Li Death Note – 12
volumes de 200 páginas… - de uma vez só, numa mini-maratona de uma semana
(mesmo assim com outras leituras pelo meio…), o que veio confirmar a ideia que
eu tinha: estamos perante uma excelente série, que justifica uma leitura assim.
Integral.
A história base é conhecida: um deus da morte perde o
caderno onde escreve os nomes de quem deve matar no mundo dos humanos e ele é
encontrado por Light Yagami, que decide utilizá-lo para eliminar criminosos e
criar um mundo ideal.
As sucessivas mortes provocam a desconfiança da polícia que,
orientada por L, um misterioso mas muito competente investigador, se aproxima
cada vez mais de Light. Este confronto entre L e Kira (o nome dado ao
super-assassino em série) dura cerca de seis números.
Uma vez concluído, entram em liça Near e Mello, sucessores
naturais de L, que empreendem, cada um por seu lado, com métodos diferentes, a
caça a Kira.
Apesar de tudo o que atrás fica escrito, esta série
fundamentalmente policial – apesar do tom fantástico e sobrenatural que está
inerente ao tema – praticamente não tem acção, desenvolvendo-se os sucessivos
confrontos no plano cerebral. A intriga, intrincada e muito bem urdida por
Tsugumi Obata, enleia e prende o leitor, nas sucessivas voltas dadas por Light
e L, Near ou Mello, o primeiro tentando afastar as suspeitas que recaem sobre si (ou sobre os outros Kira entretanto surgidos), os outros
tentando provar que o suspeito é realmente o culpado.
Se sensivelmente a meio há algum esmorecimento da tensão, a
verdade é que a trama rapidamente volta a ganhar interesse e a subir a fasquia
do confronto mental, num crescendo que explodirá finalmente no último volume,
quando o final é atingido.
Final que, coerente, credível e possivelmente o mais
acertado, não deixa de ser uma grande surpresa, até porque é totalmente
inesperado até poucas páginas do desfecho.
No final, de uma leitura altamente aconselhável – e por cuja
edição integral, em português, num prazo relativamente curto (cerca de 3 anos)
a Devir merece os maiores parabéns – para além da sensação de se ter lido uma
daquelas obras que marcam o leitor, ficam ainda algumas questões importantes,
possivelmente sem respostas cabais mas merecedoras de reflexão: Até onde pode
cada um de nós sobrepor-se à justiça? O que é um mundo ideal? Os fins
justificam os meios?
Death Note #1 a #12
Tsugumi Ohba (argumento)
Takeshi Obata (desenho)
Devir
Portugal, 2012-2015
130 x 190 mm, 200 p., pb, brochado
9,99 € cada volume
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