27/10/2015

Leitura Nova: Billie Holiday









A Levoir e o jornal Público apresentam a edição de mais uma Novela Gráfica inédita.


Para comemorar o 100.º aniversário de nascimento da deusa do Jazz, editamos a biografia de Billie Holiday, uma obra de dois consagrados autores argentinos, Muñoz e Sampayo, vencedores de varios prémios em Angoûleme.
Billie Holiday nasceu em Baltimore em 1915 e morreu em Nova Iorque em 1959, converteu-se numa mítica cantora de Jazz. Ainda hoje é considerada “a voz” que nos comove. Neste livro a história desenrola-se à volta da escrita de uma noticia pedida a um jornalista nova iorquino.
Este profissional dos media tenta reconstruir a biografia da artista, procurando para além dos escândalos públicos na vida da estrela ( abusos, droga, violência, álcool, etc ) a verdade junto de quem com ela privou.
Muñoz e Sampayo conseguem retratar num fundo de racismo e desgraça o mundo do blues e a ascensão e queda de uma das maiores representantes da época de ouro do jazz.
O livro é editado em capa dura, edição de coleccionador e será comercializado a partir de dia 5 de Novembro, com o jornal Público, por 11,90€.

JOSÉ MUÑOZ E CARLOS SAMPAYO
Nascido em 1942, em Buenos Aires, José Muñoz estudou desenho na Escola Pan-Americana de Artes, onde foi aluno de Alberto Breccia e conheceu Hugo Pratt, os autores que mais influenciaram o seu estilo.
Aos 18 anos, começou a trabalhar como assistente de Solano Lopez (o desenhador de El Eternauta, uma obra-prima da BD argentina, escrita por Oesterheld) e pouco depois substituiu Hugo Pratt como desenhador de outra série criada por Oesterheld, Ernie Pike.
Em 1972, o agravar da situação política leva-o a exilar-se na Europa, onde ainda vive, entre Paris e Milão, depois de ter passado por Inglaterra, Espanha e por Itália. A sua carreira tem sido feita ao lado do seu amigo e compatriota Carlos Sampayo, mas colaborou também com Jerome Charyn — e até com Archie Goodwin, numa história do Batman.
José Muñoz ganhou o Grande Prémio de Angoulême em 2007.

Carlos Sampayo nasceu em 1943, também em Buenos Aires. Definindo-se como “um boxeur amador até ao dia em que fiquei K.O. por me ter distraído a olhar para um cartaz publicitário”, Sampayo trabalhou em publicidade, até se dedicar a tempo inteiro à BD como argumentista, colaborando sobretudo com Muñoz, mas também com Igort e com Oscar Zarate. Em finais de 1972, decide deixar a Argentina e ir viver para Espanha, onde ainda hoje reside.

A colaboração entre os dois autores nasceu num aeroporto e amadureceu noutro. Tudo começou em 1974, no aeroporto de Londres, quando Oscar Zarate (desenhador argentino que trabalhou com Alan Moore em A Small Killing) aconselhou José Muñoz, de partida para Espanha, a contactar com Carlos Sampayo, que então vivia perto de Barcelona. Muñoz tinha, aliás, conhecido Sampayo três anos antes, curiosamente noutro aeroporto, aquando da partida de Zarate para Inglaterra. Da sua colaboração, nasceu em 1975 um herói, Alack Sinner, que valeria aos seus criadores dois Prémios de Angoulême, em 1978 e 1983.

Para além das histórias de Alack Sinner, personagem que atravessa a obra da dupla, estando presente também em Billie Holiday (é o polícia que guardava Billie no hospital, e que se relembra desse facto nas páginas 60-62 desta edição, tendo usado sempre o mesmo relógio que tinha posto naquela altura), Muñoz e Sampayo assinaram muitos outros títulos como Sudor Sudaca, Sophie e Nos Bares. A música é um elemento muito presente na obra da dupla, que para além desta biografia de Billie Holiday, assinou mais recentemente uma biografia em BD de Carlos Gardel.
Embora José Muñoz tenha sido objecto de exposições no Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em 1994, e nos Festivais de BD da Amadora, Porto, Lisboa e Beja, e de alguns episódios de Alack Sinner terem sido publicados nos jornais Lobo Mau e Diário de Lisboa e na revista O Mosquito, Billie Holiday é apenas o segundo livro da dupla publicado em Portugal, depois de Nos Bares, em 2005.


(texto e imagens disponibilizadas pela editora)

3 comentários:

  1. Parece que estou com azar, ou ponho defeito em tudo. Uns porque os heróis são quadrados, outros porque são em espanhol, e este porque Jazz não é assunto que me interesse. Apesar de ser apreciador de Munoz e Sampayo. Gosto bastante de Nos Bares, mas acho que vou passar este.

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  2. Façamos um acordo, só pode queixar-se do acordo ortográfico quem souber escrever "ascensão".

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    1. Hunter,
      Não sejamos mais papistas que o papa - ou 'maometistas que Maomé', em tempos de politicamente correcto... ;)
      Sem ser culpa directa minha, mantendo o tom religioso, penitencio-me de não ter detectado esse erro, bem como outro existente - e entretanto já corrigidos.
      Boas leituras!

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