(In)definições
O que - quem? - define se uma obra é ou não banda desenhada?
A ‘antiga’ definição de história contada em quadradinhos (que
podem ter outra forma) com as falas (que podem nem existir) em balões de texto,
está claramente ultrapassada mas, seja qual for a que se tente adoptar, haverá
sempre desvios a essa ‘norma’.
O que acaba por ser estimulante porque, mais importante que quaisquer
definições, são as obra em si, encaixem ou não nelas.
A Bola Amarela é
uma das que não encaixa nas definições normais. Apresentando-se como ‘livro em
papel, interactivo e digital’ - leiam-no e descubram porquê - pode ser
considerado uma banda desenhada, mesmo que em sentido lato – embora defini-la não
seja importante…
Sem vinhetas tradicionais - mas com muitos balões! - nela a acção
multiplica-se - ou desconstrói-se? - pelas páginas, inegavelmente de forma
sequencial, conduzindo o leitor atrás dos protagonistas, dois miúdos que
procuram a bola com que jogavam ténis, perdida algures na ‘dobra de duas
páginas’. Literalmente.
Narrativa divertida, original e bem pensada, com diálogos
vivos e credíveis, e um traço dinâmico à sua medida, se até pode ser - é, sem
dúvida - difícil catalogá-la segundo as definições tradicionais, sendo simples à
medida dos leitores mais jovens a que se destina, é suficientemente estimulante
para desafiá-los em todas as camadas etárias, haja pernas para andar atrás da
bola…
A Bola Amarela
Colecção de Cantos Redondos
Colecção de Cantos Redondos
Daniel Fehr (texto)
Bernardo P. Carvalho (desenho)
Planeta Tangerina
Portugal, Abril de 2017
220 x 260 mm, 40 p., cor, capa dura
ISBN: 9789898145789
13,50 €
(imagens disponibilizadas pela editora; clica nelas para as
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