Se
às novas gerações o western
dirá
pouco, houve uma época em que o género imperava e seduzia. Na banda
desenhada, como no cinema, os grandes espaços naturais, o confronto
entre o homem branco,
dito
“civilizado”,
e os peles-vermelhas,
ditos
“selvagens”, e a necessidade de superação constante eram os
principais atractivos, a par de figuras marcantes que preencheram o
imaginário de muitos, do western
puro
e duro, com muitos tiros e poucas considerações, de que Tex
será um dos melhores exemplos, aos relatos humanistas, que têm em
Buddy Longway um dos mais relevantes.
O acaso - ou o protector dos
leitores de BD - fez-me chegar às mãos, com a minha óbvia
participação financeira… - três edições especiais de tiragem
limitada que me proporcionaram experiências de leitura diferentes do
habitual.
A base de
Lonesome é uma longa perseguição - que com uma certa
contextualização se poderia até considerar dupla. Uma delas,
foi plenamente atingida com este tomo #3; a outra poderia tê-lo sido
igualmente.
Caravana do Oeste, Sioux, Bonanza,
Mascarilha, Buffalo Bill... foram
algumas das muitas revistas de BD dedicadas aos heróis do velho
Oeste, que encheram os quiosques nas décadas de 1970 e 1980. E
títulos marcantes do jornalismo infanto-juvenil nacional, como O
Mosquito, Cavaleiro Andante, Tintin ou Mundo de Aventuras,
tiveram sempre nas suas páginas lugar para os heróis de tiro
certeiro. A última, aliás, durante alguns anos, na década de 1960,
chegou a publicar exclusivamente histórias daquele género. Depois, as revistas foram desaparecendo e dando
lugar aos álbuns e na BD - como no cinema e noutros géneros
narrativos - decresceu o interesse por esta temática.
Com o
renascimento do western
a
ser hoje uma realidade, Lonesome
é
mais uma proposta interessante
no nosso mercado,
que traz consigo a apresentação aos leitores portugueses de Yves
Swolfs, um nome de créditos firmados no género, graças a Durango,
uma série já com 18 volumes.