19/04/2011

Onslaught Unleashed #1 e #2

Mini-série em 4 edições
Sean McKeever (argumento)
Filipe Andrade (desenho)
Ricardo Tércio (cores)
Dave Lanphear (legendas)
Humberto Ramos, Morry Hollowell, Rob Liefeld (capas)
Marvel Comics (EUA, Fevereiro e Março de 2011)
170 x 210 mm, 32 p., cor, comic-book, mensal, $3,99 US

Resumo
O rapto de Toro, um dos Young Allies, leva este grupo de super-heróis (de que também fazem parte Nomad, Spider-Girl, Gravity e Firestar) e também os Secret Avengers (Steve Rogers/Captain America, Black Widow, Moon Knight, Beast, Ant-man e Sharon Carter) até à Colômbia, onde terão de enfrentar o renascido vilão Onslaught.


Desenvolvimento
Se os comics de super-heróis não são a minha BD de eleição, são-no ainda menos quando envolvem um grande número de protagonistas, como é o caso, e argumentos com múltiplas referências cruzadas que me deixam (e a muitos mais, acredito) completamente perdido. Foi o que aconteceu com esta mini-série, sendo que terminei a leitura do primeiro número volume com a sensação de que praticamente nada se passara…
Sensação que se atenuou no segundo número, com o enredo a ganhar contornos mais nítidos, estando na sua base o regresso de Onslaught, um obscuro vilão da vasta galeria Marvel, que é a encarnação do lado negro do Professor Xavier, e que, como não podia deixar de ser, pretende vingança.
Por isso, a minha atenção – ao contrário do que é habitual – prendeu-se mais nos aspectos gráficos, entregues a dois portugueses: Filipe Andrade e Ricardo Tércio.
E, por este lado, confesso, valeu a pena. Andrade tem um traço dinâmico, com personagens com corpos longilíneos e capazes de estranhas contorções que parecem por vezes desprovidos de esqueleto interno, o que, se soa estranho lido, permite uma mobilidade extrema que faz toda a diferença neste tipo de narrativa. É verdade que os rostos são menos precisos nos detalhes, por vezes mesmo inexpressivos, mas a verdade é que o conjunto funciona bem.
Mais a mais, porque está enquadrado por uma planificação diversificada, muitas vezes com vinhetas sobrepostas ou inseridas dentro doutras, capaz de, em simultâneo, detalhar pormenores e mostrar o conjunto, o que dota a narrativa com o ritmo vivo desejado.
Quanto à cor de Ricardo Tércio, adapta-se bem ao traço de Andrade e às inflexões do argumento de McKeever, utilizando tons (geralmente escuros) diferentes para identificar a actuação das diversas personagens e contribuindo para uma maior legibilidade da história. Pessoalmente, acredito que vale a pena perder (ganhar…) algum tempo a apreciar como ele consegue destacar (quase) em cada vinheta os pontos fulcrais da acção ou os protagonistas apenas com a variação dos tons.


A reter
- O trabalho gráfico de Filipe Andrade, que assina nesta mini-série o primeiro trabalho de algum fôlego de um autor português para a Marvel.
- A cor de Ricardo Tércio.
- O bom trabalho editorial da Marvel que incluiu, no primeiro comic, oito páginas com um resumo da saga de Onslaught e, no segundo, uma entrevista com Sean McKeever.


Menos conseguido
- O argumento, algo confuso.
- As capas de Ramos e Liefeld. Sei que devem ser um contributo importante para aumentar as vendas da mini-série, mas confesso que gostaria de ver como Filipe Andrade responderia se tivesse tido a oportunidade de as fazer.

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