Há
diferenças palpáveis entre escrever um livro com o coração ou com
a razão. É
o caso de Alix Garin, que me tinha emocionado com Não
me esqueças,
e que no regresso com
Impenetrável,
apresenta uma narrativa mais didática e racional,
o que não é equivalente a que a obra seja menos interessante. Mas,
para mim, falta-lhe a força da emoção.
Está
finalmente
disponível
em português,
numa belíssima edição de A Seita, o segundo e último volume de A
Fera
que, na edição lusa, traz como extras uma história curta e um
passeio guiado e ilustrado pela Bruxelas de Frank Pé, que desvenda
alguns dos segredos e referências que espalhou pela história - e
que permitem, justificam até, uma segunda leitura atenta aos
pormenores e não ao fundamental.
A cerimónia de entrega dos troféus aos vencedores dos Prémios de Banda Desenhada da Amadora teve lugar no passado domingo e o palmarés completo está disponível já a seguir. Também podem ler a notícia alusiva aqui.
"Astérix
na Lusitânia", o álbum que os portugueses há tanto tempo
aguardavam, chega esta quinta-feira às livrarias de todo o mundo com
uma tiragem recorde: cinco milhões de livros. A
notícia completa pode ser lida aqui e na edição em papel de hoje.
Peças,
já nas livrarias em edição portuguesa da Ala os Livros, é uma
analogia entre o jogo de xadrez e a vida, a um tempo desafiadora e
provocadora, que, se por um lado nos reduz à nossa insignificância,
por outro nos mostra como todos somos relevantes como integrantes de
uma realidade maior, mesmo que poucos de nós cheguemos a ser 'reis'
ou 'rainhas'.
É
sempre fascinante saber o que os heróis julgam
que a bondade é
Não
fui confirmar mas quase de certeza que já escrevi a propósito desta
colecção - e a declaração é extensível a outras... - que a
maior ou menor empatia que temos com o (super-)herói que protagoniza
cada volume, torna mais interessantes ou menos aliciantes estas
narrativas curtas.
26
de Janeiro de 2021. Em plena pandemia da Covid-19, Luís Moreira
Gonçalves, médico português a trabalhar em S. Paulo, no Brasil,
recebe um e-mail do Governo do Estado da Rondónia sobre "a
extrema necessidade de recrutamento
e contratação imediata de profissionais médicos para laborar no
combata à Covid-19". Apesar de leccionar na universidade e não
ter propriamente experiência em hospitais, sentiu que tinha de
responder positivamente àquela chamada.
Desenganem-se
os que esperam encontrar aqui o voo final do herói criado por
Alberto Weinberg para a revista Tintin em 1954. O tema desta obra é
completamente diferente.
Por vezes, as leituras são
como as cerejas. Pega-se num livro e ele puxa por outro e
outro…
Aconteceu com este Le
livre d'Or de Raoul Cauvin cuja
leitura já me levou a descobrir também Le
Vieux Bleu.
Mattéo
tem sete ou 8 anos e vive com os pais. Vai diariamente à escola onde
é atormentado pelos valentões que lhe infernizam a vida, ansioso
por voltar a casa e brincar com o seu cão, Tommy que (o) adora, e
com os super-heróis que preenchem o seu imaginário e conseguem
sempre derrotar o mal.
Com
a guerra franco-britânica no território do Canadá como pano de
fundo e os belos cenários naturais da região a brilharem graças ao
trabalho da aguarelas de Patrick Prugne, tal como já acontecia em Pocahontas, Tomahawk é um relato cujo enredo surpreende mais do que uma vez.
Quinta
obra da coreana Keum Suk Gendry-Kim editada em Portugal, depois dos
aplaudidos A espera,
que aborda a vida da mãe e a separação das duas Coreias, e Erva,
sobre
as adolescentes e mulheres que que os japoneses utilizaram como
escravas sexuais durante a II Guerra Mundial,
O
meu amigo Kim Jong-Un,
destoa
daquelas pelo seu tom menos intimista e pessoal, assumindo um
carácter mais
semelhante
ao do
também/a
biografia Alexandra
Kim, filha da Sibéria.
O
nome de André Juillard será conhecido de muitos, como desenhador de
vários dos álbuns de Blake e Mortimer das últimas duas décadas. Para esses, será uma surpresa
descobri-lo como autor completo de O
caderno azul,
que lhe valeu um troféu em Angoulême para o Melhor Álbum, em 1995.
Apesar
de a banda desenhada portuguesa não ter abordado muitas vezes a
guerra colonial, a verdade é que a leitura recente de Operação
Conacri me fez regressar a Operação Mar
Verde, uma outra visão do momento histórico que, em 1969, levou
tropas portuguesas, sob anonimato, embora com conhecimento dos altos
poderes militares e políticos, a efectuarem uma operação em
território da Guiné Conacri.
Acontecimento
traumático e ainda demasiado envolto em secretismo, a guerra
colonial que tantas vítimas fez e tantas marcas deixou, a nível
individual e colectivo, no nosso país, necessita de ser falada,
evocada e discutida como forma de catarse e para ajudar a curar
algumas feridas.