2018: O melhor e o pior

Mercado. Festivais. Público.

Goody. DistriNews. Amadora BD.

O melhor

+ Consolidação do mercado

Recorde de edições. Diversidade e abrangência editorial. Multiplicação de editoras. Visibilidade da BD em bancas e livrarias. Aposta regular em autores portugueses. Edição regular de novos títulos d(e quase todas)as séries em curso.

Podemos sempre querer mais - ou querer diferente - mas negar estas evidências é impossível.

+ Diversificação de festivais

Com objectivos, públicos e dimensão diferentes, Portugal tem neste momento diversos eventos relacionados com a BD que merecem ser destacados. Por ordem do calendário, são eles Coimbra BD, Mostra do Clube Tex (Anadia), Festival Internacional de BD de Beja, Comic Con e Amadora BD. Dão mediatismo, convidam autores, potenciam edições, promovem o convívio, a confirmação ou a descoberta.

+ Colecções de BD com o jornal Público

Este foi um ano muito bom no que diz respeito às colecções que a ASA e a Levoir promoveram em conjunto com o jornal Público. Diversidade, qualidade, edições integrais, obras marcantes, houve de tudo um pouco. Com visibilidade, boa distribuição e preço agradável.

O pior

- A entrada em insolvência da Goody

Não vou repetir o que escrevi na altura, mas quero relembrar que, entre Disney e Marvel, esta editora foi responsável por mais de 100 lançamentos no ano passado. Títulos de banca, quase todos, o que vai voltar a roubar a visibilidade que a BD tinha reconquistado nesses pontos de venda e tão cedo não se adivinha o regresso deste tipo de edições.

Colecções ficaram a meio, trabalhadores, colaboradores e assinantes ficaram sem dinheiro.

- Ainda a falência da Distrinews

Aconteceu em 2017, mas os efeitos ainda se sentem. A insolvência da Goody é um dos mais visíveis para a BD, mas a Planeta DeAgostini e a Salvat também ficaram credoras de dívidas astronómicas. Se no caso daquela, a situação afectou a normal distribuição dos coleccionáveis dedicados a Tintin e aos Schtroumpfs, no caso desta última, este acontecimento possivelmente inviabilizou o prolongamento do colecção Graphic Novels Marvel e/ou a aposta noutro coleccionável similar.

E, quanto às outras editoras que distribuíam em bancas - Devir, G. Floy, Polvo - possivelmente nunca saberemos os feitos que esta falência teve.

- Amadora BD

Uma edição penosa, pelo falta de informação ou informação tardia, pelo desinvestimento a todos os níveis, pela ausência de convidados sonantes capazes de atrair público, pelo menor número de exposições, pelo desprezo e descredibilização dos próprios Prémios Nacionais de BD.

Apesar do bom número de edições lançadas, bom número delas na presença dos autores, algo vai muito mal no reino da Amadora e esta é uma situação que se tem agravado ano após ano.

(clicar na imagem para a aproveitar em toda a sua extensão)