12/07/2012

Franco Caprioli

No centenário do desenhador poeta












Colecção J.M. #4
Jorge Magalhães (texto)
C.M. Moura (Portugal, Junho de 2012)
208 x 290 mm, 56 p., cor, brochado


1.       Num país pouco dado à defesa do seu património (também aos quadradinhos), não é demais destacar e enaltecer o trabalho que, paulatinamente, a Câmara Municipal de Moura (através do labor de Carlos Rico) tem desenvolvido nesta área.
2.      Não só pelo Salão Internacional de Banda Desenhada, que atingirá a sua 18º edição em 2013…
3.      … mas principalmente pelos valiosos catálogos que vem editando, dedicados aos autores homenageados em cada salão…
4.      … ou na “Colecção J.M.” (Jorge Magalhães, entenda-se) onde, depois de “Banda Desenhada e Ficção Científica – As madrugadas do futuro”, “O ‘Western’ na BD Portuguesa” e “Vítor Péon e o ‘Western’ – De Denver Bill a “Tomahawk” Tom”…
5.      … surge agora “Franco Caprioli - No centenário do desenhador poeta”, edição integrada na comemoração do centenário de Franco Caprioli.
6.      Esta recuperação de algum do património nacional aos quadradinhos, tem tido como sustentáculo o saber e a erudição de um dos maiores conhecedores da BD nacional, Jorge Magalhães, responsável pela formação de muitos leitores de quadradinhos – nos quais me incluo - no tempo em que a existência de revistas periódicas o permitia…
7.      Agora, debruçou-se sobre a obra de Franco Caprioli, um mestre clássico e um virtuoso do desenho, cuja biografia traça de forma sóbria, sem ser exaustivo mas destacando os seus principais momentos, a sua técnica apurada e original (baseada num magnífico traço fino e no uso de pontilhado para definir sombras e volumes) asa suas preferências e motivações, as obras que criou e onde foram publicadas...
8.     Como complementos, são indicadas todas as publicações nacionais que reproduziram obras do mestre italiano, uma lista longa e que me surpreendeu pela quantidade de álbuns editados com a sua assinatura, e é reproduzida, a cores, um episódio da série "Olac, the gladiator", realizado para a "Tiger Annual", em 1962.
9.      A edição, em papel brilhante, de boa gramagem – que merecia uma capa mais consistente ou no mínimo lombada quadrada – é profusamente ilustrada, quase sempre a cores – uma agradável surpresa para quem, como eu, sempre tinha lido Caprioli a preto e branco - constituindo-se assim um importante elemento, não só de divulgação mas também de consulta.
10.  Fica o lamento – apenas – em relação à sua curta tiragem (500 exemplares) e fraca (inexistente?) distribuição, que não permite que chegue a todos os leitores que o texto de Jorge Magalhães e a obra de Caprioli mereciam.



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