12/04/2013

Zitz #17 – Estar Morto é o Contrário de Estar Vivo











Jerry Scott (argumento)
Jim Borgman (desenho)
Gradiva
Portugal, Março de 2013
210 x 220 mmm, 128 p.,
pb e cor, capa brochada
14,50 €



É sabido: Zits é uma (muito boa) tira diária de imprensa, sobre o relacionamento de Jeremy, o protagonista, com os pais e os amigos.
E entre o retrato de uma nova geração unida entre si e nas dificuldades de adaptação a um mundo, que simultaneamente anseiam e temem, e na incompreensão das gerações anteriores, que não acompanharam os progressos que se fazem a um ritmo acelerado, faz-se muito do seu (bom) humor, que tem ainda, como componente fundamental, as metáforas visuais recorrentes, que mostram ao leitor os exageros orais que fazem parte do nosso quotidiano.


Mas não é essa a perspectiva que me leva a trazer aqui Zits hoje.
Quero desafiar quem (me) lê (e a) Zits a apreciar a tira como um longo documentário sobre moda, modas e tendências – por exemplo, quanto contribuiu The Walking Dead para a presença de zombies na capa e em algumas tiras deste volume? - e também como um espelho das mudanças que a sociedade norte-americana – e também a ocidental – sofreu ao longo dos 15 anos que esta BD já conta.


Como o telefone com fios se transformou em telemóvel de última geração, como a inovadora internet, invadiu completamente a vida dos adolescentes (e não só), através do Facebook, Twitter e muito mais, como os pesados computadores iniciais viraram portáteis e tablets, como termos como GPS, SMS e outros se tornaram usuais no nosso quotidiano…
E como, apesar disso, (quase) nada mudou: se Jeremy envelheceu dois ou três anos, mantém o quarto desarrumado, passou do namoro sonhado para uma relação (relativamente) estável com Sarah e até já foi apresentado ao pai dela, manteve as amizades, continua a passar muito tempo dentro da velha carrinha Volkswagen mas agora já a conduz… E continua a não conseguir trocar mais de meia dúzia de monossílabos com os pais e a ser um espelho híper-divertido dos adolescentes que nos rodeiam – pelo menos enquanto não crescem dentro das nossas casas!



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