18/03/2015

Franco-belga ou manga?







A mais recente novidade do sempre fervilhante mercado franco-belga de banda desenhada, um dos mais activos e bem-sucedidos do mundo, apesar de alguns sinais preocupantes que se têm vindo a registar nos últimos anos, é a edição simultânea da mesma obra em versão franco-belga e em versão manga.

A iniciativa tem a chancela da editora Bamboo, na sua nova colecção Bamboo au Carré2, e pretende satisfazer ao mesmo tempo os apreciadores de franco-belga e de manga.
Os primeiros podem optar pelo álbum no formato tradicional, com 80 páginas, capa dura e em quadricromia, enquanto que os apreciadores da BD de influência oriental têm ao dispor uma edição de formato mais pequeno, com 152 páginas a preto e branco e capa brochada. Estes últimos beneficiam – naturalmente – de um preço bem mais simpático - ou apenas ajustado à opção que perfilharam – 7,95 € contra os 14,90 da edição maior e colorida.
Não se trata, no entanto, de uma simples redução do formato e eliminação da cor, pois a planificação difere igualmente de um formato para o outro.
Aquela editora francesa disponibilizou para já dois títulos: Appa. Tome 1 – Boule de Poils, de Bonnis e Dav, e Isaline: Tome 1 – Sorcellerie culinaire, de L’Hermenier e Yllya.

Fica para já o registo como curiosidade, à espera de uma eventual futura leitura para aferir das vantagens e inconvenientes de uma opção que, para lá do evidente truque de marketing, implica um trabalho acrescido para os autores, manifestamente cada vez mais o elo mais fraco no mercado francófono, a trabalho a dobrar – ou mais do que isso, pois não será muito fácil que um mesmo conjunto texto/desenho funcione da mesma forma em planificações díspares.

Franco-belga...
  

...ou manga?
 

 


A mesma sequência de Appa, nos dois formatos propostos.

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