O desenhador belga Hermann Huppen foi ontem distinguido com
o Grande Prémio de Angoulême, pelo conjunto da sua 0bra, “uma das mais emblemáticas
da BD franco-belga popular” e um prémio para a longevidade de “um dos mais
prolíferos autores europeus.
Natural da Bélgica, onde nasceu há 77 anos, Hermann desenhou,
a partir de argumentos de Greg, ainda na revista Tintin belga, séries como Comanche
e Bernard
Prince – cuja
edição parcial pela ASA com o jornal Público terminou ontem – e criou a
solo Jeremiah ou As
Torres de Bois Maury, bem como mais de duas dezenas de one-shots, muitos
deles escritos pelo filho Yves H., como Old Pa
Anderson (lançado há apenas uma semana), Sans
pardon, Station 16,
Une
nuit de pleine lune ou O
Diabo dos Sete Mares, No total, são cerca de uma centena de álbuns, dos
quais sensivelmente metade foram editados em Portugal.
A sua escolha, amplamente merecida pelo seu longo percurso e
pelo virtuosismo gráfico que aprimorou ao longo dos anos, vem abafar a polémica
– bacoca e sem sentido, como foi muito bem analisado
aqui… - em torno da ausência de mulheres nos candidatos iniciais ao Grande
Prémio, resolvida à pressão com a inclusão de Claire Wendling - uma
interessante ilustradora que não faz BD há 20 anos! – no lote de três
finalistas.
Termino com links para a página que o Festival de BD de
Angoulême dedicou a Hermann e para
o seu site pessoal.
Relembro que o Festival de BD de Angoulême decorre de hoje
até domingo e que dois dos seus pontos altos são a presença de Katshuiro Otomo,
criador de Akira, e a mostra L’Art
de Morris – L’Homme qui inventa Lucky Luke, com uma bela quantidade de
originais, muitos deles mostrados pela primeira vez. O programa completo pode ser consultado aqui.
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