A edição deste quarto tomo de A Guerra dos Tronos, para além
de concluir a adaptação aos quadradinhos do primeiro volume do original de Georges
R. R. Martin, revela-se importante por uma outra questão que passo a explicar.
Quem comprou banda desenhada em Portugal desde que por cá é
editada banda desenhada em álbum – ou seja, desde os anos 1960… - habituou-se –
lamentavelmente – a ver inúmeras séries – quase todas… - começadas e deixadas a
meio pelas editoras. Fossem monos ou primeiros volumes que rapidamente
desapareceram das lojas, todos nós poderíamos citar uma, duas, cinco, dez,
vinte séries sem puxar muito pela memória. Demasiadas, em contraste com as
raras excepções em sentido contrário: Akira,
Luís Má Sorte, autores como Bourgeon,
Bilal e não muito mais…
Por isso, muitos deixaram de apostar na edição em português,
preferindo o original – quase sempre franco-belga – ou então, preferiram
aguardar pela conclusão da edição nacional – o que raramente se concretizou…
As colecções com jornais vieram de alguma forma resolver
esta situação – são propostas completas e fechadas e nalguns casos até vieram concluir
algumas que tinham ficado penduradas - mas a verdade é que, em anos recentes,
os exemplos de séries completas – ou em bom curso de publicação - têm vindo a
superar as que ficam por terminar.
É verdade que esta mudança de paradigma passa (também?) pela
diversificação das editoras a editar BD, mas isso apenas serve para mostrar
como a banda desenhada tem hoje um estatuto bem diverso – para melhor – daquele
que possuía há alguns anos…
Ao correr da escrita, sem me levantar da cadeira para
verificar, aqui ficam alguns casos: Death
Note (concluída em 12 volumes pela Devir), The Walking Dead (12 tomos publicados, Devir), Naruto (10 volumes publicados, Devir), Keos (completa em 3 volumes, NetCom2 – embora esta editora, com o
final da sua aventura lusa, tenha deixado outras séries por concluir), Scott Pilgrim (concluída em 6 livros, Booksmile)…
E, agora, os quatro primeiros livro de A Guerra dos Tronos.
Esta série, baseada nos romances de Georges R. R. Martin e
potenciada pela série televisiva também em exibição em Portugal, tem o mundo de
Westeros como pano de fundo e os Sete Reinos como local central da acção, e
neste quarto volume continua a ser estendida a bem urdida teia de intrigas,
traições e guerras que servem de base à narrativa.
As famílias Stark, Lannister, Targaryen e outras continuam a
querer impor a sua lei, mas nem sempre conseguem os seus intentos – pelo menos
da forma como o pretendiam. No meio de combates encarniçados, armadilhas,
emboscadas, fugas e chacina dos vencidos, condimentados com um toque de
fantástico e outro de sexo, alguns heróis (ou candidatos a…) vão morrendo ou
revelam-se completas desilusões, mas outros surgem para os substituir, embora
nem sempre sejam os que para isso estavam destinados ou pareciam os mais
evidentes.
A Guerra dos Tronos, Vol. 4
George R. R. Martin (obra original)
Daniel Abraham (argumento)
Tommy Patterson (desenho)
Ivan Nunes (cor)
Planeta, Portugal, Junho de 2015
170 x 260 mm, 192 p., cor, cartonada
17,95 €
" Ao correr da escrita, sem me levantar da cadeira para verificar, aqui ficam alguns casos: Death Note (concluída em 12 volumes pela Devir), The Walking Dead (12 tomos publicados, Devir), Naruto (10 volumes publicados, Devir), Keos (completa em 3 volumes, NetCom2 – embora esta editora, com o final da sua aventura lusa, tenha deixado outras séries por concluir), Scott Pilgrim (concluída em 6 livros, Booksmile)…"
ResponderEliminarMas ele fazem isso para o bem deles também (quem vai pagar o preço de capa em series que nao tem fim que são imensas),mas concordo a mudança e boa.