31/05/2012

Zagor Gigante #1

O castelo no céu











Moreno Burattini (argumento)
Marco Torricelli (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Setembro de 2011)
185 x 270 mm, 242 p., pb, brochado
R$ 29,00 / 16,00 €




1.      Um dos mais populares heróis Bonelli, Zagor, cumpriu 50 anos há sensivelmente um ano, data que, entre outros aspectos, ficou marcada pela primeira edição de um Zagor Gigante – este que está agora nas bancas e quiosques nacionais.
2.      Aliás, dada aquela popularidade, inegável, em Itália mas também no Brasil, esta edição só surpreende por não ter acontecido há mais tempo, seguindo os exemplos de Tex, Dylan Dog ou Martin Mystère.
3.      Embora no que a este Zagor diz respeito (como no dos dois anteriores) o desenho esteja a cargo de um autor da casa Bonelli e não entregue a um convidado “de luxo” exterior, como acontece em tantos dos Tex Gigantes.
4.      Podendo, apressadamente ser considerado um western, Zagor distingue-se pela coexistência nas suas aventuras de uma multiplicidade de géneros, do citado western ao fantástico, do sobrenatural à ficção-científica, aqui e ali com alguns apontamentos de humor e uma (ligeira) base histórica.
5.      Por isso, não por acaso, o centro da sua acção decorre na fictícia Darkwood, onde Zagor habita, uma combinação de pradaria, zona rochosa, floresta e pântano situada algures na confluência de três estados norte-americanos: Ohio, West Virgínia e Pensilvânia.
6.      (Como bem explana na longa introdução à obra Moreno Burattini, que traça um completo retrato do percurso deste herói cinquentão).
7.      A história escolhida para este “Gigante” – que merecia uma capa mais chamativa, pois a que Gallieno Ferri desenhou é pouco chamativa e de leitura algo difícil - não sendo, confesso, das mais estimulantes que já li de Zagor…
8.      … tem como curiosa base a busca por parte de uma criatura fantástica – um demónio – do seu criador – o escritor que lhe deu origem no papel - …
9.      … e tem o condão de mostrar a tal multiplicidade de géneros que nele convive pois, se se inicia como um relato medieval de cavalaria, o seu desenvolvimento rapidamente a leva para o terreno do sobrenatural, que até ao seu termo conviverá com o western, com Darkwwod a ser invadido (e modificado) pelo tal demónio, numa história algo linear mas desenvolvida em bom ritmo, com muita acção, algumas inflexões e um final algo inesperado.
10. Tudo desenhado de forma competente, dinâmica – e aqui e ali mesmo bastante interessante, em especial quando há edifícios no cenário – por Torricelli cujo traço, assente num branco e negro bem contrastado, é realçado pelo generoso formato da edição.
11.  Edição que terá um valor muito grande para algumas dezenas de leitores e fãs de Zagor que viram o seu nome imortalizado no verso da capa e da contracapa…
12.  … e que, sem dúvida, pode ser uma boa porta de entrada para o universo do herói criado por Guido Nolitta (Sergio Bonellli) e Gallieno Ferri.


Às Quintas Falamos de BD

Imagens da Guerra Colonial


 
O Centro Nacional Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), é um equipamento municipal cuja vocação é a promoção e difusão da BD e artes que lhe são próximas. Para além da produção anual do Festival Internacional de Banda Desenhada, e da edição de publicações e exposições que traduzem as diversas tendências da BD e imagem, a realização de iniciativas de divulgação da BD é um dos objectivos centrais do seu trabalho.
Nesse âmbito e integrado na programação de Às Quintas Falamos de BD - cujo sentido primordial da sua criação é a relação da BD com outras formas de expressão artística e cultural - terá lugar hoje, dia 31, pelas 21 horas, um encontro a que demos o nome de Imagens da Guerra Colonial.
Na ocasião será exibido o documentário As Duas Faces da Guerra, comentado pela jornalista Diana Andringa que com Flora Gomes assina a realização deste filme.
Para este evento foram convidados a participar a Associação 25 de Abril e a Associação dos Deficientes das Forças Armadas, vários artistas da imagem e investigadores de BD, cinema, ilustração e cartoon que, ao longo dos anos, reflectiram e trabalharam este tema.
Esta iniciativa conta, ainda, com a participação especial de Manuel Freire.

Sinopse do filme:
Luta de libertação para uns, guerra de África para outros: o conflito que, entre 1963 e 1974, opôs o PAIGC às tropas portuguesas é visto, desde logo, de perspectivas diferentes por guineenses e portugueses.
Mas não são essas as únicas “duas faces” desta guerra: mais curioso é que, para lá do conflito, houve sempre cumplicidade: “Não fazemos a guerra contra o povo português, mas contra o colonialismo”, disse Amílcar Cabral, e a verdade é que muitos portugueses estavam do lado do PAIGC.
Não por acaso, foi na Guiné que cresceu o Movimento dos Capitães que levaria ao 25 de Abril. De novo duas faces: a guerra termina com uma dupla vitória, a independência da Guiné, a democracia para Portugal.
É esta “aventura a dois” que queremos contar, pelas vozes dos que a viveram.
A exibição deste filme é uma cortesia Lx Filmes.

(Texto da responsabilidade da organização)

30/05/2012

Capitán América - El hombre fuera del tiempo








Colecção 100% Marvel
Mark Waid (argumento)
Jorge Molina (desenho)
Karl Kesel e Scott Hanna (arte-final)
Frank D’Armata (cor)
Panini Comics (Espanha, Maio de 2012)
170 x 260 mm, 120 p., cor, brochado com badanas
11,00 €


Resumo
Compilação dos 5 números da mini-série “Captain America: Man Out of Time” narra a readaptação de Steve Rogers/Capitão América ao “novo mundo” que descobre, depois o seu corpo, em animação suspensa há cerca de meio século, ter sido recuperado pelos Vingadores.

Desenvolvimento
“El hombre fuera del tiempo” segue - em falta de termo melhor – uma “receita” que tem originado – desculpem-me os fãs de super-heróis puros e duros – algumas das melhores obras dentro do género: a humanização do super-herói – no caso do Capitão América – para estabelecer uma maior proximidade com o leitor, ao mesmo tempo que o isola de maxi-sagas intermináveis e de crises infinitas (e muitas vezes incompreensíveis).
Porque, neste caso, Steve Rogers/Capitão América, herói da II Guerra Mundial desaparecido em combate em 1945, já nessa época surge como alguém com dúvidas quanto ao que realmente quer fazer da sua vida, após o fim desse conflito, embora a sua prioridade seja sempre a vontade do exército (dos EUA).
E, após o resgate pelos Vingadores, depois de passar cerca de meio século em animação suspensa, é apenas um “homem fora do seu tempo”, um desajustado da (nova) sociedade que encontra. Alguém proveniente dos anos 1940, que fechou os olhos e, quando os abriu de novo, está em pleno século XXI, num mundo que já possui multibanco, internet, televisão, delinquência juvenil, miscelânea cultural e racial…
E é sentindo na pele este choque – porque de um verdadeiro choque se trata – entre o que conhecia e a nova realidade, que o protagonista tem que encontrar o seu caminho, com a agravante de que já ninguém (re)conhece o super-herói que ele é (foi?), enquanto que o homem luta para se adaptar a uma nova e estranha realidade - embora seja incompreensível que não tenha havido uma “reciclagem” por parte dos Vingadores aquando do resgate – na qual já não vive quase nenhum dos seus antigos amigos ou companheiros, num país muito diferente também, que perdeu a guerra do Vietname, tem políticos corruptos, desemprego, droga a rodos, falta de valores e ideais…
Uma realidade díspar daquela pela qual lutou, para a qual não quis contribuir, que o deixa perplexo, frustrado e desiludido. Mas uma realidade que continua a fazer sonhar muitos e na qual – inevitavelmente – acabará por (re)encontrar o seu (novo) lugar.
É neste jogo de contrastes que a obra assenta, com Steve Rogers/Capitão América a tentar – em vão – encontrar referências e conhecidos, perante uma nova ordem – nacional, mundial – que o rejeita e o tenta afastar. O que o leva para um caminho que poderia ser de não retorno – e aí este livro seria bem mais do que apenas uma leitura interessante e bem estruturada – quando tenta regressar ao momento do seu desaparecimento – e da morte do seu parceiro Bucky – para mudar esse passado e (re)construir/(re)viver – com ele, a sua namorada e outros mais – o sonho – o ideal – pelo qual deu tudo.
O argumento de Mark Waid, muito forte de início, mas abrandando à medida que o relato de super-heróis se sobrepõe ao factor humano, sem os excessos palavrosos que tantas vezes cortam o ritmo de leitura nos comics, consegue transmitir bem a dualidade que Rogers vive e captar a atenção do leitor.
Para isso conta com o contributo do traço realista, agradável, bem trabalhado e colorido de Molina, Kesel e Hanna, pleno de movimento, com grande diversidade de planos e a inclusão regular de imagens fortes – muitas vezes de página completa ou quase – que, se por um lado quebram o ritmo de leitura que Waid marcou, por isso mesmo obrigam a repensar as sequências que finalizam e aumentam a adrenalina em jogo.

A reter
- Como os comics de super-heróis são tão bem mais legíveis e estimulantes, quando deixam de lado as intermináveis sagas, e exploram o lado humano dos seus super-heróis.
- Uma boa edição, cuidada e bem impressa, que inclui as capas originais, e que está disponível em Espanha, mesmo aqui ao lado…

Menos conseguido
- ... e é nestas alturas que, olhando para a vitalidade e diversidade do mercado espanhol, de tebeos (que é como quem diz BD), penso que estaríamos bem melhor – no que a essa mesma BD diz respeito – se D. Afonso Henriques, Nuno Álvares Pereira e/ou os revoltosos de 1 de Dezembro de 1640 tivessem estado quietinhos ou pertencessem a uma das muitas realidades paralelas em que os comics de super-heróis são férteis…


29/05/2012

Corpo de Delito










Iramir Araújo e Bruno Azevedo (argumento)
Beto Nicácio, Marcos Caldas, Ronilson Freire, Carlos Sales, Salomão Júnior e Luiz Saidenberg (desenho)
Edição de autor (Brasil, 2006)
210 x 280 mm, 68 p., pb, capa fina




1.       Se há algo que surpreende (e causa inveja) no panorama actual dos qua(dra)dinhos brasileiros é a diversidade de propostas.
2.      E não me refiro sequer há multiplicidade de traduções – onde a par dos habituais comics norte-americanos e mangas asiáticos, há um leque cada vez mais variado de bandas desenhadas ditas independentes e franco-belgas - …
3.      … mas sim à forma como se têm multiplicado as obras de autores locais, esparsas pelos mais variados, géneros, estilos e propostas temáticas.

4.      Embora já com alguns anos, este “Corpo de Delito” é mais um exemplo dessa variedade.
5.      E um exemplo de determinação e perseverança, pois é o resultado de uma longa génese, uma vez que o seu protagonista, o detective Augusto “Caolho” dos Anjos, surgiu pela primeira vez em 1992, teve uma (também) breve segunda vida em 1997, seguida de uma nova hibernação até 2005 para ter direito a (esta) publicação própria.
6.      Que surpreende desde logo pelo seu aspecto, a fazer lembrar as “velhas” revistas – “gibis”!, de que guardo alguns exemplares herdados dos meus tios - dos anos 1940 e 1950, com capa colorida e interior a preto e branco, papel (fraco) de jornal (cuja baixa gramagem e consequente transparência potencia o seu maior defeito, a impressão).
7.      Policial duro e violento, ambientado na cidade de São Luís, no Maranhão, Brasil – e este é um dos seus trunfos, a localização da acção em cenário real, facilmente identificável o que credibiliza a narração e prende o leitor local – é protagonizado por “Caolho” dos Anjos, um detective que não olha a meios para atingir os seus fins, amigo e frequentador de prostitutas e capaz de acordos com gente à margem da lei, mas caído em desgraça e mesmo despedido por se ter atrevido a incomodar um político poderoso.
8.     No total são sete histórias curtas, desenhadas em diferentes épocas por vários artistas - de comum a todos a urgência do traço, o soltar das histórias a contar - o que provoca alguns desequilíbrios, insuficientes para prejudicar a leitura, dada a planificação, variada e ágil, assente numa sucessão de planos que garantem o ritmo elevado imposto pelos argumentos…
9.      … onde ressaltam os diálogos, contidos e realistas como o tema obrigava.
10.  Sete histórias curtas, dizia eu, de tom agreste e realismo incómodo (pela proximidade de casos que recorrentemente ouvimos nas notícias ou lemos nos jornais), ao longo das quais vamos conhecendo o protagonista – sem que isso implique simpatizar com ele… - bem como aqueles que com ele convivem, entre os quais a sua namorada Ana, que terá papel preponderante nestas histórias de muita adrenalina, cujo final, está longe se poder ser considerado feliz, em mais uma – incómoda – tangência à realidade.


1000






















Este é o 1000º texto que publico em As Leituras do Pedro.
E que só merece destaque porque o ser humano gosta de números ou datas redondos.
Por isso, ele vale menos que 0 999º, publicado ontem, ou que o 1001º, que ficará disponível daqui a umas horas porque, esses sim, dizem respeito à BD.
Desde o primeiro texto, passaram - curiosamente! – exactamente 3 anos. 1096 dias, centenas de livros, dezenas de exposições, dezenas de efemérides, algumas notas tristes, quase 250 mil visitas, mais de 325 mil leituras.
Se cheguei a pensar contabiliza-los todos, acabei por desistir, ficará para mais tarde. Prefiro antes pensar nos amigos que fiz – mesmo que alguns continuem desconhecidos, sendo apenas – e é muito! – leitores do outro lado deste ecrã em que leio e corrijo o que os meus dedos escrevem.
Este é um projecto pessoal – com as minhas qualidades e os meus defeitos – que tem sido duro de manter mas também um prazer assegurar. Pelas (muitas) leituras que faço, pelas muitas leituras que partilho, pela obrigação da escrita regular e metódica.
Um projecto que já ponderei suspender ou mesmo encerrar, uma vez ou outra, mas que manterei enquanto As Leituras do Pedro forem para mim uma fonte de prazer, não uma carga. Porque essa será a única forma de As Leituras do Pedro serem úteis, de quem me lê tirar algum partido do que escrevo.
Àqueles que me têm apoiado, comentando o que escrevo, dizendo (ainda que implicitamente) que me lêem, sendo apenas mais um avanço nos contadores de As Leituras do Pedro, o meu muito obrigado. É (também) por cada um de vós que continuo aqui.
Àqueles que escrevem e desenham, aos que organizam exposições e festivais, aos que enviam livros, notícias, informações, aos que editam, aos que distribuem, aos que vendem livros, o meu muito, muito obrigado. Sem cada um de vós, As Leituras do Pedro nem sequer teriam começado.
A todos, mais uma vez, ainda e sempre, desejo o mesmo: boas leituras! Mais 1000, se quiserem!

28/05/2012

J. Kendall #84

Drama em Alto Mar








Giancarlo Berardi, Giuseppe De Nardo e Lorenzo Calza (argumento)
Mario Janni (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Novembro de 2011)
135 x 178 mm, 132 p., pb, brochado, mensal
4,00 €

Resumo
Durante um cruzeiro de má memória, transformado num auxílio a Leo Baxter numa investigação, Julia Kendall acaba por se ver envolvida num sequestro.

Desenvolvimento
Menina-bonita deste blog, após uma (demasiado longa?) ausência, Julia Kendall está de volta, curiosamente não devido à história que Berardi (com De Nardo e Calza) conta na revista este mês disponível nos quiosques portugueses – e na qual, como é habitual, há vários motivos de interesse, a começar pela “deslocalização” da criminóloga para “águas” que não costumam ser as suas e pela forma como a (aparente) base inicial da narrativa muda (por duas vezes) surpreendendo sucessivamente o leitor – mas para meditar um pouco acerca da importância da capa numa edição de banda desenhada.
Arte narrativa fundamentalmente gráfica, a banda desenhada tem na imagem a sua principal arma, pelo menos no primeiro impacto – e essa seria uma outra discussão, que me levaria longe do tema que hoje trago aqui.
Por isso, tanto se louva a importância do desenho, embora geralmente fazendo-o para lá da capa. Que, no entanto, é a primeira imagem que o leitor vê.
Por isso, também, se compreende que em meios aos quadradinhos “mais industriais”, frequentemente o autor da capa seja diverso do que desenha a BD propriamente dita, como acontece na Marvel e na DC Comics, que tantas vezes recorrem a nomes de peso ou ao truque de capas alternativas, para valorizar as obras, ou, como no caso presente, na Bonelli. Nesta última, aliás, as capas de cada série – igualmente por uma questão de uniformização - estão geralmente entregues a um artista específico – Claudio Villa para Tex, Gallieno Ferri para Zagor ou Marco Soldi para Julia, são alguns dos exemplos possíveis.
Regressando à temática genérica “capa”, se é fundamental que ela seja chamativa para atrair o leitor, introduzindo-lhe a história, também não pode cair no erro crasso de desvendar o enredo ou de vender “lebre por gato”.
E é nesta sequência de ideias que entra esta capa de J. Kendall. Mas, antes de entrar na sua análise e adiantar demasiado sobre o argumento – algo que será inevitável – deixo o aviso a quem quiser parar por aqui e ler este “Drama em alto mar” antes de continuar a leitura das ideias que aqui alinhavo.

Porque – e até hoje nunca o tinha sentido de forma tão evidente – esta capa de Julia tem um spoiler evidente: a protagonista, sumariamente vestida – despida? – está numa cabine de um barco, deitada numa cama, com as mãos amarradas atrás das costas, de olhar receoso e perdido face ao homem musculoso e mal encarado que entra na cabine e cujas intenções lascivas não deixam dúvidas.
A sua visualização, enquanto imagem forte, provocou desde logo em mim dois efeitos: por um lado levou-me a perceber que a estadia de Julia no iate, apercebido pela primeira vez apenas por volta da prancha 40, seria tudo menos pacífica – ficando assim desvendada parte da trama; por outro, criou a expectativa sobre quando teria lugar a tal cena – e o desenvolvimento da narrativa possibilitou-a mais do que uma vez antes que realmente se concretizasse. E, finalmente, quando tal aconteceu, ela mostrou-se ainda mais denunciadora, pois a cena que intui é fundamental para o desfecho e resolução do caso – ao mesmo tempo que revela uma Julia desconhecida para o leitor, empurrada (?) para perigosos limites pela situação extrema que vivia.
Ou seja, esta capa, se cumpriu o propósito primário de estimular o interesse pela história, também desvendou parte do argumento e antecipou mesmo o seu momento capital.
Sei, sem sombra de dúvida, que – como sempre neste blog - esta é apenas a minha leitura e que cada leitor, após a sua leitura personalizada, terá (poderá ter) sobre ela uma opinião díspar, e o que para mim pode ser defeito, para outros será virtude.
Fica o desafio para leituras (mais) atentas… das capas!


27/05/2012

Leituras Novas

Maio de 2012

ASA
Spirou – QRN sobre Bretzelburgo
Franquin e Greg
O Marsupilami engole um rádio que confundiu com um caramelo. Devido a uma particularidade anatómica do Marsupilami, o aparelho aloja-se no nariz, funcionando permanentemente com o volume no máximo. Esta situação acaba por provocar uma perturbação nas comunicações entre um rádio amador, Switch e o rei de Bretzelburgo (rei de um país fictício) que é prisioneiro do general Schmetterling. Fantásio é raptado em vez de Switch e é levado para a prisão Snapfurmich aonde o Dr Kilikil, uma personagem genial, o vai torturar.
Spirou, Switch, Spip e o Marsupilami vão para Bretzelburgo numa tentativa de os salvar.

Corto Maltese na Sibéria
Hugo Pratt
“Quando nos apercebemos de que o sonho é demasiado grande para se concretizar, restam duas alternativas: deixar de sonhar, ou continuar até ao fim, até à lenda…
Nos confins da China e da Sibéria, Corto e Rasputine perseguem o comboio blindado que transporta o ouro dos czares. Atravessam, assim, uma região que se encontra a ferro e fogo, esquartelada entre sociedades secretas e senhores da guerra, entre Russos vermelhos e brancos, entre tropas regulares e exércitos privados…
O campo de acção ideal para estes aventureiros românticos!”


A minha 1ª BD – Branca de Neve
Richard di Martino e Beney
A minha 1ª BD – Capuchinho Vermelho
Domas/Beney
Esta colecção dá início a um novo conceito de livros que são inovadores, lúdicos e clássicos. É aconselhável a crianças entre os 3 e os 7anos e pode ser usado por educadores para  estimular a imaginação e a criatividade infantis.


ASA/Público
Thorgal
A Espada-Sol
A Fortaleza Invisível
A Marca dos Banidos
A Coroa de Ogotaï
Gigantes
Jean van Hamme e Grzegorz Rosinski


Associação Tentáculo

Leporidae
Cori
Leporidae nasceu do desafio para criar um livro de ilustrações e do animal que mais apraz à autora Cari; o coelho. Toda a ideia surgiu naturalmente de um par de desenhos retratando humanos com cabeças animalescas, com um estilo inocente mas também com um arrepiante toque corrupto.
Ao longo de 34 páginas, o objectivo é transmitir um sentimento de desconforto, criado pelo contraste entre a menina normal e inocente e a estranha figura antropomórfica.
Trata-se de um a obra apaixonante onde a omissão da palavra escrita grita sobretudo pela crueza do desenho, a linha sem preenchimento, e pelo inusitado das imagens e da narrativa apresentada.


Cru

Cru #34
Vários autores
NÃO RECEIE, PECADOR… A CRU É A SALVAÇÃO!
Casa de nomes como Esgar Acelerado, Rui Torres, Rui Ricardo, Eduardo de Portugal, Helen Gossip, Emerenciano Osga, Mário Moura, Paolo Matlam, Asnaldo di Pietro, Randy Alvey, Cunha Rêgo, entre muitos outros, a CRU, revista rasca e vadia, foi o fanzine mais representativo do no-design e do do it yourself português durante a década de 1990. Com tiragens que não ultrapassavam os 100 exemplares, a CRU é hoje um valioso objecto de colecção, que agora se (re)introduz a uma plateia mais vasta. No limbo desde 1999, a CRU regressa aos escaparates com uma nova edição, mais Rasca e Vadia de que nunca, com antigos e novos colaboradores. CRU, uma publicação pelintra, repleta do melhor da cultura underground.
Valter Hugo Mãe (que aqui se estreia como argumentista de BD), Nuno Saraiva, Alex Gozblau, Esgar Acelerado, Valquíria Aragão, Johnny Ryan, Rudolfo, Darren Merinuk ou Zita Carícias são alguns dos colaboradores desta edição, repleta de banda desenhada, ilustração, contos, críticas de discos, cinema, colunas de opinião e muitos outros motivos de interesse.
Com impressão offset limitada a 300 exemplares a revista esgotará certamente mais depressa do que o Diabo esfrega um olho. Reserve já a sua cópia!…



Devir
Ohba e Obata

Sin City - Inferno, Ida e Volta
Frank Miller


El Pep
Sangue Violeta e Outros Contos
Fernando Relvas
“É preciso  não ter medo da vida”
O livro “Sangue violeta e outros contos”, editado pela El Pep, reune as BD’s “Sangue violeta”, “Tax driver” e “Sabina” que tinham sidos publicadas no extinto semanário SE7E, entre os anos de 1982 e 1988.
São as BD’s que mais marcaram a memória dos leitores do semanário. Um traço elegante e ágil, contrastado nas manchas negras num preto e branco nervoso e com um registo dinâmico do grafismo punk dos cartazes de concertos de música dos anos 80.



Gailivro
A Senhora da Cantina e o Substituto Ciborgue
J. Crosoczka
Hector, Terrence e Dee sempre quiseram saber a verdade sobre a Senhora da Cantina da sua escola. O que faz ela quando não está a servir o prato do dia? Onde vive? Será que tem muitos gatos em casa? Mal sabem eles que a Senhora da Cantina não se limita a servir empadão. Ela também serve a justiça! E está sempre atenta a qualquer professor substituto que pareça estranho... Seja qual for o perigo não há adversário à altura da SENHORA DA CANTINA! Ou para os miúdos que já a toparam!

Geraldes Lino
Efeméride #4 – Corto Maltese no Século XXI
Alice Geirinhas, Álvaro, Ana Madureira, André Ruivo, Andreia Rechena, Arlindo Fagundes, Carlos Páscoa, Carlos Zíngaro, Daniel Lopes, David Campos, Miguel Falcato, Ricardo Ferrand, Filipe Abranches, J.Coelho (des.) / David Soares (Arg.), J. Mascarenhas, Joana Afonso, João Chambel, João Sequeira (des.) / Luís Pedro Cruz (Arg.), José Lopes, José Pedro Costa, João Lam, Luís Guerreiro, Machado-Dias, Marco Mendes, Maria João Careto, Mota, Nazaré Álvares, Nuno Saraiva, Paulo Monteiro, Pedro Massano, Pedro Nogueira, Pepedelrey, Regina Pessoa, Renato Abreu, Ricardo Cabral, Ricardo Cabrita, Ricardo Santos, Roberto Macedo Alves, Rui Pimentel, Susa Monteiro, Tiago Baptista, Vasco Gargalo e Victor Mesquita


Grupo Entropia
Funzip #7

Agonia Sampaio, Álvaro, João Amaral, João Figueiredo,
João Sá-Chaves, João Raz, Marc, Paulo Marques, 
Rocha, Sara Mena

KZine III
Miguel Martins, Nuno Sarmento, Paulo Marques, Agonia Sampaio, Catarina Guerreiro, Daniela Varela, Filipe Duarte, Joel Sousa, Melanie Romão, Shoot to Kill (Gisela Martins e Sara Ferreira), Tiago Pimentel, Telmo Alcobia e Telmo Vinagre


Mundo Fantasma
Marco Mendes


Polvo

Han Solo
Rui Lacas

 Ao abrigo do Programa Erasmus, Hän, um holandês, ruma a Lisboa
 para estudar. Depressa se ambienta às novas rotinas, acabando por arranjar casa, namorada(s) e trabalho, o que o leva a permanecer. Ficamos a conhecer, em flashes, a história pessoal de Hän (dádiva de Deus, em alemão) e as suas relações com personagens que surgem e desaparecem.
Mas nem tudo são rosas na vida deste fotógrafo freelancer, que ama o desenho e a pintura. Uma doença do foro mental aflige-o e circunstâncias várias acabam por levá-lo a Madrid, onde conhece um curioso grupo e acaba por ganhar um novo nome.
Nesta obra Lacas demonstra todo o seu amor por Lisboa, reproduz fielmente uma certa boémia do Bairro Alto e mostra estar atento ao momento de crise e tensão que atravessamos, retratando as manifestações recentemente ocorridas na capital espanhola, na qual nos conduz igualmente numa pequena visita guiada.

 (Os textos, quando existem, são da responsabilidade das editoras)
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