09/11/2012

Valérian e Laureline, 45 anos














Há 45 anos, a a revista francesa Pilote apre-sentava no nº 420, datado de 9 de Novembro de 1967,  um novo herói de BD, o agente-espácio tem-poral Valérian.
Em “Maus sonhos”, numa ida ao passado, mais concretamente à Idade Média, encontraria a bela Laureline com quem viria a formar um dos mais emblemáticos casais dos quadradinhos.Depois deste início algo ingénuo e num estilo demasiado caricatural, o verdadeiro arranque surgiria no ano seguinte com “A cidade das águas movediças”, em que uma explosão de bombas de hidrogénio provoca a inundação de quase todas as zonas habitadas da Terra de 1986, para onde o casal foi enviado em perseguição de um criminoso, às ordens de Galaxity uma metrópole do futuro que um cataclismo haveria de fazer desaparecer, deixando os dois perdidos no tempo e no espaço.
Progressivamente, Laureline, distante dos retratos estereotipados que tantas vezes a BD apresentou das mu-lheres, através da sua inteligência, capaci-dade de iniciativa e atributos físicos viria a assumir um papel preponderante, relegando muitas vezes Valérian para um plano secundário na série.
Os seus criadores eram Pierre Chritin (que então assinava Linus) e Jean-Claude Mezières, amigos desde a adolescência, que ao longo de quatro décadas e mais de duas dezenas de álbuns, tendo por base valores como o pacifismo, o feminismo ou a igualdade racial e cultural, desenvolveriam um dos mais originais universos que a banda desenhada já conheceu, levando os seus heróis a percorrer o espaço sideral e a visitar planetas fantásticos e maravilhosos, povoados de seres fascinantes e bizarros, revelados pelo traço barroco mas muito eficaz de Mezières. E mais tarde compilados num curioso “Os Habitantes do Céu - O Atlas Cósmico de Valérian e Laureline”
Estreadas em Portugal na revista Tintin, a 30 de Janeiro de 1971, as aventuras de Valérian e Laureline, que também passaram pelo Jornal da BD, a Flecha 2000 e o Público Júnior, estão integralmente editadas em álbum entre nós, divididas pelos catálogos da Meribérica/Líber e da ASA, com excepção da aventura inicial, apenas publicada na revista Selecções BD, em 1990.

(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 9 de Novembro de 2012)


6 comentários:

  1. Fiquei deveras curioso em ler está Historia!

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  2. Caro Eliel,
    Pode ter a certeza que vale bem a pena (re)descobrir as aventuras espácio-temporais de Valérian!
    Boas leituras!

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  3. Alexandre Gil9/11/12 23:03

    Faltou a quase obrigatória referência ao facto de ter sido esta série que inspirou o filme "contacto".

    Diria que mais do que tudo esta série coloca qualquer leitor a sonhar e a pensar no conceito Utopia.

    Enfim, sem dúvida uma das leituras obrigatórias para qualquer amante da escola franco-belga.

    Sempre óptimas escolhas Pedro!

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    1. Olá Alexandre,
      Ficou de fora essa referência e muitas outras. porque Valérian dá pano para mangas.
      Desta vez a opção foi apenas uma evocação ligeira, até porque a data não é tão redonda quanto isso!
      Eu aproveitei-a para relembrar os primeiros tomos da série e valeu bem a pena!
      Boas (re)leituras de Valérian!

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  4. Jorge Fernandes11/11/12 10:03

    Valérian é uma excelente série, que vale a pena descobrir, ou reler, para quem já conhece!

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    1. Caro Jorge Fernandes,
      Assino por baixo!
      Boas leituras!

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