19/12/2013

Entrevista com Vitor Cafaggi: “Queríamos uma história que conversasse com a infância das pessoas”





Maio ano depois de ser editado no Brasil, chegou hoje às bancas e quiosques portugueses – infelizmente apenas a um número limitado de locais de venda… - Turma da Mônica: Laços, o segundo volume da colecção Graphic MSP em que autores brasileiros reinventam os heróis criados por Maurício de Sousa, com abordagens pessoais e diversificadas, tal como As Leituras do Pedro oportunamente anunciaram (- e, num acaso feliz, como raramente a distribuição de BD brasileira entre nós tem proporcionado, também está (de novo) nas bancas e quiosques Astronauta: Magnetar, volume inicial da mesma colecção da autoria de Danilo Beyruth).

Aquele foi o pretexto para algumas perguntas a Vítor Cafaggi, criador de Laços em conjunto com a sua irmã Lu, para conhecer um pouco melhor a génese de um dos livros mais comentados, apreciados e vendidos no Brasil este ano.
As perguntas e respostas para ler já a seguir.

As Leituras do Pedro - Como nasceu Laços?
Vítor Cafaggi - Laços nasceu momentos depois que Sidney Gusman (o editor) nos convidou para que fizéssemos uma graphic novel com os quatro personagens principais da turma, Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão.
Sidney me ligou à noite convidando e nos deu uma única pauta. Seria uma história da Turma com os personagens em sua idade tradicional (sete anos) e ele queria que a história tivesse algumas cenas em flachback, para que minha irmã desenhasse essas cenas.
Começámos a pensar na história e a fazer anotações nessa mesma noite. Na manhã seguinte, já tínhamos um esboço do que seria a história de Laços.

ALP - Que mudou entre a vossa ideia inicial e a versão impressa?
VC - Pouca coisa mudou. Como tivemos um prazo longo para produzirmos a revista, pudemos repensar melhor algumas cenas e acrescentar várias situações novas em cima dessa nossa ideia inicial. A base da história continuou a mesma do início.

ALP - Como funciona a tua parceria com a Lu? Qual a parte do trabalho de cada um?
VC - Trabalhar com a Lu foi ótimo! A gente aprende muito um com o outro, a gente conversa muito, não só sobre quadrinhos, a gente pensa parecido. Minha irmã é uma das pessoas mais inteligentes e talentosas que eu conheço, então é sempre bom ouvir o que ela tem a dizer. Na verdade, confio mais na opinião e no bom gosto dela do que nos meus. Ter mais alguém na minha casa fazendo quadrinhos, torna isso um trabalho menos solitário. Dá mais confiança e enriquece muito o produto final.
A princípio Lu ficaria apenas com o desenho das cenas de flashback. Mas percebemos que a revista ficaria melhor se os dois fizessem um pouco de tudo. No final, tem um pouco de cada um em todas as páginas. Seja no roteiro, no desenho, no acabamento ou nas cores.

ALP - Laços revela uma grande ternura para com o mundo da infância e para com a Turma da Mônica. É isto que queres que os leitores sintam?
VC - Queríamos uma história que conversasse com a infância das pessoas. Estando elas na infância, ou tendo passado por ela há dez, vinte ou trinta anos. A Turma da Mônica faz, ou fez, parte da infância de muita gente. Lu e eu procuramos resgatar esse sentimento.

ALP – Em que momento da bibliografia da Turma da Mônica encaixa Laços?
VC - Desde o início, pensamos em fazer uma história atemporal. Ela pode se passar nos anos 80, 90, no inicio dos anos 2000... Fazemos referência a histórias clássicas da turma de todas as épocas.

ALP - Que podes adiantar acerca de Laços 2 (uma nova Graphic MSP com lançamento previsto para 2015)?
VC - Estamos na fase de escrever o roteiro. Ainda é muito cedo para falar qualquer coisa sobre ela. Mas sabemos que vai ser divertido voltar à infância mais uma vez.

2 comentários:

  1. Legal saber disso! Ancioso desde ja!

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    1. Sim, Mangaka Valdo!
      O difícil vai ser esperar até 2015...

      Boas leituras... até lá!

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