28/04/2022

Tex: A Vingança de Doc Holliday

Diferença


Na sua origem os Tex Gigante (da Mythos Editora), réplicas dos Texone (da Sergio Bonelli Editore - SBE) eram (geralmente) destinados a desenhadores fora do universo de Tex - e mesmo dos outros universos Bonelli. Foi por isso que por eles passarem nomes como Bernet, Buzzelli, Kubert ou Magnus.
Se em tempos mais recentes isto nem sempre tem acontecido, com os Texone entregues aos nomes maiores da casa, não há dúvida que A Vingança de Doc Holliday também se destaca pela diferença. Mas uma diferença diferente, se me permitem escrever assim: é a primeira história do ranger desenhada por uma mulher - Laura Zuccheri, que muitos identificarão como uma das mais profícuas desenhadoras de Julia e que, a propósito, estará presente na 7.ª Mostra do Clube Tex Portugal, em Anadia, nos próximos dias 30 de Abril e 1 de Maio.

7.ª Mostra do Clube Tex Portugal: Exposições e Programa

27/04/2022

Nevada #1

Alicerces



Pode um mercado assentar apenas na edição de obras-primas?
Por muito que custe ou que custe a entender, a resposta é não. Um mercado - seja qual for a sua dimensão - funciona como uma pirâmide em que as obras-primas - como as obras alternativas - são sustentadas pelas edições 'grande público' e pelas obras de 'dimensão média'. Ou seja, por aquele tipo de bandas desenhadas - de humor, aventura.... - que, para além dos leitores regulares do género, são capazes de satisfazer os leitores ocasionais.
Sendo que tudo o que atrás fica escrito - como o que vem a seguir - está sempre dependente dos gostos relativos de cada leitor e, globalmente, dos do tal 'mercado', é por isso que, entre nós, actualmente, predomina um certo tipo de banda desenhada chamado genericamente de 'aventuras'. Com pontos a favor e contra, séries como Mercenário, Guardião, Duke, Thorgal, Tango... têm o seu lugar, são fundamentais até na estruturação de vendas e de conquista de lugar nas livrarias e, enquanto séries, beneficiam do efeito de 'arrastamento' que cada novo volume provoca. Este Nevada, é o exemplo mais recente.

26/04/2022

O Guardião #5 (de #5)

Acção e intriga sob a égide do Vaticano



Durante anos, também pelas vicissitudes de um mercado pequeno, os leitores portugueses de BD temiam apostar em novas séries, pois estas ficavam muitas vezes a meio. Nos anos recentes, este paradigma mudou e são muitas as colecções em publicação regular ou já terminadas. O Guardião - Agente Secreto do Vaticano é o exemplo mais recente, com os seus cinco volumes já editados em português pela Gradiva - e num prazo temporal agradavelmente curto, sensivelmente dois anos.
Banda desenhada clássica de aventuras, apresenta alguns matizes singulares, o primeiro dos quais o facto do protagonista integrar um grupo de elite de homens de acção, criado no interior do Vaticano e conhecido de poucos. A protecção dos segredos da Cúria romana e a intervenção em qualquer lugar do mundo sempre que a situação o exige, são a sua tarefa.

22/04/2022

Colecção Clássica Marvel

Memória

Ter memória(s) é importante. Preservar a(s) memória(s) ainda mais. Divulgá-las contribui para formar melhores pessoas.
Concentrando-me no tema específico deste blog - a banda desenhada - acrescentaria que divulgar a(s) memória(s) contribui para formar melhores leitores. Porque serão mais informados, mais conhecedores do passado, mais capazes de desfrutar d(as leituras d)o presente.
A Colecção Clássica Marvel, que está a ser distribuída aos sábados com os jornais Correio da Manhã e Record, é a memória que espoletou estas linhas.

Lançamento: 25 de Abril e a Banda Desenhada

A Seita/Levoir/Público


20/04/2022

J. Kendall #148

O poder de uma capa



Costuma dizer-se que a capa é a porta de entrada num livro. É dela que, muitas vezes, depende a compra impulsiva de uma obra - ou, em sentido inverso, a recusa dessa compra. Mais a mais, numa publicação regular mensal como é Julia em Itália - e agora também no Brasil, travestida de Júlia - em que a capa pode ter papel preponderante na captação do leitor ocasional ou de passagem.

Lançamento: À procura de Anne Frank

Porto Editora

19/04/2022

O Mercenário #2 e #3

Recomeço

Criado em meados da década de 1980, O Mercenário é uma série de contornos fantásticos, que combina elementos de feitiçaria e alquimia, alguns anacronismos, cenários imponentes e dragões voadores, para criar aventuras empolgantes de recorte clássico.

Lançamentos: Co.Br.A - Operação Goa + Os Covidiotas - Segunda Vaga

Ala dos Livros

15/04/2022

Dampyr: El verdugo negro

Mesmo aqui ao lado...



A presença de Dampyr em Portugal - em edições oportunamente publicadas pela Levoir e por A Seita - não são caso único nas visitas desta personagem Bonelli a cidades de outros países para explorar as suas lendas - e para tentar popularizá-lo nos respectivos países (ou pelo menos para tentar 'vender' lá essas edições).
El verdugo negro regista uma passagem por Barcelona, mas Dampyr também já andou por Bordéus ou Palermo e já visitou o Botsuana ou a Nicarágua.

14/04/2022

O Grande Gatsby

Nem sempre...




Na actual tendência para a adaptação de obras literárias em BD - num curioso regresso a um certo passado, conforme já referido por aqui - a oferta (estrangeira) é grande e as opções são muitas.
Não são todas para os mesmos leitores e nem todas são especialmente felizes.

13/04/2022

Apolo + Crime no Hotel Bertram


Apostas seguras

...pelo menos, tanto quanto é possível no que à edição diz respeito, pois sabemos da volubilidade dos leitores e da rápida passagem das modas.

No entanto, quer A Sabedoria dos Mitos, quer as adaptações das obras de Agatha Christie parecem estar acima daqueles desideratos e ter uma base de interessados suficientemente vasta para justificarem sucessivas novas edições.
Apolo, no primeiro caso, e Crime no Hotel Bertram, no segundo, são títulos recentes do final de Março, que elevam para cinco e nove (um deles duplo), respectivamente, os volumes editados nestas colecções.

12/04/2022

Outcast #6 (de 6)

Confronto final



Rome é uma pacata cidadezinha semi-rural, na Virgínia Ocidental, algures na América profunda.

É lá que, aos poucos, alguns habitantes vão sendo acometidos por uma estranha tosse e um comportamento ausente, que se torna violento, que o reverendo Anderson classifica como possessão, iniciando uma cruzada de exorcismos que apenas tem como resultado o estender do fenómeno.

11/04/2022

Sapiens Imperium

Polivalência


Jorge Miguel, nascido em 1963, deu nas vistas na BD com uma biografia de Camões e um álbum sobre o Fado. De comum aos dois, a faceta histórica retratada com um traço semi-caricatural.
Num percurso que o seu país não foi capaz de alimentar, trabalha actualmente para França, tendo a Arte de Autor e A Seita editado há pouco mais de um ano Shangai Dream, uma história romântica e um tributo ao cinema, ambientada na II Guerra Mundial, em que o traço evoluiu para um estilo mais realista, que reencontramos em Sapiens Imperium, o seu trabalho mais recente proposto pelas mesmas editoras.

08/04/2022

Na prisão

Uma outra forma de ser




Quando falamos em narrativas de prisão, naturalmente vêm de imediato à mente duas temáticas - muitas vezes complementares: as grandes fugas, por um lado, ou as histórias hiper-violentas sobre a dura realidade quotidiana de quem está preso, sujeito à prepotência dos guardas ou à opressão dos gangs.
Mas esqueçam-nas quando pegarem neste livro. Obra autobiográfica de Kazuichi Hanawa, é quase um documentário sobre a vida na prisão japonesa onde o autor cumpriu pena por posse de réplicas de armas não autorizadas.

06/04/2022

Branco em redor

A dura realidade das histórias verdadeiras


1832. Canterbury, Connecticut, Estados Unidos. Prudence Crandall decide alargar a sua escola para raparigas, a jovens negras.
Branco em Redor, parte deste episódio histórico para traçar um retrato desconfortável de um tempo, uma época e uma postura que tende a repetir-se ciclicamente, mesmo que com outras cambiantes e noutras latitudes.

04/04/2022

Méga Spirou #29

Oportunidade perdida ou...



...ou, espero eu, simplesmente adiada. Porque, subintitular uma revista como Le meilleur des cent ans de Dupuis e depois limitar o seu conteúdo apenas à última década, década e meia (ou pouco mais...) é, no mínimo, enganar os leitores.
Mas, atenção! Isto não invalida que eu aconselhe - e muito! - a compra deste número.

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