27/03/2017

Tokyo Ghoul #5

Outra vez os mortos-vivos





Tokyo Ghoul, de que paulatinamente a Devir já editou cinco volumes, tem por base o conceito de seres comedores de carne humana, algures entre os vampiros e os mortos-vivos, temáticas hoje (novamente) na moda - tal como o terror em geral.
Mas de forma original e que justifica uma aproximação.

Volto atrás… “hoje (novamente) na moda, muito por culpa de The Walking Dead, na sua dupla existência - ambas aconselháveis - de série de BD e de série de TV.
A abordagem de Tokyo Ghoul, série em 14 volumes, publicada originalmente a partir de 2011, é, no entanto, completamente diferente e bastante original ao introduzir um estado intermédio entre o ser vivo e o tradicional zombie.
Mas vamos mais devagar. Esta é a história de Kaneki, um adolescente a caminho da idade adulta, que vive numa cidade de Tóquio assombrada por ghouls, seres que se alimentam de carne humana para sobreviver. E cuja mordidela em seres humanos normais os transforma em novos ghouls.
Um primeiro (e prometedor) encontro de Kaneki com uma jovem acaba num ataque de ghoul falhado. Ferido, é transportado para o hospital e acaba por sofrer um transplante do ser que o atacou, iniciando assim a sua transformação em ghoul. Porque, para além da mudança de hábitos alimentares, alguns dos novos seres desenvolvem novos e surpreendentes atributos físicos e capacidades.
Só que – e aqui está o tal estado intermédio – enquanto que os ghouls tradicionais querem a todo o custo alimentar-se de outros seres vivos, Kaneki fica num estado intermédio entre estes e os ghouls, mantendo a sua consciência e sentindo repugnância pela carne humana – embora também pelos alimentos tradicionais.
Por isso, grande parte do interesse narrativo de Tokyo Ghoul centra-se na aprendizagem que terá que fazer para se adaptar à nova situação e na descoberta de que existem outros seres como ele, que tentam ajudar-se. A perseguição por parte de uma força policial encarregada de combater – e banir – o novo e terrível fenómeno em expansão acelerada e os confrontos com os ghouls fornecem os combates épicos inevitáveis (em quase qualquer) manga, que contrastam com o percurso iniciático do protagonista junto com os seus novos amigos, bem como com o seu crescimento que o faz deparar com mudanças e novas situações próprias da passagem da adolescência para a idade adulta.
Uma combinação que, pelo menos até agora, tem justificado uma leitura atenta de Tokyo Ghoul, apesar de alguma (inevitável?) dispersão narrativa que os volumes mais recentes começam a denotar.

Tokyo Ghoul #5
Sui Ishida
Devir Manga Portugal
Fevereiro de 2017
126 x 190 mm, 204 p., pb, capa mole
ISBN: 978-989-559-314-9
9,99 €

(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)

9 comentários:

  1. Sei que por norma o Pedro não lê mangas, este é apenas uma exceção pelo tema?

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    1. Eduardo,
      Vou lendo os manga que se editam por cá, mas de uma forma geral são obras que não me dizem muito - como diversas outras de outros géneros.
      O Tokyo Ghoul - como o Assassination Classroom, por exemplo - têm-se revelado mais interessantes para mim, daí o justificar-se escrever este texto.
      Dentro do que a Devir editou, aconselho francamente o Death Note, de que gostei bastante.
      Boas leituras!

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    2. Death note também já li e gostei muito! Penso que até vai existir uma série da netflix que ao que parece está a gerar muita polémica.
      Tenho pena que a devir por norma opte por coisas muito conhecidas mediaticas. Gostaria muito que monster, vagabond, 20 century boys, lobo solitário, vinland saga, full metal alchemist fossem por cá editados.
      Contudo é melhor ter alguma coisa que não ter nada, rurouni kenshin é uma obra muito boa para mim a melhor que a devir edita neste momento.

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    3. Caro Eduardo, vão fazer um filme baseado no mangá. A nível de mangá já editados pela Devir, também a única colecção que completei foi o Death Note, embora esteja virado para experimentar Toyko Ghoul, porque pelo que já li, existe muitas diferenças entre o mangá e o anime. Boas Leituras.

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  2. Peço desculpa pela ignorância, mas que obra é essa que o Eduardo Cortez refere "rurouni Kenshin" que diz estar a ser publicada pela Devir. Sou dos leitores que tenho descoberto os mangás que para além do Akira e mother sarah não tinha lido nada, mas gostei imenso do Death Note e estou a ter uma agradável surpresa com o Assassination Classroom. Se me puderem esclarecer agradecia. os meus cumprimentos.

    Letrée

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    1. Não tem que pedir desculpa, caro Letrée.
      Trata-se de Kenshin, o samurai errante, de que a Devir já lançou 5 volumes (mais informação aqui: http://asleiturasdopedro.blogspot.pt/search?q=kenshin)
      Boas leituras... manga!

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    2. Anónimo2/4/17 00:56

      obrigado. Os meus cumprimentos.

      Letrée

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  3. Terminei o volume VI e ainda não desaponta.

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    1. Então, Paulo Brito, continuação de... boas leituras!

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