14/10/2017

Leitura Nova: Astérix e a Transitálica

 
A capa de “Astérix e a Transitálica”, disponível a partir de 19 de Outubro, foi divulgada em Paris, no Automobile Club de France, numa conferência que contou com a presença dos autores, Jean-Yves Ferri e Didier Conrad, na passada segunda-feira.
A escolha do local tem tudo a ver com o tema da 37.ª aventuras dos gauleses, que a ASA lançará, em português e mirandês, em simultâneo com as outras edições, numa tiragem global de 5 milhões de exemplares, pois nele Astérix e Obélix vão participar numa corrida de quadrigas através do território italiano.
Curiosamente, apesar de álbum sim, álbum não, deixarem a sua pequena aldeia para partirem em viagem, de Itália os gauleses só conheciam Roma, onde decorre grande parte da acção de “Astérix Gladiador” (1964) e de “Os Louros de César” (1972). E como “a Itália não se resume a César, a Roma e ao Coliseu!”, afirmam os autores, “já era tempo de Astérix e Obélix ficarem com uma ideia mais exacta sobre aquilo que era verdadeiramente a Itália!”. Desta forma, nos cenários da nova aventura estão presentes monumentos antigos de grande beleza e ao longo dela Astérix e Obélix vão provar uma gastronomia suculenta e generosa, embora seja previsível que este último continue a preferir javali assado. Para além disso, como habitualmente, vão cruzar-se com figuras públicas bem conhecidas de todos.
 

Em “Astérix e a Transitálica”, tudo começa quando Júlio César, para afirmar o prestígio de Roma e a unidade dos povos da península itálica, decide autorizar uma corrida aberta a todos os povos do Mundo Conhecido, a fim de mostrar a excelência das vias romanas que, como se sabe, conduzem sempre a Roma. A única condição imposta pelo tirano é que a equipa romana tem de cruzar a meta antes de godos, persas, sármatas e… gauleses. Recebendo mais protagonismo nesta história, Obélix será o auriga principal, cabendo a Astérix o papel de co-piloto.
Seguindo a máxima de Alfred Hitchcock de que “quanto melhor é o vilão, melhor é o filme”, os autores introduzem em “Astérix e a Transitálica”, Coronavirus. Vestido de vermelho, numa clara alusão à Ferrari e como piscar de olhos a Uderzo, que colecciona carros da marca italiana há mais de 40 anos, o condutor romano mantém a sua identidade em segredo ao longo da corrida, graças à máscara dourada que ostenta.
A escolha de Itália acaba por ser uma prenda para Albert Uderzo, co-criador com René Goscinny (1926-1977) do pequeno guerreiro gaulês, pois foi lá que ele nasceu, há 91 anos. O desenhador, esteve ausente da conferência de imprensa devido a problemas de saúde, mas enviou um emotivo vídeo em que elogiou os seus continuadores: “o seu trabalho é formidável, extraordinário”. Ferri “tem muita astúcia e muito talento” e Conrad é “um desenhador formidável que conseguiu manter a minha ‘pata’, se assim posso dizer!”
Depois de “Astérix entre os Pictos” e “O Papiro de César”, “Astérix e a Transitálica” é o terceiro álbum assinado por Jean-Yves Ferri (argumento) e Didier Conrad (desenho).

 

(versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de 10 de Outubro de 2017; imagens disponibilizadas pela editora, clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)

4 comentários:

  1. Boa noite.
    O meu comentário é um aparte deste artigo. Quem adquiriu o último número que apareceu da colecção da Salvat: Demolidor som e fúria, no final do livro onde esta a apresentação da colecção está Demolidor: marcado para morrer. Este livro estava previsto na colecção? Se não, que significa? Obrigado
    Jopac

    ResponderEliminar
  2. "Marcado para morrer" está referenciado como "nesta coleção" que é de 60 livros.
    Acho que nunca cheguei a ver referido quais eram os titulos 59 e 60 pelo que possivelmente será um desses.

    ResponderEliminar
  3. Sim estava incluído na lista final

    ResponderEliminar
  4. 59. Marvel: A União faz a força (Marvel Team-up)
    60. Demolidor: Marcado para morrer (Daredevil: Marked for murder)
    São estes os 59 e 60.

    Letrée

    ResponderEliminar