05/12/2013

Entrevista com Fernando Vasconcelos (Goody): “Não deixem de nos provocar!”







A 5 de Dezembro de 2012, chegava às bancas, quiosques, hipermercados e lojas FNAC a Comix #1, que marcava o regresso da banda desenhada Disney a Portugal, após uma ausência de meia dúzia de anos.

Exactamente um ano depois, após cerca de 70 edições e 15 mil páginas, divididos por dois títulos base – Comix, semanal, e Hiper, mensal – e outros mais espaçados no tempo – Disney Especial, BIG – a aposta parece ganha, como reforça o lançamento, hoje, de um novo título – Minnie & Friends – vocacionada claramente para o o segmento feminino.

Para assinalar a data, As Leituras do Pedro conversaram com Fernando Vasconcelos, Assessor da Direcção Geral da Goody. De fora da entrevista que se segue, devido a negociações ainda em curso, tiveram de ficar duas grandes surpresas que, se tudo correr como previsto, serão concretizadas durante 2014 e a que As Leituras do Pedro voltarão logo que seja possível.

As Leituras do Pedro - Após um ano de edições Disney, qual o balanço que a Goody faz? As expectativas que tinham foram cumpridas? Quais as maiores surpresas e desilusões que tiveram?
Fernando Vasconcelos - É um balanço muito positivo. As expectativas foram largamente superadas. Não existiram propriamente desilusões e surpresas apenas as positivas, que tiveram a ver com os resultados de vendas.

ALP - Quais os principais obstáculos que foi necessário ultrapassar?
FV - O principal obstáculo claramente foi a distribuição e visibilidade no ponto de venda que para um produto com esta dimensão foi um ponto crítico de sucesso.

ALP - As tiragens das diversas revistas, estabilizaram entre os 15 mil exemplares da Hiper e os 25 mil exemplares da Comix. Qual é a percentagem média de vendas destas revistas?
FV - Cerca de 50% da tiragem é vendida na forma de base do produto.

ALP - Qual a divisão percentual das vendas entre bancas e quiosques/hipermercados/lojas FNAC?
FV - Quanto à divisão percentual por cadeias, preferimos não avançar com esses dados. O que podemos dizer é que tanto a rede tradicional como as redes de distribuição moderna têm pesos significativos que não podem ser dispensados, nem uns nem outros.

ALP - A redistribuição dos primeiros números da Comix e da Hiper em caixas, tem resultado?
FV - Os modelos de redistribuição sem desvalorização do produto (as caixas têm funcionado) como forma de distribuir uma parte das sobras. E sim, têm funcionado à medida das expectativas.

ALP - Desde o início é notória uma vontade da Goody, invulgar no meio da banda desenhada portuguesa, de auscultar a opinião de divulgadores e leitores e de tentar ajustar as suas propostas aos ‘pedidos’? Têm tido feedback desses ajustamentos?
FV -Sim, temos tido muito feedback e embora possa parecer que não fazemos tudo o que podemos  a verdade é que procuramos ajustar na medida do possível o produto a esse feedback tendo sempre em consideração que estas BDs têm de ser para todos e não apenas para os profundos conhecedores e apaixonados de BDs. Claro que a opinião desses especialistas é para nós fundamental e felizmente tem-nos feito melhorar de forma significativa a qualidade do produto.

ALP - A partir de certa altura, houve uma aposta na fidelização de leitores na Comix, através das sagas em continuação e da promoção Comix Record. Essa estratégia funcionou?
FV - As sagas não são apenas um mecanismo de fidelização. São também uma das formas que encontramos para diferenciar um pouco mais o produto. Ou seja, era para nós claro que para um segmento dos nossos leitores tínhamos de dar conteúdo um pouco mais trabalhado do ponto de vista do argumento. Desse ponto de vista funcionou – pelo feedback que obtivemos.

ALP - A aposta na BD de origem italiana é opção da Goody ou imposição da Disney? No futuro haverá edições com as histórias Disney brasileiras e norte-americanas?
FV - A opção pela BD de origem Italiana é uma opção da Goody baseada em vários critérios, não é uma imposição. Poderá no futuro existir BD de outras origens se for possível conseguir essas BDs de acordo com os critérios que seguimos. Ou seja, não existe nenhum fundamentalismo a favor ou contra qualquer origem. Só queremos as melhores histórias pelo melhor preço.

ALP - Os leitores podem esperar ver editadas, num único volume, sagas como Mágicos de Mickey ou Ultra-Heróis? E estão planeadas edições mais ‘luxuosas’ dedicadas aos grandes autores de BD Disney?
FV - É nosso objetivo ir alargando aos poucos o portfolio de produtos, por isso sim – poderão existir outros formatos mais luxuosos ou com histórias (sagas) completas num único volume. Essa estratégia de diversificação existe.

ALP - Que mensagem gostariam de deixar para quem (re)encontrou neste último ano a banda desenhada Disney em edições portuguesas?
FV - A mensagem que gostaríamos de deixar para quem reencontrou ou encontrou pela primeira vez a BD Disney é que não deixem de nos provocar com sugestões, títulos ou histórias que gostariam de ler. Se nos for possível, tudo faremos para as trazer de novo ou pela primeira vez para Portugal. Gostaríamos também de lhes dizer que não deixem nunca de dar feedback sobre o que fazemos. Nós procuramos sempre incorporar as sugestões e na verdade algumas das linhas de diversificação que seguimos resultam de sugestões de leitores.

7 comentários:

  1. Boa entrevista Pedro!
    Já fazia falta uma entrevista a alguém da Goody!
    :)

    Abraço

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    1. Obrigado, Nuno!
      Tens razão, mas tenho pena que o mais interessante tenha ficado de fora...

      Boas leituras!

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    2. Eu sei... percebi que tinha a ver com isso!
      :D

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  2. Boa entrevista só 2 notas acho que estão a queimar as Sagas nas Comix.E fico a espera dos volumes unicops porque sagas com sobras pode haver partes que falhem tipo Disney hiper 1.E fico a espera de Bds Disney fora do pais da bota.Quanto a Surpresas uma é Simpsons e ?????

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  3. Olá Optimus, obrigado!

    Sim a compilação das sagas em volume único será uma boa notícia. Quanto ás outras... terás de esperar mais um pouco...

    ... até lá, boas leituras!

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  4. Boa entrevista, Pedro. Ainda bem que te lembraste de os "chatear" com o material clássico e de outras origens (tenho que acrescentar o escandinavo da Egmont), embora saiba que existem sempre questões logísticas que tornem complicado o uso do material americano (ainda existirão os negativos do material da Dell?).

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    1. Obrigado, Paulo Costa.
      Questões logísticas, questões financeiras e, possivelmente, questões de gosto dos leitores actuais, que se identificarão mais com o estilo Disney... por estanho que isto pareça a quem descobriu os mesmos heróis há muitos anos!

      Boas leituras!

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