Caçadores de Lobos
Do outro lado da lei
Guido Nolitta (argumento)
Alberto Giolitti e Giovanni Ticci (desenho)
Mythos Editora (Brasil, Setembro/Novembro de 2011)
135x175
mm, 234 p., pb, brochado
2.
História escrita por Guido Nollita (pseudónimo
de Sergio Bonelli) narra uma incursão do ranger no território do Canadá, por
ordem do governo norte-americano, para tentar (e este verbo é um eufemismo
quando se trata de uma missão de Tex) desbaratar uma quadrilha de wolfers (caçadores
de peles) que dizimou uma tribo que Tex e Tigre visitavam e viciam os índios
com uísque adulterado, transformando-os em assassinos.
3.
Para tal, Tex e Carson vão necessitar da ajuda
de Ska-Wom-Dee, um chefe sioux, cuja tribo tem sofrido com as acções dos
caçadores.
4.
O reencontro com Jim Brandon, coronel do polícia
montada canadiana, a justificação da missão dos dois rangers, a aproximação ao
bando de malfeitores, a vivência anónima no meio destes, o cumprimento de
algumas missões ao seu serviço, o acordo com os sioux e o confronto que conduz
ao desfecho final, são episódios marcantes da trama, invulgarmente
desenvolvidos quando comparados com muitas das suas aventuras – o que justifica
por si só a extensão desta BD.
5.
Que conta, refira-se desde já, com um desenho
extremamente ágil e dinâmico, em boa parte devido utilização de sucessivas
mudanças de planos e à utilização, em especial na primeira parte do relato, de vinhetas
verticais e de tira dupla, pouco usuais em Tex.
6.
Relato no qual, como espectável, Nolitta apresenta
o ranger como um homem determinado, apostado em cumprir os seus propósitos
(praticamente) a qualquer custo, sem se importar com os meios (nem com as
vítimas colaterais que sejam necessárias, como hoje se diria…) para atingir os
seus fins.
7.
É por isso um Tex inflexível, frio, rápido com
os revólveres, implacável com os seus adversários que, sem hesitar, semeia de
cadáveres os sítios por onde passa.
8.
Só que, a par disso, o argumentista, que logo no
início mostrara um Tex impotente face ao ataque dos wolfers à aldeia dos
assiniboins que praticamente abre a BD, no seguimento de mais de 400 páginas a
louvar e endeusar o (seu) herói, nas 3 pranchas finais volta à carga e, se não
destrói a aura do ranger, no mínimo questiona a sua infalibilidade, dotando-o
de uma inesperada humanidade que o relato e o seu passado de forma alguma
deixavam prever…
9.
… intuindo, introduzindo, marcando – confesso que
não sei definir… – uma tendência que os anos mais recentes têm aprofundado.
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