28/01/2016

Grande Prémio de Angoulême para Hermann







O desenhador belga Hermann Huppen foi ontem distinguido com o Grande Prémio de Angoulême, pelo conjunto da sua 0bra, “uma das mais emblemáticas da BD franco-belga popular” e um prémio para a longevidade de “um dos mais prolíferos autores europeus.

Natural da Bélgica, onde nasceu há 77 anos, Hermann desenhou, a partir de argumentos de Greg, ainda na revista Tintin belga, séries como Comanche e Bernard Princecuja edição parcial pela ASA com o jornal Público terminou ontem – e criou a solo Jeremiah ou As Torres de Bois Maury, bem como mais de duas dezenas de one-shots, muitos deles escritos pelo filho Yves H., como Old Pa Anderson (lançado há apenas uma semana), Sans pardon, Station 16, Une nuit de pleine lune ou O Diabo dos Sete Mares, No total, são cerca de uma centena de álbuns, dos quais sensivelmente metade foram editados em Portugal.
A sua escolha, amplamente merecida pelo seu longo percurso e pelo virtuosismo gráfico que aprimorou ao longo dos anos, vem abafar a polémica – bacoca e sem sentido, como foi muito bem analisado aqui… - em torno da ausência de mulheres nos candidatos iniciais ao Grande Prémio, resolvida à pressão com a inclusão de Claire Wendling - uma interessante ilustradora que não faz BD há 20 anos! – no lote de três finalistas.
Relembro que o Festival de BD de Angoulême decorre de hoje até domingo e que dois dos seus pontos altos são a presença de Katshuiro Otomo, criador de Akira, e a mostra L’Art de Morris – L’Homme qui inventa Lucky Luke, com uma bela quantidade de originais, muitos deles mostrados pela primeira vez. O programa completo pode ser consultado aqui.

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