15/11/2024

Chevalier Ardent - Histórias Curtas


Outra vez, outro herói

Na sequência do texto que dediquei há poucas semanas às histórias curtas de Michel Vaillant, abordo de novo esta temática na óptica das grandes séries franco-belgas da revista Tintin.
A razão - desnecessária - é o facto de em pouco tempo ter encontrado três dos (quatro?) álbuns que recolhem relatos curtos de Chevalier Ardent.

Juntamente com o piloto já referido e com o jornalista-detective Ric Hochet, o cavaleiro da Idade Média criado por François Craenhals completa, possívelmente, o trio de personagens realistas com mais histórias curtas publicadas ao longo dos anos na Tintin Pocket Séléction, Super Tintin e em números especiais. Esta é uma contabilidade intuitiva, fruto das leituras feitas, sem confirmação efectiva, mas julgo que só serão suplantados em número de relatos por uma ou outra série humorística, com Cubitus e Robin Dubois à cabeça.

No caso do Chevalier Ardent, os seus relatos curtos foram compilados no sexto volume da sua edição integral, há muito desaparecido das livrarias e mesmo dos mercados de segunda mão.

Tal como acontece com Michel Vaillant, estas histórias de poucas páginas, protagonizadas por Ardent, servem fundamentalmente para conhecermos melhor um senhor feudal, impulsivo mas humano e justo, preocupado sinceramente com aqueles que vivem nos seus domínios e implacável para os que os tentam de alguma forma fazer-lhes mal. Aqui e ali, estas histórias, com páginas suficientes para terem conteúdo e consistência, roçam tangencialmente o fantástico, pelo menos na aparência, geralmente de origem bem humana mas pontualmente com um toque de sobrenatural, o que confere uma outra capacidade de sedução a essas narrativas.

Em Portugal, muitas destas histórias foram publicados - e republicadas - quer na revista Tintin, quer nos seus vários sucedâneos, bem como no Mundo de Aventuras. Foi nesta última publicação que descobri muitas delas pela primeira, num preto e branco que ajuda a ver a qualidade do traço realista e dinâmico de François Craenhals, a quem a cor nem sempre fez justiça.


Chevalier Ardent - La Salamandre
François Craenhals
Rijperman, 1988
220 x 295 mm, 48 p., cor, capa dura


Chevalier Ardent #3 - Le chien des Arboë
François Craenhals
Éditions Horus, 1979
220 x 295 mm, 48 p., pb, capa mole


Chevalier Ardent - Sang de Boeuf
François Craenhals
Rijperman, 1989
220 x 295 mm, 40 p., cor, capa dura

(imagens recolhidas no site BDGest Bedetheque; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre o tema destacado)

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