Figura histórica incontornável dos últimos 65 anos, Fidel
Castro teve por isso inúmeras aparições em bandas desenhadas, nos mais diversos
registos.
A principal, sem dúvida, é Castro, a biografia de mais de
300 páginas que o alemão Reinhard Kleist escreveu e desenhou, traçando o
percurso do carismático político desde a juventude até abdicar do poder, mais
de quarenta anos depois. Para a realizar, Kleist passou um mês em Cuba a
fotografar, desenhar e fazer entrevistas e muito mais tempo a ler sobre Fidel,
resultando uma obra equilibrada que humaniza o relato sem lhe retirar o rigor
histórico nem o tornar demasiado pesado.
René Jiménez Ornelas, mais que uma BD, um conjunto de ilustrações com texto por baixo que
abre com o golpe de estado de Fulgêncio Batista em 1952 e conta os feitos de
Fidel à frente das suas tropas até à entrada triunfal em Havana, em 1959.
Quanto a Killing Castro, de 2015, é um romance gráfico em
tom de comédia, da autoria de Jason Ciaccia e Aaron Norhanian, aparentemente
baseado em relatórios da CIA, que conta uma missão suicida levada a cabo em
1963, com o envio de um operacional norte-americano a Cuba para humilhar
publicamente o ditador durante uma emissão televisiva ou, em alternativa,
assassiná-lo.
Em termos de humor, a lista de cartoons editoriais com Fidel
Castro seria praticamente interminável, tantas e tão variadas foram as ocasiões
em que ele inspirou inúmeros desenhadores como John Deering, Nick Anderson,
Chip Bok, Gustavo Rodriguez ou Mike Peeters, sendo que este último introduziu-o
mesmo na sua tira diária Mother Goose and Grimm.
A MAD obviamente não podia ignorar Castro e, entre muitas
aparições o líder cubano, teve honras de capa (como mostrado acima) em 1963 a fumar um charuto…
explosivo!
Mais curioso é o facto de Fidel ter tido algumas aparições
nas histórias de super-heróis da Marvel, assumindo no papel a posição real de
ditador cubano, no universo alternativo da Terra-616. A partir de 1967, o seu
percurso e o dos seus seguidores cruzou-se várias vezes com o Homem de Ferro ou
o Capitão América, em confrontos motivados pelas ideologias opostas. Mas, mais
curiosa ainda, é a sua presença, ao lado de George W. Bush e Nelson Mandela,
entre os convidados da coroação do Pantera Negra como líder do reino africano
de Wakanda, ou no seu casamento com Tempestade, uma das X-Woman.
O cruzamento do trajecto de Castro com super-heróis não se
ficou por aqui, já que no universo da rival DC, o presidente cubano também
marcou presença e, no mundo alternativo da Nova Terra, chegou a lutar ao lado do
Flash contra invasores extraterrestres, organizando depois uma festa para
celebrar o aniversário do super-herói mais rápido do mundo!
(texto publicado a 26 de Novembro na página online do Jornal de Notícias onde estão disponíveis mais imagens; clicar nas imagens deste texto para as aproveitar em toda a sua extensão)
Graças a Deus, finalmente morreu. Mas ainda falta o irmão para que as coisas lá na ilha-prisão possam começar a deixar de ser tão más. Rezemos para que não demore.
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