24/11/2021

Tango #2/#3


A(s) aventura(s) continua(m)

Um pequeno iate, paragens exóticas, belas mulheres, encontros inesperados, a aventura ao virar da esquina - ou em qualquer porto onde se faz escala - Tango (nome de série e do protagonista) é uma daquelas bandas desenhadas de aventuras, na linha daquelas que fizeram escola nos anos 1960-70 e que continuam a ter (muitos) apreciadores.

Literatura gráfica sequencial, assenta num argumento escorreito e suficientemente desafiador, com as surpresas a sucederem-se, a par de algumas situações impossíveis, momentos de grande tensão e adrenalina a rodos. E, em simultâneo, num desenho realista eficiente e chamativo, anatomicamente correcto, tal como é correcto ao nível dos cenários naturais ou urbanos - mas a que, pessoalmente, continuo a acabar que falta qualquer coisa, talvez uma maior composição dos fundos e balões menos espaçosos…

Como é normal nestes casos, uma vez lançado o protagonista - dotado já de um companheiro de rota, o argentino Mário - há que ir revisitando o seu passado, descobrindo nele razões para ser quem é hoje e as opções de vida tomadas.

Servem para isso os sucessivos encontros com personagens que Tango (maioritariamente) preferia ter deixado para trás, ou com aqueles a quem a vida obrigou a abandonar.

Em territórios paradisíacos, onde parecem abundar os traficantes, os assassinos, os agentes da lei corruptos e os criminosos de grandes escala, o protagonista enfrenta as sucessivas ameaças com alianças ocasionais - mesmo que elas sejam geralmente interesseiras ou com segundas intenções.

Se este resumo vos soa a algo já conhecido, mas mesmo assim desafiador, então com certeza esta é uma banda desenhada à vossa medida: muita acção, acontecimentos inesperados e a certeza que no final - ou no espaço em branco que medeia entre dois álbuns… - tudo vai ficar bem. Desfrutem-na, por isso: o divertimento puro, também é saudável.


Nota final

Três álbuns em quatro meses merece registo. Permite agarrar os leitores e alimentá-los de forma recorrente. Que assim continue, é o que se deseja…

Numa boa edição - capa bem dura, bom papel, impressão inatacável, formato generoso - falta a referência - as capas… - aos outros volumes já publicados. Para informação aos leitores ocasionais, logo para bem da própria editora.


Tango #2 Areia Vermelha
Tangio #3 À sombra do Panamá
Matz (argumento)
Philippe Xavier (desenho)
Gradiva
Portugal, Setembro/Novembro de 2021
233 x 313 mm, 72/56 p., cor, capa dura
16,50 €

(imagens disponibilizadas pela Gradiva; clicar nesta ligação  e também nesta para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão)

3 comentários:

  1. Esta série está a ser uma excelente surpresa deste ano!
    Tinha comprado o primeiro por curiosidade e agarrou-me logo para o segundo e agora este terceiro. Espero que os restantes 3 já editados também saiam cá com a mesma frequência.
    Gradiva de parabéns!

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  2. A léguas de um Bernard Prince mas, ainda assim, muito bom. Que a Gradiva continue neste ritmo e que os restantes 3 saiam brevemente

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