23/05/2015

E depois da colecção Novela Gráfica… (III)




… para os que se deixaram seduzir pelas obras da colecção Novela Gráfica - e também para os que ainda precisam de ser seduzidos por esta forma de narrar aos quadradinhos ... - ao correr da escrita, aqui fica a indicação de mais algumas edições de outros romances gráficos (gosto mais desta designação…) já editados em português.


Alguns dias com um mentiroso
Étienne Davodeau
Mundo Fantasma
O ponto de partida deste livro é uma semana de férias de cinco amigos, agora trintões, para recordar os (bons velhos) tempos em que a liberdade era total, sem famílias, nem empregos, nem responsabilidades. Férias que mais do que tempo de recordar, se tornam numa reflexão, quase sempre desiludida, sobre aquilo em que a vida transformou os sonhos ("nós crescemos; não vamos viver toda a vida como adolescentes") que a juventude acarinhou. Para saber mais.

Três Sombras
Ciryl Pedrosa
Polvo
Esta é uma obra ao mesmo tempo terna e chocante, cativante e incómoda, doce e angustiante. Na sua origem está uma das mais chocantes e incompreensíveis situações que um ser humano pode experimentar: a perda de um filho pequeno devido a doença. Vivida por um casal amigo de Cyril Pedrosa, empurrou-o a descrevê-la aos quadradinhos como catarse e libertação. Para saber mais.



Blankets
Craig Thompson
Devir
Obra autobiográfica em que o autor expõe, de forma honesta, pudica e contida, a sua infância e adolescência no seio de uma família e de uma comunidade extremamente religiosa. No decurso das quase 600 pranchas que compõem esta longa banda desenhada, Thompson recorda a rígida educação que recebeu dos pais, os abusos que sofreu do baby-sitter, a relação conflituosa e distante com o irmão, a sua luta interior com a religião e a religiosidade, o intenso primeiro amor adolescente com Raina e como finalmente encontrou no desenho a sua forma de afirmação e a sua razão de viver. Para saber mais.

Fun Home - Uma tragicomédia familiar
Alison Bechdel
Contraponto
Fun Home descreve a relação frágil que Alison Bechdel manteve com o pai ao longo da sua infância e adolescência. Na sua narrativa, a história íntima e pessoal de uma família transforma-se numa obre cheia de subtileza e poder.
Exigente e distante, Bruce Bechdel era professor de Inglês e dirigia uma casa funerária – a que Alison e a família chamavam, numa pequena piada privada, a «Fun Home». Só quando estava na universidade é que Alison, que recentemente admitira aos pais que era lésbica, descobriu que o pai era gay. Umas semanas depois desta revelação, Bruce morreu, num suposto acidente, deixando à filha um legado de mistério, complexos e solidão. Para saber mais.

Logicomix - Uma Busca Épica da Verdade
Apostolos Doxiadis e Christos H. Papadimitriou
Gradiva
A busca da certeza matemática, na primeira metade do século XX.
A vida dramática e o pensamento de Bertrand Russell, lógica matemática, filosofia, na forma mais rigorosa, acessível e cativante. Para saber mais.


Mais sugestões de romances gráficos aqui e aqui.

2 comentários:

  1. Talvez para o ano o Público se arrisque numa segunda colecção. Por agora os adolescentes quarentões que se recusaram a adquirir estas NG já andam todos excitados com mais uma colecção Marvel vazia de conteúdo da Levoir.

    Comprei quade todos os livros excepto o de Miguel Rocha que já tinha pela Polvo e o do autor Brasileiro que achei bem fraquinho.

    O melhor foi para mim "A LOuca". Que livro deliciosamente insano. Merecia uma adaptação cinematográfica.

    Cruzo os dedos para uma segunda rodada. E já agora um agradecimento ao Mestre Pedro. Não sei porquê mas as obras seleccionadas para esta colecção pareceram-me ter sido sugestões acertadas do autor deste blog a quem levou a iniciativa a bom porto.

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  2. Cesário,
    Talvez para o ano... esperemos que sim!
    Mas, entretanto, é bom que outros leitores também sejam contemplados com as suas preferências, porque todos são necessários para que continue a ser editada BD em Portugal e o apostar num único tipo de leitor seria suicídio a médio prazo...
    Não partilhamos a mesma opinião quanto ao Bando de Dois - de que gostei bastante - nem quanto a A Louca do Sacré-Coeur, cuja inclusão compreendo, mas que eu até dispensava...
    E agradeço a confiança manifestada pelo agradecimento, embora não me seja devido, pois se é verdade que conversei algumas vezes com os responsáveis da colecção, ela já estava praticamente definida quando tal aconteceu e quem merece os créditos pela selecção das obras são o José de Freitas e João Miguel Lameiras.

    Boas leituras!

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