22/02/2024

Tempo

...
ou o que f(i)azemos dele



Há livros com títulos longos e desafiadores - e como eu gosto desse tipo de título… - e há outros que nos dizem de imediato ao que vamos, embora sem retirar o prazer da descoberta.
Tempo, de Jorge Pinto, Evandro Renan e Talita Nozomi obviamente entra na segunda categoria.

E é um relato, não pacífico mas talvez pacificado, sobre aquilo que fazemos com o tempo, como o vivemos e como o usamos para recordar - ou viver.

Porque por muito que possam dizer que ‘recordar é viver’ - e isso até seja importante em certos momentos para nos situarmos na (nossa) vida(, na e outros) e no local onde estamos - não há nada como viver o presente. Obviamente com a carga, o historial - as tais ‘recordações…’ - que carregamos como parte integrante de nós.

Tendo como um dos pontos de referência um (curioso) calendário vegetal que existiu em Amarante, Jorge Pinto que já nos tinha proporcionado Amadeu, traz-nos agora um relato introspectivo sobre as consequências das nossas escolhas ao longo da vida e sobre o uso do tempo que elas reflectem.

Mais do que seguir o pedaço da história do protagonista que nos é exposto - e não posso deixar de fazer o paralelismo com Loire, de Étienne Davodeau que foi leitura recente aqui, embora tanto separe os dois livros - também em Tempo nos é aconselhado um balanço sobre como o usamos - na verdade, sobre como vivemos e para quê.


Tempo
Jorge Pinto (argumento)
Evandro Renan e Talita Nozomi (desenho)
Iguana
Portugal, Fevereiro de 2024
170 x 240 mm, 104 p., cor, capa cartão com badanas
17,45 €

(imagens disponibilizadas pela Iguanaclicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)

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