15/10/2018

Os Guardiões do Louvre

O homem que passeia... no museu

Entre sonho e realidade…
...vagueio pelo interior do Louvre.”
In Os Guardiões do Louvre

Em Os Guardiões do Louvre, Jirô Taniguchi - ou o protagonista por ele, nele emulado? - é o ‘homem que passeia’ outra vez, agora pelos corredores do célebre museu parisiense, evocando os grandes mestres e visitando os locais onde deram à luz as suas obras… sem esquecer uma nota pessoal (?), com tanto de terna quanto de dolorosa.

Obra encomendada pelo museu - tal como Le chien qui louche, de Étienne Davodeau, numa dimensão e visão completamente díspares - serve ao autor nipónico para declarar a sua admiração por alguns dos grandes nomes ligados à pintura Asai Chu, Corot, Van Gogh… ou até ao antigo director Jacques Jaujard, a quem se deve as obras de arte do Louvre não terem caído na mão dos nazis, aquando da ocupação da capital francesa.
Com uma carga didáctica incontornável, mas bem diluída no relato e pela sensibilidade ímpar que o autor sempre denota, em Os Guardiões do Louvre Taniguchi evoca uma dimensão onírica para se permitir deambular - de forma contemplativa e deslumbrada como acontecia em O Homem que Passeia - por um Louvre ideal - vazio de turistas e habitado apenas pelos seus guardiões que, com a sabedoria dada pelos séculos, zelam para que a arte - as artes… - continuem a maravilhar aqueles que delas se acercam de espírito aberto.

Os Guardiões do Louvre
Jirô Taniguchi
Levoir
Portugal, Junho de 2018
225 x 305 mm, 152 p., cor, capa dura
1o,90 €

(imagens disponibilizadas pela editora; clicar nelas para as aproveitar em toda sua extensão)

1 comentário:

  1. Gostei muito, em especial a forma como desenha e pinta as cores de Paris, identifiquem-me logo com aquela luminosidade.

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