Durante décadas, títulos como o Mosquito, Cavaleiro Andante,
Mundo de Aventuras, Tintin ou Jornal do Cuto acompanharam e fizeram sonhar os mais novos (e não
só). Agora, depois de uma longa ausência, as revistas de BD voltam a marcar
presença nos quiosques portugueses.
Descubra quais os títulos distribuídos mensalmente em Portugal já a seguir.
Na verdade, desde o início do ano, mensalmente são cerca de
uma dezena de títulos diferentes, a que se devem juntar outras revistas que,
não sendo exclusivamente de BD, também publicam histórias aos quadradinhos,
como a Disney Júnior, a Winx Club ou a Invizimals.
Se durante décadas, as revistas de BD constituíam o
principal divertimento dos mais novos, com a diversificação das ofertas de
entretenimento – televisão, videojogos… - e o crescimento do segmento dos
álbuns, a banda desenhada foi perdendo visibilidade e leitores. Assim, se entre
os anos 40 e 80, era normal chegar a um quiosque e encontrar dezenas de títulos
diferentes, para todos os gostos, idades e bolsas, na última década quase
desapareceram.
Títulos como O Mosquito
ou o Mundo de Aventuras, com mais de
1500 números publicados, ou outros como O Papagaio, Diabrete, Cavaleiro Andante, Camarada, Zorro, Tintin, Jornal do Cuto ou Jornal da
BD, que marcaram indelevelmente os seus leitores, tiveram sempre a
companhia de edições menores (na qualidade, no papel, no preço…) mas igualmente
populares, como Condor, Falcão, Mickey, Pato Donald e
outros, que ajudavam a garantir um espaço regular nos escaparates e a
indispensável visibilidade.
Agora, neste regresso, as “hostilidades” foram reabertas há
cerca de ano e meio, quando as revistas Disney, após um interregno de meia
dúzia de anos, voltaram a ser publicadas em português. A oferta Disney inclui a
Comix (que é semanal), a Hiper (mensal), a Disney
Especial (com edições temáticas – está à venda a que é dedicada às
aventuras futebolísticas de patos e ratos), a BIG (com algumas histórias clássicas) e a Minnie & Friends.
Esta última, dirigida especialmente às meninas, revela uma
atenção especial da Goody para com as leitoras mais jovens – que durante muito
tempo foram esquecidas por quem editava quadradinhos – que, ao entrar na
adolescência, encontram também mensalmente uma outra edição Disney. É a Real Life, centrada nas aspirações amorosas
de três jovens londrinas, às voltas com o rapaz ideal e com as potencialidades
e perigos das redes sociais. A edição portuguesa de Real Life, que já vai no n.º 3, foi lançada em simultâneo com a
edição espanhola e antes das versões italiana e francesa.
Para leitores de todas as idades, igualmente há três meses
surgiu a Simpsons Comics, com histórias
inéditas da família mais amarela da televisão. Retomando as bandas desenhadas
originais norte-americanas em ordem cronológica, este mês propõe uma história
especial que combina o universo dos Simpsons com os do super-herói Radioactive
Man e o dos desenhos animados Itchy and Scratchy.
Este ano, aliás, tem sido pródigo em novas edições aos
quadradinhos, pois desde Fevereiro estão disponíveis edições dos principais
super-heróis da Marvel, Vingadores, X-Men e Homem-Aranha Superior, correspondentes ao reinício do seu universo designado
como Marvel Now. São revistas mensais que têm, regularmente, companhia de uma
edição especial, com mais páginas e arcos completos que nalguns casos
complementam as publicações mensais. Em Junho, os apreciadores de super-heróis
puderam ler Capitão América: Perdido na Dimensão X e Julho vai trazer-lhes Homem de Ferro: Acreditar.
Em relação a tempos idos, há algumas mudanças nas revistas
de BD: maiores cuidados editoriais, melhor papel, um maior respeito pelas obras
originais e a diversificação dos pontos de venda, uma vez que a diminuição de
bancas e quiosques faz com que surjam também em hipermercados e em cadeias de
livrarias, facilitando a procura a quem deseja reencontrar os heróis que o
acompanharam na infância e juventude.
Como acontecia quando abundavam as revistas portuguesas, regularmente
chegam aos quiosques nacionais diversas edições de banda desenhada brasileiras.
Entre as edições da Panini, com o humor da Turma da Mônica e
os super-heróis da Marvel e DC Comics, ou da Mythos Editora, com os westerns Tex
e Zagor e o policial de contorno humano J. Kendal – Aventuras de uma
criminóloga, são cerca de meia centena de títulos, quase para todos os gostos e
bolsas.
Estas revistas, apesar de alguns problemas de distribuição e
dos cerca de seis meses de atraso que trazem em relação à publicação no Brasil,
aumentam bastante a oferta, que crescerá em Setembro quando chegar Juiz Dredd Megazine (também da Mythos), com
algumas das melhores séries e autores da revista britânica 2000 AD.
(Versão revista do texto publicado no Jornal de Notícias de
24 de Junho de 2014)
Dredd vai sair plas nossas bandas, boa noticia!
ResponderEliminarRealmente estamos a passar uma optima fase de bd nas bancas, espero que dure muito tempo!
Sim, Head-Jam,
EliminarDredd vem a caminho. Estamos perdidos!
Boas leituras!
Como grande consumidor de BD na minha adolescência (já lá vão uns 15 anos desde que deixei de comprar), e tendo em conta o que existia na altura, não diria que é uma óptima fase... Mas olhando para os últimos anos, é uma melhoria, sim.
ResponderEliminarCaros Head-Jam e Anónimo,
EliminarHá muita BD à venda neste momento? Comparando com o panorama há 15 ou mais anos, não. Comparando com há 2, 3 ou 5 anos atrás? Sem dúvida.
Copo meio cheio ou meio vazio? Há que beber. Ou seja, aproveitar para ler o que existe, para que mais possa aparecer!
Boas leituras!
As revistas brasileiras têm alguns problemas de distribuição? lol. Posso dizer que da Mythos nunca vi nada de Tex à venda em Aveiro. Ainda houve uns meses em que um quiosque recebia Zagor e Zagor Extra e outro que recebia Júlia, mas também nunca mais se viram. Já sei que se quiser comprar o Judge Dredd tenho de pedir antecipadamente à distribuidora e vamos ver como irá ser. Pois estou habituado a trocar mails com a Urbanos e não com a Vasp, e portanto não sei se eles dão importância às solicitações do público.
ResponderEliminarJudge Dredd apesar do interresse já sei que não vou achar aqui porque ou a banca não recebe e as que recebiam ou fecharam ou mudaram de bds que vendem.
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