através a revista Tintin. Hoje dificilmente teriam o mesmo sucesso que tiveram na altura (O Bruno Brazil talvez).

    Gostei deste post e de rever algumas dessas capas que passaram pelas minhas mãos e que entretanto se perderam.

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  3. Olá Paulo Azevedo,
    Ainda bem que evoquei boas memórias!
    Já foi há muitos anos que os dois apareceream e entretanto a banda desenhada - como tudo o mais - evoluiu. Ambos poderiam ter o seu lugar hoje, embora com diferenças significativas. Um argumentista como o Greg, se escrevesse hoje, saberia dar aos seus (muitos) heróis a roupagem mais adequada.
    Boas leituras... retro!

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  4. Carlos Barros27/9/22 03:05

    Apreciei muito a sua análise de "Bruno Brazil", foi um dos personagens da saudosa revista "Tintin" a iniciar-me no imenso universo da BD; hoje, teria o mesmo sucesso? É uma questão interessante, para mim continua a ser um ícone da BD franco-belga e não só!

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