11/10/2012

Punisher – El Invierno muerto


 

 

 
Greg Rucka (argumento)
Marco Checchetto, Matthew Clark, Mathew Southworth, Michael Lark, Mirko Colak e Max Fiumara (desenho)
Stefano Gaudiano (cor)
Panini Comics (Espanha, Setembro de 2012)
175 x 265 mm, 216 p, cor, brochado com badanas
19,95 €

 

Resumo
Compilação dos comics originais norte-americanos “Punisher” v7, 1-9 e “Spider-Island: I Love New York City”, narra uma espiral de violência na sequência de um massacre ocorrido durante um casamento.
 
Desenvolvimento
Escreve Javier M. Clemente na sua introdução, citando o argumentista Greg Rucka: “[com Punisher] não estamos perante uma personagem complexa (…) mas sim face a um conceito belo na sua formulação básica: o objectivo de Frank Castle é eliminar criminosos e tudo quanto faz tem esse propósito”.
Por isso, em Punisher, mais do que em qualquer outra série da Marvel – e convém recordar que esta foi uma criação apontada aos leitores adultos - a violência é gratuita e imperiosa e está presente em inúmeras sequências.
Por isso, de novo, não surpreende que este tomo abra com uma longa sequência muda – apesar do barulho ensurdecedor dos tiros e dos gritos que ecoam na mente do leitor – que descreve um massacre durante um casamento, com tanto de horrível quanto de inexplicável, que servirá de pretexto ao Punisher para mais uma cruzada vingativa contra o submundo do crime.
Depois, bem, depois o relato segue num crescendo de violência, com Punisher a perseguir e executar os responsáveis pelo crime inicial – apenas parcialmente explicado, o que se revela secundário no desenrolar da trama – e todos aqueles que, de seguida, de alguma forma, lhe estão minimamente ligados, numa orgia de sangue e morte.
A predominância de tons sombrios e carregados – mesmo numa cena passada na neve! - e o traço algo agreste que resiste, sem grandes oscilações, às sucessivas mudanças de desenhador, contribuem também para acentuar o tom duro e violento.
O que acaba por subvalorizar um aspecto que poderia ser interessante, o questionar da actuação de Frank Castle – deve-se fazer justiça pelas próprias mãos? – de alguma forma feito, a dois tempos, pela investigação jornalística de Norah, por um lado, e da policia, por outro, com os dois detectives com opinião diferente sobre este tema.
As tentativas de eliminar Castle e o aparecimento de um outro vingador de identidade desconhecida, são outros elementos que consolidam uma história aconselhável a leitores de que gostem de emoções fortes.
 
A reter
- O conceito – incómodo mas cada vez mais “justificável”? – por detrás de Frank Castle/Punhisher.
- O tom de policial negro, duro e violento, que Rucka imprime à narrativa.
 
Menos conseguido
- As diferenças físicas entre o Abutre do comic – praticamente a única presença relevante do universo de super-heróis neste policial negro – e a sua representação na capa do comic-book #3.
- A ligação - forçada - nas páginas finais, ao arco Spider-Island.

 

 

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