26/02/2014

Café Espacial #12













Chegou há dias do Brasil mais um(a) Café… Espacial!
Saboreei-a demoradamente, em goladas breves, para melhor apreciar sabores e aromas.
A degustação, já a seguir.


Primeiro, a forma: se o (pequeno) formato simpático se mantém, a capa com mais gramagem (mais consistente) e com abas confere outra estrutura à revista e torna-a mais apetecível.
Quanto ao conteúdo, dividido entre BD, contos, música e cinema e de proveniência (geograficamente) diversa, continua a imperar o tom intimista, desta vez a par de um curioso toque de sobrenatural, presente em boa parte das contribuições, o que possibilita uma nova (e surpreendente) abordagem a temáticas mais habituais.
Entre as diversas bandas desenhadas (ou histórias em quadrinhos, afinal é uma edição brasileira) pessoalmente destaco as contribuições de Lillo Parra/Mario Cao (Esta noite, no parque, sem palavras, pelo tom poético e a interessante conjugação de situações numa narrativa protagonizada por bonecos imóveis), André Oliveira/André Caetano (Milagreiro, numa conseguida exploração da temática religiosa) e Lielson Zeni/Francis Ortolan (Um corpo estendido no chão, divertida (embora por isso destoe no tom geral, o que não tem que ser encarado como negativo) exploração do acto criativo e do conto policial).

Café Espacial #12
Vários autores
Associação Café Espacial
Brasil, Primavera 2013
140 x 210 mm, 96 p., pb
brochado com badanas
$RS 15,00

4 comentários:

  1. Boa tarde.

    Não sei como é que você consegue ler livros ou revistas em brasileiro. Segui a sua recomendação do "Laços" da Turma da Mónica e não percebi nada. A obra até pode ser excelente, mas perdi o fio à meada no meio de tantos "você". Não existe a segunda pessoa do singular no português do Brasil? Custa-me a crer que o Pedro seja contra o novo acordo ortográfico. Obrigado pela atenção.

    Paulo Martins

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    1. Caro Paulo Martins,
      Leio livros em brasileiro, da mesma forma que os leio em espanhol, francês, inglês ou até italiano...
      Necessito de um pouco mais de concentração (que varia conforme o idioma de leitura) do que quando são em português, é verdade, mas nada que me retire o prazer que podem conferir.
      O facto de ler em brasileiro (em espanhol, em francês, em inglês) há muitos anos - desde criança no caso do brasileiro - é com certeza uma ajuda, mas não me parece que seja assim tão complicado para quem não está habituado.

      Quanto à questão do acordo, não tem nada a ver com isto: acho-o uma abastardização da Língua Portuguesa, em nome de obscuros interesses económicos, sem qualquer justificação plausível e por isso sou contra.

      Boas leituras... em todas as línguas!

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    2. Paulo, sou brasileiro e não encontro dificuldades em ler em português europeu, apenas sinto um certo "sotaque". mas veja se isso o ajuda: em português brasileiro a segunda pessoa do singular pode ser (e quase sempre o é) conjugada como a terceira pessoa do singular. por isso as marcas pronominais se fazem presentes.
      torço para que insista na leitura e supere as dificuldades de variação linguística, pois Laços é um belo álbum. um abraço

      Lielson Zeni

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  2. Pedro, muito agradecido pela sua leitura da HQ que roterizei. fico imensamente feliz que o tenha agradado. um abraço!

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