09/02/2011

Zona Negra #2

Adelina Menaia, André Adonis, André Oliveira, Carla Rodrigues, Carlos Páscoa, Catarina Guerreiro, César Évora, Diana David, Diogo Campos, Fil, Gabriel Martins, JB Martins, João Figueiredo, João Raz, LLL, Locato Buscaglia, Manuel Alves, Miguel Gabriel, Miguel Santos, Pedro Carvalho, Ricardo Correia, Ricardo Reis, Rodolfo Buscaglia, Rui Alex, Sónia Brochado, Sónia Oliveira, Véte, Z! (argumento e/ou desenho)
Associação Tentáculo (Portugal, Novembro de 2010)
190 x 270 mm, 98 p., pb, brochada com badanas, 11,50 €


1. A simples existência de um projecto como o Zona já é para mim extremamente positivo.
2. Pelo espírito de iniciativa, pela continuidade (6 números em menos de 2 anos), pela sua qualidade média, por ser um espaço disponível para os jovens autores publicarem.
3. Esse é aliás o seu propósito base: “O projecto Zona, fundado em 2009, tem como objectivo principal o desenvolvimento e divulgação da banda desenhada e ilustração em Portugal. Encontra-se no entanto aberto a participações de outras áreas artísticas, tais como fotografia ou prosa, por exemplo.”
4. O que faz da sua principal qualidade (a abertura a todos) também a sua principal pecha. Porque – em minha opinião, vinco bem – algumas das obras publicadas não reúnem a qualidade mínima necessária para a dimensão que o projecto entretanto atingiu, em termos gráficos e de divulgação.
5. Tanto foi assim, que os seus responsáveis – Fil e André Oliveira – sentiram a necessidade de criar a Associação Tentáculo, para gerirem satisfatoriamente o projecto.
6. Por tudo isso, quase 2 anos e 6 números depois, penso que se imporá em breve a necessidade de uma escolha:
7. Manter o actual esquema, já testado e funcional, que assenta muito bem em números temáticos que ajudam a dar uma linha condutora a cada publicação e facilitam a sua associação a outro tipo de eventos, mesmo para lá da BD, e potenciam a sua divulgação…
8. … ou dar um passo em frente. O que significará, na prática, evoluir para uma publicação mais profissionalizada, eventualmente pagando aos autores publicados, de certeza tendo uma malha mais apertada na sua selecção (e eu sei por experiência própria do Comicarte, do Quadrado, da colecção Quadradinho…, os problemas que isso acarreta). Malha que agora não é tão evidente porque, se é verdade que alguns autores revelam já uma apreciável maturidade – gráfica e/ou narrativa – que justifica sem dúvida a publicação, outros teriam ainda muito caminho a percorrer antes de chegarem a um projecto como o Zona.
9. Ambas as escolhas são possíveis, ambas as escolhas são válidas.
10. A primeira, mais simples e já testada, manterá a Zona no rumo actual.
11. A segunda, sem qualquer dúvida, é mais arriscada e complicada: em termos organizativos, financeiros, na recolha de material com a qualidade mínima exigível, para mais num mercado (inexistente) como é o português…
12. Mas será, sem dúvida também, mais estimulante para quem ler a Zona e, acredito, para quem encabeça o projecto, podendo deixar marca e marcar realmente a diferença.
13. Qualquer que seja a opção, longa vida à Zona!
14. Longa vida que passa por ir lendo os números já publicados, (re)descobrindo, potenciais valores da banda desenhada nacional.

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