07/02/2012

Michel Vaillant: 55 anos a alta velocidade




Se BD e realidade se encontram muitas vezes, Michel Vaillant é um caso paradigmático: o herói criado por Jean Graton há 55 anos, tem defrontado na Fórmula 1, stock cars, ralis e até karts alguns dos maiores pilotos da competição automóvel. 

Na verdade, desde que surgiu no nº 433 da revista francesa Tintin, a 7 de Fevereiro de 1957, em “O Grande Desafio”, o piloto de queixo quadrado já teve como adversários nomes como Juan Fangio, Graham Hill, Niki Lauda, Ayrton Senna, Michael Schumacher ou mesmo o português Pedro Lamy (em “A Prova”).

A sua ligação com Portugal , no entanto, não se fica por aqui, pois Michel Vaillant encontrou-se com Alfredo César Torres e correu entre nós “Rali em Portugal” (“Cinq filles dans la course” na versão original), tendo voltado à capital portuguesa em “O Homem de Lisboa”, numa intriga sobre espionagem industrial.

Estreado no nosso país pelo Cavaleiro Andante, no nº 357, de 1 de Novembro de 1958, como Miguel Gusmão (!), o piloto automóvel correria também no Zorro, Falcão, Bip-Bip, Jornal da BD e Selecções BD, entre várias outras, tendo sido um dos heróis mais populares da revista Tintin devido à temática automóvel que sempre lhe granjeou leitores fora do círculo restrito da BD, o que justifica terem sido editados em álbum cerca de meia centena das suas aventuras, pela Ibís, Bertrand, Círculo de Leitores, Distri Editora, Meribérica, ASA e em colecções do Correio da Manhã e da AutoSport.

Ao longo delas, Michel Vaillant, um piloto leal e corajoso, proveniente de uma família de construtores automóveis, construiu um palmarés invejável, onde se contam os mais variados títulos, obtidos à custa de muito esforço e diversas derrotas. As histórias, por vezes com um toque de mistério, desenvolvem-se entre o forte núcleo familiar, tutelado pela figura paterna e onde se conta o irmão Jean-Pierre e a mulher Françoise, as prestações na pista e os relacionamentos humanos – nem sempre fáceis - com aqueles que lhe são próximos ou que tem de defrontar. Entre eles conta-se o facilmente irritável norte-americano Steve Warsom e a sua namorada Julie Wood (que nasceu na BD como protagonista autónoma de corridas de motocross, antes de se juntar ao team Vaillant).



Com um estilo personalizado peculiar – as suas pranchas são (re)conhecidas pelas muitas onomatopeias de motores automóveis - Jean Graton, que inicialmente trabalhava a solo, rapidamente formou um estúdio para o auxiliar, onde actualmente conta com o filho Phillipe, responsável pelos argumentos de parte dos dossiers sobre pilotos reais e das 70 aventuras já desenhadas.

Baseadas nelas foi criada uma série televisiva (1967), outra animada (1992) e um filme (2003), realizado por Luc Besson, com Sagamore Stévenin e Peter Youngblood Hills, parcialmente filmado durante as 24 Horas de Le Mans. Em 1997 os correios belgas dedicaram-lhe um selo e um mini-álbum com três histórias curtas.

Em Portugal, onde em 1992 a Panini lançou uma colecção de cromos baseada na série animada, actualmente está disponível nos quiosques a colecção Os automóveis deMichel Vaillant , da Planeta DeAgostini, constituída por 24 miniaturas à escala 1/43 dos veículos que ele já pilotou ou defrontou, havendo mais seis miniaturas para os assinantes desta colecção.


4 comentários:

  1. Grande artigo. Uma verdadeira paixão pela BD. Parabéns.

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  2. Olá Paulo S.:
    Obrigado pela visita e pelas suas palavras.
    A paixão existe e está cada vez mais forte!
    Boas leituras!

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  3. Personagem bem sem sal nem na Serie Animada o gramava.

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    1. Olá Optimus!
      Eu também nunca fui grande fã do Michel Vaillant. Talvez por nunca ter apreciado especialmente o desporto automóvel. Mas sei de muitos aficcionados de carros e motas que o liam por isso...
      Boas leituras... bem condimentadas!

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