14/09/2011

J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga

#76 – A história de Jason
Giancarlo Berardi e Lorenzo Calza (argumento)
Ivan Calcaterra e Antonio Marinetti (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Março de 2011)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
4,00 €

Até que ponto uma (longa) pena de prisão é eficaz? Tem maiores benefícios ou prejuízos? E como fazer a reinserção de quem esteve (muito tempo) preso?
O ser humano é (só) bom ou (só) mau? Não há meio-termo? As condições de vida, o meio, o local, a educação, potenciam o que cada um de nós é?
Estas e outras perguntas (não) são respondidas por Julia em mais uma história (ia escrever aventura, mas as narrativas que Julia protagoniza estão mais próximas da vida real do que da ficção aventurosa…) em que a criminóloga (mais uma vez) auxilia a polícia de Garden City, na ocasião a descobrir um assassino implacável que transformou um simples assalto a uma loja de conveniência numa execução.
Esta é A História de Jason, que passou a maior parte da sua vida adulta na prisão.
É a história de Marilou, vítima da guerra do Iraque, largada (abandonada) no mundo pelo exército, pelo país, que serviu após um acidente em que perdeu as pernas.
É a história de como o destino os juntou, rumo a um final feliz? (Ou apenas a um final – só - adiado?)
Uma história – mais uma – escrita de forma ponderada por Berardi e Calza - figurantes involuntários de uma azeda troca de palavras entre Julia e Webb - em que cada cena, cada diálogo, cada prancha, cada vinheta, cada citação (literária, cinematográfica, musical) tem um lugar e um propósito e deve ser lida, explorada de forma atenta, para perceber não só o que Berardi e Calza (d)escreveram mas também o que deixaram para o leitor intuir.
E pensar. Porque, como já escrevi atrás, sim, eu sei, as histórias de Julia são daquela ficção que tanto se assemelha – que bebe a sua inspiração – na mais (im)pura realidade. E a cujas perguntas, só essa (im)pura realidade pode dar resposta.
Ou não.

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