09/04/2019

Príncipe Valente: 1938

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Volto - ainda… - ao Príncipe Valente - a propósito mais uma vez da colecção integral que a Planeta DeAgostini está distribuir em bancas e quiosques, para chamar a atenção para dois pontos marcantes deste volume - do ano de 1938, portanto.
O primeiro tem a ver com o progressivo ajuste do rumo da série. O tom fantástico - evidente nos monstros e nas bruxas vistos em 1937 - progressivamente vai desaparecer para ser substituído por um (bem mais) interessante realismo que, apesar do carácter aventuroso que predomina, se evidencia pelo destaque dado a sentimentos como a paixão, o amor, a amizade ou a honra.
O desaparecimento dessa componente - algo inverosímil no contexto que conhecemos hoje - surge realçado logo no episódio inicial, em que Valente combate o embuste do ‘suposto ogre’ com armas similares, que passam por uma manipulação inteligente de um dos sentimentos mais básicos do ser humano: o medo do inexplicável.
A outra referência, é para a sequência que se inicia na página 32 (deste volume) e culmina na (incontornável) vinheta inferior da prancha reproduzida na página 37 - a 71.ª prancha da saga, mostrada aqui a cores e a preto e branco e parcialmente reproduzida nas guardas do volume - considerada por muitos a mais bela prancha de Foster - e acreditem que a escolha não é fácil!
Nela, Valente e o príncipe Arn, rivais na luta pelo coração da bela Ilene, juntam forças para a libertar dos seus captores. Iniciada com um combate entre ambos, a sequência rapidamente se transforma numa aliança - mesmo que com contornos passageiros - para o combate ao inimigo comum. Na perseguição, uma vez chegados à ponte de Dundorn Glen, Valente oferece-se para ficar para trás e fazer frente a um bando de inimigos que se aproxima, enquanto Arn parte para tentar libertar Ilene.
O final trágico que se seguirá - invulgar então como hoje nas bandas desenhadas de herói - aponta claramente para a já referida mudança de paradigma da criação de Foster.
Outro aspecto fundamental deste episódio, é a oferta por Arn, ao protagonista, da famosa Espada Cantante (felizmente não ‘Cantarina’ (!) como surgia no folheto de apresentação desta colecção), que a partir daí o acompanhará (quase) sempre. Uma espada - supostamente…? - mágica, forjada e encantada ao mesmo tempo que a famosa Excalibur, cujos ‘poderes’ só seriam efectivos quando brandida por alguém de coração puro…

Príncipe Valente: 1938
Hal Foster
Planeta DeAgostini
Brasil, distribuição em Portugal em Abril de 2019
230 x 315 mm, 64 p., cor, capa dura
5,99 €

(capa disponibilizada pela editora, pranchas provenientes de edições norte-americanas; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)

1 comentário:

  1. Mal comprei fui logo a procura... Ate fiz uma festa quando vi que era a Cantante! Lol

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