22/11/2012

Polvo: 15 anos de quadradinhos














Em 1997, eram criadas em Portugal as Edições Polvo que, 15 anos mais tarde contam no seu catálogo quase uma centena de títulos, a maioria dos quais de banda desenhada de autores portugueses.
Aliás, esse foi um dos propósitos da editora quando surgiu, explica Rui Brito, o seu actual responsável: pois “na altura praticamente não havia publicação de novos autores nacionais”. Por isso, “o primeiro livro editado foi o "Época morta & (À Suivre)", de José Carlos Fernandes, logo seguido de "Loverboy, o rebelde", de Marte e João Fazenda”.
Fundada por Rui Brito, Jorge Deodato e Pedro Brito, a estrutura manteve-se até 2005, quando passou a “Polvo, uma chancela de Rui Brito, edições”. E se no seu catálogo há “espaço para o infantil, para a poesia, para os contos e para o ensaio (…) cerca de 85% das edições são de banda desenhada”, possuindo a Polvo actualmente um dos maiores catálogos nacionais do género.
A par de Miguel Rocha, Filipe Abranches, Paulo Monteiro, Rui Lacas, Sergei, Geral e Derradé, Pedro Brito, João Fazenda, André Carrilho, José Carlos Fernandes, André Carrilho, Rui Ricardo e Paulo Patrício, Ricardo Blanco, Richard Câmara, Carlos Rico, Horácio e de alguns autores mais alternativos, a Polvo publicou também obras de grandes nomes da BD europeia, como Baru, Tardi, David B. ou Sfar, bem como a primeira edição lusa de “Persépolis”, da iraniana Marjane Satrapi.
Entre os lançamentos mais recentes estão “Três Sombras”, de Cyril Pedrosa (que esteve no recente AmadoraBD e é autor também do multipremiado “Portugal”), uma obra que aborda de forma poética e metafórica a morte por doença de um filho na infância, “Han Solo”, de Rui Lacas e “Há piores 2 - Ainda mais profundo", de Geral e Derradé.
A Polvo desde sempre tentou associar as suas edições à vinda de autores ao nosso país (a eventos como o Salão de BD do Porto, o Salão Lisboa de Ilustração e BD ou o AmadoraBD) e apostou no intercâmbio de edições com estruturas semelhantes de outros países. Dessa forma, alguns dos seus principais títulos “foram (ou estão em vias de ser) editados noutras línguas: "A vida numa colher  - Beterraba", de Miguel Rocha, em Espanha e França; "Tu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos", de Pedro Brito e João Fazenda (França, Polónia e Itália); "O amor infinito que te tenho", de Paulo Monteiro (Reino Unido, Irlanda, Espanha, França, Roménia e Brasil); "Yaylalar", de Alain Corbel (França); "4 Peças para Octávio Framboa", de Alain Corbel (França)”.
Num mercado pequeno e com limitações, a Polvo tem best-sellers, que atingiram as quatro edições. Um deles é "As mulheres não gostam de foder", de Alvarez Rabo, “devido à mediatização televisiva de uma tentativa de censura que ocorreu numa livraria em Viseu” e o outro é “Tu és a mulher da minha vida, ela a mulher dos meus sonhos”, de Pedro Brito e João Fazenda.
Para além destes, “vários outros títulos alcançaram a 2.ª edição”, o mais recente dos quais “O amor infinito que te tenho”, de Paulo Monteiro, distinguido como o Melhor Álbum Nacional de 2010 pelos Prémios Nacionais de BD e pelos Troféus Central Comics.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 18 de Novembro de 2012)




2 comentários:

  1. Longa vida à Polvo e muitos parabéns.
    Gosto muito do catálogo destes senhores.

    Abraço

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    1. Olá Loot,
      Sim parabéns e longa vida!
      Boas leituras... de edições Polvo!

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