19/04/2024
Une nuit à Rome - Ciclo I
Até onde teríamos de ir se decidíssemos nos cumprir todas as promessas loucas feitas na adolescência/juventude?
16/04/2024
The Walking Dead - Colectânea #2
Os mortos-vivos estão de regresso
Corria
o ano de 2010 e a febre zombie de The
Walking Dead
espalhava-se pelos pequenos ecrãs mais depressa do que a epidemia de
origem desconhecida que provocava o ressuscitar dos mortos.
Agora, já com as 10 temporada de The Walking Dead vistas - e nalguns casos revistas - bem como os respectivos spin-off, a Devir, numa atitude de louvar, regressa a esta banda desenhada, num formato cada vez mais corrente hoje em dia: tomos volumosos, no caso com mais de meio milhar de páginas, a solução escolhida para terminar a edição lusa num período de tempo razoável.
12/04/2024
Brigantus #1 - Banido
Como um vício
Como um vício - que no entanto faz cada vez menos efeito, mas ainda sem ter chegado ao ponto de o largar - continuo a ser atraído por Hermann - pela sua obra… - álbum após álbum, meio ano após meio ano…
09/04/2024
Quentin por Tarantino
A acção por detrás das câmaras e das luzes
Se começou por ser cómica, daí a sua designação americana, e se se expandiu ao vestir traço realista para narrar todo o género de aventuras, a banda desenhada, que aos poucos assumiu também o género histórico e a adaptação de romances e filmes, em décadas recentes tem demonstrado à exaustão a sua capacidade para servir todas as temáticas. A autobiografia, por exemplo ou, mais além e ousadamente, a reportagem ou reflexões sobre a sociedade, o nosso mundo, a sua viabilidade e o seu futuro, têm comprovado a pluralidade e todo o potencial de uma forma narrativa que durante muitos anos foi considerada por muitos “para as crianças”.
05/04/2024
O Sr. Gato Mágico
Primeiros passos
Para que a banda desenhada continue a ter leitores - e não fique refém daqueles por quem o tempo vai passando inexoravelmente - é necessário que as novas gerações desde cedo apreendam as suas regras e subtilezas.
02/04/2024
Bubas - Addicted to love
Memórias de outra vida
Quem
viveu por dentro do mundo da banda desenhada nos anos 1980 e 1990,
antes do aparecimento das tecnologias que revolucionaram também a
impressão, e tinha aspirações a ser autor, inevitavelmente ou
quase passou pelos fanzines, ou seja pelas edições amadoras.
É
o caso de Dário Duarte, a identidade secreta (pública) de Derradé
que, entre os jornais em que colaborou, os fanzines que auto-editou e
algumas edições um pouco mais profissionalizadas em que publicou,
foi traçando um retrato do mundo universitário em que vivia então,
que obviamente era também um retrato de um certo Portugal. Entre as
suas criações da época, destacam-se duas que foram recorrente na
sua obra impressa: os Bad Summer Boys, uma banda punk de garagem, e
Bubas, uma projecção em que se adivinham apontamentos
auto-biográficos.
31/03/2024
28/03/2024
Noir Burlesco #2
Contar sempre a mesma história
Há
quem defenda que só existe um punhado de histórias para contar e o
que varia são as épocas, os locais e as roupagens com que são
vestidas as personagens que as vão interpretar. E acima de tudo, a
forma como são (re)contadas.
Por
essa ordem de ideias, Noir
Burlesco é
(mais) uma variação de uma temática tantas vezes abordada, aquela
que tem por base o eterno triângulo amoroso.
25/03/2024
O Mundo sem Fim
A corrida energética contra o relógio
“Sabemos
que o sistema antigo não resultará muito mais tempo”In
O Mundo sem Fim
Dentro do novo paradigma que vive a banda desenhada em Portugal, já aqui referido anteriormente, e que passa por mais editoras a apostar no género e por uma maior diversidade temática, O Mundo sem Fim, edição recente da Ala dos Livros, é uma das apostas mais arrojadas.
Afirmá-lo não questiona a qualidade intrínseca da obra, a sua actualidade ou o seu interesse, mas destaca a sua temática, pois aborda questões como as alterações climáticas, os vários tipos de energia, a limitação dos recursos energéticos e as opções necessárias para garantir a continuidade da espécie humana neste planeta, que muitos não esperariam ver tratados em banda desenhada.
Já com mais de um milhão de exemplares vendidos em França, onde foi o livro mais vendido em 2022, considerando todos os géneros e não apenas a BD, ultrapassando mesmo a concorrência de uma novidade Astérix, tem por base uma longa conversa entre Jean-Marc Jancovici, um renomado especialista em questões energéticas e alterações climáticas, e Christophe Blain, um dos grandes autores de BD actuais.
Se o tema se poderia ter tornado maçador, pesado e até desinteressante, Blain conseguiu transformar a exposição numa narrativa viva e dinâmica, com pequenos apontamentos de humor gráfico, referências que todos podem compreender e uma capacidade de expor graficamente perante os olhos do leitor as questões tratadas, proporcionando uma leitura fluída e apaixonante que custa interromper. Para aqueles que gostam de apontar a banda desenhada como modelo de virtudes didáticas este é um ótimo exemplo, tanto capaz de seduzir aqueles que já lêem esta arte regularmente, quanto os que muitas vezes ainda continuam a olhar para ela de lado.
Em O Mundo sem fim, somos confrontados com problemas incontroláveis, questões inadiáveis, soluções aparentemente miraculosas que não o são, a ilusão das energias renováveis ou aquelas que hoje parecem o truque de magia saído da manga, questões que são polémicas, assustam e obrigam a pensar sobre o rumo que queremos tomar.
Num tom que não é catastrofista, mas apenas profundamente realista e não tem medo de opiniões fortes e pouco consensuais, este livro mostra claramente que, ao contrário do que o seu título parece indicar, não vivemos num mundo sem fim; tem limitações e recursos finitos e, em nome da nossa sobrevivência, convém estarmos alertados e tomarmos medidas, mesmo que incómodas, para não termos de assistir ao seu ocaso.
E mesmo não sabendo se o sucesso pode ser importado para um mercado que não tem os mesmos hábitos de leitura - e ainda menos de leitura de BD - esta aposta da Ala dos Livros é mais um marco num catálogo rico e distinto.
O
Mundo sem Fim
Jean-Marc
Jancovici (argumento)
Christophe
Blain (desenho)
Ala
dos Livros
Portugal,
Fevereiro de 2024
235
x 310 mm, 196
p., cor,
capa dura, fita marca-páginas
35,00
€
(versão revista do texto publicado na página online do Jornal de Notícias de 8 de Março de 2024 e na versão em papel do dia seguinte; imagens disponibilizadas pela Ala do Livros; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
15/03/2024
Les Franval - Destination Desertas
Aventura em Portugal
Há muito procurado, este álbum chegou-me finalmente às mãos. Se são muitas as criações estrangeiras com referências ao nosso país, algumas das quais já referidas aqui no blog em Portugal aos Quadradinhos, Portugal aos Quadradinhos II ou, mais especificamente em O Porto aos Quadradinhos, são mais raras as que têm Portugal como cenário absoluto. É o caso desta quarta aventura da família Franval, cujos cenários se dividem entre Lisboa, Estoril, Funchal e a Deserta Grande que surge no título e onde se dá o desfecho.
13/03/2024
O Espetacular Homem-Aranha #4/#48
Olhar para trás
Nunca fui leitor Marvel regular durante o tempo em que poderia ter sido agarrado pelo género, a adolescência e juventude; nessa época fiz apenas leituras esparsas de super-heróis e só mais tarde, por uma questão de conhecimento geral de banda desenhada, procurei suprir essa minha lacuna.
12/03/2024
O Lobo
Em nome da necessária sobrevivência
Em
Portugal, Jean-Marc Rochette é conhecido como autor do volume I
e do volume II de
O
Expresso do Amanhã
(Levoir, 2020), a banda desenhada que esteve na origem da série
homónima da Netflix, uma história de sobrevivência de uns quantos
eleitos ou privilegiados, transformada em luta de classes no interior
de um extenso comboio, que circula a grande velocidade, numa viagem
interminável pela superfície coberta de neve do planeta Terra.
Revelado
na época áurea da mítica revista (À
Suivre),
Rochette tem agora editado, pela Arte de Autor, O
Lobo
que, curiosamente, é também uma história de sobrevivência, de
novo numa paisagem regularmente coberta de neve, os Alpes franceses.
05/03/2024
Patos
Dois anos de vida num mundo de homens
A
mudança de paradigma em relação à banda desenhada, em Portugal,
nos últimos anos, é evidente e só isso explica, por um lado, a
multiplicação de edições que fogem à oferta mais óbvia e, por
outro, a aposta neste género por parte de editoras que ainda há
poucos anos não incluíam esta forma narrativa nos seus catálogos.
Patos,
de Kate Beaton, é um dos exemplos recentes que comprova o escrito
atrás.
29/02/2024
28/02/2024
2023 - Tantos livros!
Termino,
finalmente, o balanço de 2023 no que à BD diz respeito.
Por
razões que não vêm ao caso, arrastou-se no tempo e obrigou a
saltar algumas etapas, mas de alguma forma sinto que estava em dívida
para com quem costuma visitar este blog por ainda não ter divulgado
o número de edições publicadas no ano transato.
E
como chamei a 2022 ‘O ano de todas as edições’, fiquei sem
saber o que dizer de 2023...
26/02/2024
Blacksad #7
A
unanimidade que 'Blacksad' justifica
Sei
que a unanimidade é perigosa mas no caso de Blacksad
é impossível não ficar deslumbrado pelo originalidade da sua
estrutura, pela qualidade das histórias e pela desenvoltura do traço
desta criação dos espanhóis Juan Díaz Canales e Juanjo Guarnido
O
título mais recente Então,
tudo cai
é, até agora, o mais ambicioso da série e talvez por isso foi
necessário dividir a história por dois álbuns - e
sobre o primeiro, já escrevi aqui - que
a Ala dos Livros já disponibilizou em português, reproduzindo as
capas originais que compõem uma imagem única (ver acima), com quatro dos
principais intervenientes e a coragem da segunda não ter o
protagonista.
23/02/2024
The Promised Neverland #20 (último)
A nova normalidade
Embora
viva neste tempo
- e
por isso ele também seja o meu - confesso alguma inveja dos
adolescentes/jovens(/e adultos!) de hoje que não vivem com a
angústia permanente quanto à edição ou não do volume seguinte de
uma qualquer das séries que seguem. Em tempos idos - os anos
1970/80/90…
- multiplicaram-se as séries incompletas, com um, dois ou três
volumes, seguidos ou saltados publicados em português…
The Promised Neverland é
o exemplo mais recente desta (nova) normalidade.
22/02/2024
Tempo
...ou o que f(i)azemos dele
Há
livros com títulos longos e desafiadores - e como eu gosto desse
tipo de título… - e há outros que nos dizem de imediato ao que
vamos, embora sem retirar o prazer da descoberta.
Tempo,
de
Jorge Pinto, Evandro Renan e Talita Nozomi obviamente entra na
segunda categoria.
21/02/2024
Percivan #4 + Mirliton #1 + Tony Stark #5
No misto de descoberta e nostalgia - mesmo que alguns casos esta seja apenas imaginária porque as leituras não foram feitas na época própria - tenho multiplicado leituras que, num mundo ideal, mereceriam aqui uma referência na forma de texto alargado mas, sem possibilidades físicas e temporais de abordar todas, deixo por hoje três desses títulos, apresentados de forma breve e, espero, assertiva.
20/02/2024
Companheiros da Penumbra
Fim do milénio à moda do Porto