16/05/2015

E depois da colecção Novela Gráfica… (II)


… para os que se deixaram seduzir pelas obras da colecção Novela Gráfica - e também para os que ainda precisam de ser seduzidos por esta forma de narrar aos quadradinhos ... - ao correr da escrita, aqui fica a indicação de algumas edições de outros romances gráficos (gosto mais desta designação…) já editados em português.

Cachalote
Daniel Galera e Rafael Coutinho
Polvo
Um astro decadente do cinema chinês incriminado pelo suposto suicídio de um colega, um escultor endurecido pela dedicação à sua arte e um playboy mimado que é expulso de casa procuram encontrar sentido nos acontecimentos drásticos ou misteriosos que abalam o curso de suas vidas. Um vendedor de uma loja de ferragens e uma linda e frágil rapariga tentam não ser destruídos por aquilo que os une, enquanto um escritor deprimido e a sua ex-mulher se mantêm unidos por aquilo que os separou. Cachalote é um mosaico de cinco histórias, que alternam mas não se cruzam, e falam de um único mistério, obviamente sem solução. Parasaber mais.

Maus
Art Spiegelman
Bertrand Editora
Maus é a história pormenorizada, crua, incómoda, do que passou, do que sofreu Vladek Spigelman, judeu polaco sobrevivente da perseguição nazi e do campo de concentração de Auschewitz. É o relato dos acontecimentos terríveis que marcaram a II Guerra Mundial e também das marcas que deixaram no (agora) ancião. Maus é a história da criação do próprio livro, através dos encontros/entrevistas que o seu criador, Art Spiegelman, teve com o pai, Vladek. E, da forma como os dois homens, pai e filho, nunca foram capazes de se compreender – nem de se aceitar? – nas suas diferenças e afinidades. Parasaber mais.

Portugal
Cyril Pedrosa
Edições ASA
Simon Muchat é um autor de banda desenhada cuja relação com Claire e a carreira estão em crise. Durante uma visita a Portugal, como convidado de um festival de BD, sente-se estranhamente familiarizado com o país, as pessoas e a língua, partindo daí para a descoberta das suas raízes lusas, pois o seu avô era português. Para saber mais. Entrevista com o autor.



Comprimidos azuis
Frederik Peeters
Devir
Um relato tenso e dramático, de grande densidade psicológica, que narra, melhor, expõe a relação do autor, Frederik Peeters, com Cati e o seu filho, ambos portadores do vírus VIH.
É uma narrativa sincera, de grande sensibilidade, crua no despojamento do autor e no realismo da sua exposição, que mostra como ele foi avançando nessa relação, passando da paixão à descoberta, da dúvida premente às incertezas, do medo à nova descoberta – de que se pode ter uma vida, uma relação (quase) normal com quem tem VIH… - como uma aprendizagem raramente fácil mas indispensável para concretizar o que tinha sonhado. Para saber mais. 

Persépolis
Marjane Satrapi
Contraponto
Em "Persépolis", Marjane Satrapi, a única autora iraniana de BD de um país onde esta arte não existe, evoca com lucidez as suas memórias de infância, para relatar, com alguma ingenuidade, ternura e mágoa, a revolução religiosa que o Irão atravessou. E, principalmente, as suas consequências na vida de uma menina de 10 anos, que nos vai transmitindo – com a simplicidade de uma menina de 10 anos – experiências, medos, sensações e angústias. Para saber mais.

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