21/08/2012

Thor – Dioses Errantes









Colecção Marvel Deluxe
J. Michael Straczynski (argumento)
Olivier Coipel (desenho)
Mark Morales (arte-final)
Laura Martin (cor)
Panini (Espanha, Julho de 2012)
260 x 170 mm, 160 p., cor, cartonado
16,00 €


Resumo
Após o Ragnarök (o fim dos tempos para Asgard), Thor foi dado como morto.
“Dioses Errantes”, que compila os primeiros 6 números da revista Thor de 2007, narra a sua saída do limbo no qual estava perdido, a reconstrução do reino de Asgard e a procura dos antigos deuses, seus companheiros, num mundo entretanto transformado pela Guerra Civil que opôs super-heróis.

Desenvolvimento
Se em tempos as coisas eram diferentes, no actual universo Marvel há que aceitar que se existe algo definido é que nada é definitivo, especialmente a morte.
Por isso, não deve surpreender que desta vez caiba a Thor regressar ao mundo dos mortais, retomando o seu lugar – lutando por ele, mais exactamente.
Retomando a identidade secreta de Donald Blake, após reconstruir Asgard, primeiro em território dos EUA, depois a dois metros acima do seu solo (!), enceta uma busca – em parte de si próprio – pelos seus antigos companheiros, aprisionados nos corpos de simples mortais.
Fábula sobre o poder da força de vontade, “Dioses Errantes”, apesar de alguns desequilíbrios especificados mais abaixo, uma vez aceite o pressuposto de partida, revela-se uma boa história de super-heróis, concebida com mestria por Straczynski e bem narrada em imagens por Coipel, merecendo destaque a composição das páginas e o reforço da importância de alguns momentos pelo uso de vinhetas sobrepostas ou mesmo de página única de grande impacto e beleza estética.
Entre os diversos momentos, três destacam-se particularmente: o combate inicial que permite a Thor voltar à Terra, o seu confronto com o Homem de Ferro e, especialmente, a sua conversa com o sobrevivente de um furacão, na qual é posta em causa a forma de actuação e aimportância dos super-heróis em geral e de Thor em particular.
No final, uma vez Asgard reconstruída e povoada pelos seus antigos habitantes, Thor esgotado pelo esforço, cai como morto…
… com a certeza de que, reforçando o que no início escrevi, certamente ressuscitará de novo no início do próximo tomo!

A reter
- O modo simples, coerente e completo como Straczynski consegue “ressuscitar” Thor. Desde que se aceite o facto em si...
- A sátira inerente à forma “burocrática” como o Homem de Ferro (após ter sido derrotado pelo deus do trovão) resolve (temporariamente…) a contenda entre eles, ou melhor, entre Asgard e os Estados Unidos da América.
- A técnica narrativa de Coipel.
- A boa qualidade (mais uma vez) da edição da Panini espanhola, com bom papel, capa cartonada, leta introdução de Raimon Fonseca e a reprodução de algumas capas alternativas como extra.

Menos conseguido
- O ridículo da reconstrução de Asgard a 2 metros acima do solo dos EUA.
- A forma caricatural como esta questão é tratada entre Thor e os agentes da guarda nacional, porque surge deslocado do tom geral do relato.
- Os desequilíbrios do traço de Coipel, oscilando entre o semi-caricatural e o híper-realista, o que não invalida a excelente qualidade de qualquer destes registos – nem o modo como ele o adapta a todos os momentos e da acção.

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