08/09/2020

La Espada Salvaje de Conan #2

Em território desconhecido…








Se li o primeiro tomo desta (bela) colecção sob o efeito da nostalgia e de memórias bem vivas, confesso que este segundo volume significou a entrada em território desconhecido, com um misto de receio e vontade de descoberta.
Receio, porque não queria desfazer a imagem forte que as primeiras histórias de Conan ainda hoje têm em mim.
E vontade de descoberta se, esse impacto, essa força, se deviam apenas à nostalgia ou se havia (mais) vida em Conan para além delas.
A resposta é um iniludível sim - com grande satisfação do leitor que há em mim - e ainda bem que me atrevi a ler, pois isso proporcionou-me uma consolidação - em termos pessoais - do universo do cimério, numa conseguida combinação de violência, sensualidade, fantástico e bruxaria, com um protagonista falsamente desinteressado e interesseiro, como muitas vezes provam as acções diferentes das palavras.
A atitude belicosa e independente, a sucessão se situações a um tempo similares e diferentes, os co-adjuvantes interessantes - e tantas vezes belas! - e a atracção pelo desconhecido e pelo perigo mantêm hoje - como há 50 anos, quando estas bandas desenhadas foram publicadas, como há quase um século, quando Robert E. Howard criou Conan - todo o interesse e força destas narrativas, que convém (re)descobrir.
E, como entre este volume - com o traço personalizado, vigoroso e forte de John Buscema - e o anterior apenas se mantêm a figura central, o bárbaro Conan, e o escritor, Roy Thomas, isso só abona em favor de ambos; o primeiro, por ser uma autêntica força da natureza - e dos romances de cordel e da BD - e o outro, argumentista de eleição, por ter sido capaz de o manter assim relato após relato - adaptando os originais ou criando novos, com uma linguagem a um tempo arcaica, grandiloquente e capaz de manter o leitor suspenso das suas palavras que nos relatam os feitos de Conan.

La Espada Salvaje de Conan #2
La maldición del no muerto y otros relatos
Inclui conteúdos de The Savage Sword of Conan #1-#4 (EUA)
Roy Thomas (argumento)
John Buscema com Tony DeZuniga, Pablo Marcos e Alfredo Alcalá (desenho)
Panini Cómics
Espanha, Agosto de 2020
205 x 275 mm, 208 pp., pb, capa dura
ISBN: 9788413345574
20,00 €

(capa disponibilizada pela Panini; clicar nas imagens para as aproveitar em toda a sua extensão)

3 comentários:

  1. As melhores histórias do Conan são as do Buscema com aquela arte final do DeZuniga que aprimora e respeita o traço do mestre.

    Buscema antes de falecer ainda voltou ao Conan em 1999 com a mini Death Covered in Gold (1999) mas já não era a mesma coisa.

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  2. Tenho pena das minhas Espadas Selvagens da Editora Abril não terem sobrevivido até hoje, o papel nem era digno dos desenhos do Buscema.

    A Espada teve outros bons artistas convidados, como Gil Kane e Neal Adams, mas Buscema era o mais consistente em termos de participações e qualidade, a escrita de Roy Thomas "casava" de maneira excelente com a arte, desenho e escrita pareciam vir da mesma pessoa.

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  3. A Savage Sword 11 deve ser a minha história longa preferida, tem o meu painel preferido, com o Conan a espetar uma espada debaixo do queixo de um fulano que não o deixava entrar.

    https://comics.ha.com/itm/original-comic-art/panel-pages/john-buscema-and-yong-montano-savage-sword-of-conan-11-page-25-original-art-marvel-1976-/a/827-43167.s

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