18/06/2013

Léonard #44: Tour de Génie











De Groot (argumento)
Turk (desenho)
Le Lombard
França, 14 de Junho de 2013
222 x 295 mm, 48 p., cor, cartonado
10,60 €


Introdução
“Léonard”, que se estreou em Outubro de 1975, no número inaugural do “Achille Talon Magazine”, é uma série humorística ambientada na Idade Média.
Como (vago) ponto de partida tem o célebre Leonardo da Vinci e o seu génio inventivo, para originar gags atrás de gags que têm como mote os inventos anacrónicos do génio de serviço que empresta o seu nome a esta criação franco-belga.
Ao seu lado, numa galeria extremamente limitada, está o seu discípulo, simultaneamente ajudante (para o serviço pesado ou arriscado) e cobaia. Como personagens acessórios, surgem um gato e um rato, entretidos um com o outro em zonas menos nobres das vinhetas e, pontualmente, com intervenção directa na narrativa.
Em Portugal a Meribérica/Líber editou três álbuns da série - "Afinal o que é isso" (tomo 5), “Génio a tempo inteiro” (tomo 5) e “Génio Civilizado” (tomo 9) - no início da década de 1980.

Resumo
“Tour de Génie” é o 44.º álbum com o relato dos desastres provocados por Léonard e pelas suas invenções e é também o “álbum oficial” da 100.ª Volta à França em bicicleta, que terá lugar entre 29 de Junho e 21 de Julho próximos, pois nele é narrado como o génio de serviço inventou aquela famosa prova ciclística.

Desenvolvimento
Léonard, como muitas outras séries humorísticas, explana todo o seu potencial na BD curta – geralmente apenas 1 ou 2 pranchas. De estrutura muito simples, começa geralmente com o difícil acordar do discípulo (preguiçoso) pelo génio (impaciente), prossegue com os acidentes que aquele sofre durante a concretização da invenção e culmina com o desfecho que explora a descoberta do invento pelo leitor, a forma como ele funciona (ou muitas vezes não) ou a forma como ele é aplicado.
Essa regularidade narrativa, permite criar laços com o leitor e tem (deveria ter) como local ideal de publicação a revista onde a periodicidade (semanal?) mais facilmente permite apreciar o humor das situações, sem a sensação de repetição que a leitura intensiva destes gags em álbum (pode) provoca(r).
“Tour de Génie”, foge um pouco ao esquema, pois abre com uma narrativa longa de 32 páginas que descreve a invenção da Volta à França em bicicleta. Apesar disso, narrativamente, não foge muito ao habitual, assumindo características de um conjunto de gags unidos pela mesma temática.
Com o humor habitual, centrado num tema específico – que aos franceses diz bastante o que garantirá certamente boas vendas, empurradas também pela publicidade que será feita ao longo das etapas da prova deste ano – o álbum explora a relação génio/discípulo, mostrando em simultâneo como a invulgar capacidade inventiva de Léonard não se limitou a criar a prova rainha do ciclismo mundial, mas a dotou desde logo de todas as características que lhe são reconhecidas: as enormes montanhas, os velozes sprints, a caravana da volta, a camisola amarela, os beijos ao vencedor e, claro, o doping e o respectivo controlo, que terão importância fundamental no desfecho da prova, digo, da história!

A reter
- A associação de uma banda desenhada, como “álbum oficial”, a uma prova com o impacto do Tour de France…
- … o que não impede que a leitura do álbum seja igualmente divertida para apreciadores de ciclismo e para os outros.

Menos conseguido

- A repetição de situações, que aconselha a que a leitura em álbum seja feita em doses moderadas, ao longo de vários períodos, para melhor desfrutar dela.


5 comentários:

  1. Mais uma personagem que junta um conjunto de gags que tinha como principal obejctivo devertir e fazer rir. Não tendo atingido, na minha opinião, a qulaidade dum Gaston ou dum Cubitus, é concerteza uma BD que me traz sempre um sorriso na cara. A relação entre o Mestre e o seu discípulo/assistente/criado é propícia aos maioresdisparatessem deixar de piscar a uma certa modernidade. Já agora a Meribérica publicou três albuns. também Léonard, Afinal o que é isso?, julgo que o número trêsda série. Gostei muito deste post. Os meus cumprimentos.

    ResponderEliminar
  2. Caro Letré,
    Obrigado pelo comentário e pela atenção! tem toda a razão, faltava um dos álbuns editados pela Meribérica, que já incluí no texto.
    Léonard é uma criação divertida, mas mediana. A anos-luz de Gaston, sem dúvida.
    Pelos mesmos autores, gosto mais do Robin da Mata, por exemplo...

    Boas leituras!

    ResponderEliminar
  3. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

    ResponderEliminar
  4. Puxa! Álbum 44? Pensei que tinha desaparecido. Também ando um bocado distraído. Este álbum está à venda por cá?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá Mário,

      O Léonard vem de um mundo diferente do nosso, o da BD franco-belga, de grande sucesso e visibilidade...
      Ainda não o vi á venda por cá, mas não é difícil encomendá-lo...

      Boas leituras!

      Eliminar