28/03/2024

Noir Burlesco #2

Contar sempre a mesma história

Há quem defenda que só existe um punhado de histórias para contar e o que varia são as épocas, os locais e as roupagens com que são vestidas as personagens que as vão interpretar. E acima de tudo, a forma como são (re)contadas.
Por essa ordem de ideias, Noir Burlesco é (mais) uma variação de uma temática tantas vezes abordada, aquela que tem por base o eterno triângulo amoroso.

25/03/2024

O Mundo sem Fim

A corrida energética contra o relógio


Sabemos que o sistema antigo não resultará muito mais tempo”
In O Mundo sem Fim

Dentro do novo paradigma que vive a banda desenhada em Portugal, já aqui referido anteriormente, e que passa por mais editoras a apostar no género e por uma maior diversidade temática, O Mundo sem Fim, edição recente da Ala dos Livros, é uma das apostas mais arrojadas.

Afirmá-lo não questiona a qualidade intrínseca da obra, a sua actualidade ou o seu interesse, mas destaca a sua temática, pois aborda questões como as alterações climáticas, os vários tipos de energia, a limitação dos recursos energéticos e as opções necessárias para garantir a continuidade da espécie humana neste planeta, que muitos não esperariam ver tratados em banda desenhada.

Já com mais de um milhão de exemplares vendidos em França, onde foi o livro mais vendido em 2022, considerando todos os géneros e não apenas a BD, ultrapassando mesmo a concorrência de uma novidade Astérix, tem por base uma longa conversa entre Jean-Marc Jancovici, um renomado especialista em questões energéticas e alterações climáticas, e Christophe Blain, um dos grandes autores de BD actuais.

Se o tema se poderia ter tornado maçador, pesado e até desinteressante, Blain conseguiu transformar a exposição numa narrativa viva e dinâmica, com pequenos apontamentos de humor gráfico, referências que todos podem compreender e uma capacidade de expor graficamente perante os olhos do leitor as questões tratadas, proporcionando uma leitura fluída e apaixonante que custa interromper. Para aqueles que gostam de apontar a banda desenhada como modelo de virtudes didáticas este é um ótimo exemplo, tanto capaz de seduzir aqueles que já lêem esta arte regularmente, quanto os que muitas vezes ainda continuam a olhar para ela de lado.

Em O Mundo sem fim, somos confrontados com problemas incontroláveis, questões inadiáveis, soluções aparentemente miraculosas que não o são, a ilusão das energias renováveis ou aquelas que hoje parecem o truque de magia saído da manga, questões que são polémicas, assustam e obrigam a pensar sobre o rumo que queremos tomar.

Num tom que não é catastrofista, mas apenas profundamente realista e não tem medo de opiniões fortes e pouco consensuais, este livro mostra claramente que, ao contrário do que o seu título parece indicar, não vivemos num mundo sem fim; tem limitações e recursos finitos e, em nome da nossa sobrevivência, convém estarmos alertados e tomarmos medidas, mesmo que incómodas, para não termos de assistir ao seu ocaso.


E mesmo não sabendo se o sucesso pode ser importado para um mercado que não tem os mesmos hábitos de leitura - e ainda menos de leitura de BD - esta aposta da Ala dos Livros é mais um marco num catálogo rico e distinto.


O Mundo sem Fim
Jean-Marc Jancovici (argumento)
Christophe Blain (desenho)
Ala dos Livros
Portugal, Fevereiro de 2024
235 x 310 mm, 196 p., cor, capa dura, fita marca-páginas
35,00 €

(versão revista do texto publicado na página online do Jornal de Notícias de 8 de Março de 2024 e na versão em papel do dia seguinte; imagens disponibilizadas pela Ala do Livros; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)

24/03/2024

Comic Con 2024 - BD - Dia 24





A festa dos 10 anos da Comic Con Portugal, no seu regresso ao Norte, mais exactamente à Exponor, chega hoje ao fim.
Mas ainda há tempo para desfrutar da sua programação vasta e diversificada que pode ser consultada no site oficial, embora As Leituras do Pedro destaquem aqui mais uma vez a programação específica de banda desenhada cujo cartaz, em termos relativos, é, possivelmente, o mais forte de todo o evento.
É o último dia, mas os autores de BD continuam (quase) todos por lá!

23/03/2024

Comic Con 2024 - BD - Dia 23 + Primeiras fotos


A Comic Con Portugal está de regresso ao Norte, mais exactamente à Exponor, para comemorar 10 anos.
Com uma programação vasta e diversificada que pode ser consultada no site oficialAs Leituras do Pedro estão a destacar diariamente a programação de banda desenhada cujo cartaz, em termos relativos, é, possivelmente, o mais forte de todo o evento.
Para ver já a seguir, no dia da grande enchente... de público e de autores de BD!

22/03/2024

Seja Amigo da Bedeteca

Bedeteca



Dizia um grupo muito conhecido que “o monstro precisa de amigos”. Não estamos aqui a dizer que a Bedeteca é um monstro. Longe disso. Mas parece-nos um projeto com algo de monstruoso. De imenso desafio. E, portanto, sim, o monstro precisa de amigos.

Comic Con 2024 - BD - Dia 22



A Comic Con Portugal está de regresso ao Norte, mais exactamente à Exponor, para comemorar 10 anos.
Com uma programação vasta e diversificada que pode ser consultada no site oficialAs Leituras do Pedro vão destacar diariamente a programação de banda desenhada cujo cartaz, em termos relativos, é, possivelmente, o mais forte de todo o evento.
Para ver já a seguir.

21/03/2024

Comic Con 2024 - BD - Dia 21


De regresso ao Norte, mais exactamente à Exponor, para comemorar 10 anos, a Comic Con Portugal abre hoje as suas portas.
Com uma programação vasta e diversificada que pode ser consultada no site oficial, As Leituras do Pedro vão destacar diariamente a programação de banda desenhada cujo cartaz, em termos relativos, é, possivelmente, o mais forte de todo o evento.
Para ver já a seguir.

15/03/2024

Les Franval - Destination Desertas

Aventura em Portugal


Há muito procurado, este álbum chegou-me finalmente às mãos. Se são muitas as criações estrangeiras com referências ao nosso país, algumas das quais já referidas aqui no blog em Portugal aos QuadradinhosPortugal aos Quadradinhos II ou, mais especificamente em O Porto aos Quadradinhossão mais raras as que têm Portugal como cenário absoluto. É o caso desta quarta aventura da família Franval, cujos cenários se dividem entre Lisboa, Estoril, Funchal e a Deserta Grande que surge no título e onde se dá o desfecho.

13/03/2024

O Espetacular Homem-Aranha #4/#48

Olhar para trás




Nunca fui leitor Marvel regular durante o tempo em que poderia ter sido agarrado pelo género, a adolescência e juventude; nessa época fiz apenas leituras esparsas de super-heróis e mais tarde, por uma questão de conhecimento geral de banda desenhada, procurei suprir essa minha lacuna.

12/03/2024

O Lobo

Em nome da necessária sobrevivência


Em Portugal, Jean-Marc Rochette é conhecido como autor do volume I e do volume II de O Expresso do Amanhã (Levoir, 2020), a banda desenhada que esteve na origem da série homónima da Netflix, uma história de sobrevivência de uns quantos eleitos ou privilegiados, transformada em luta de classes no interior de um extenso comboio, que circula a grande velocidade, numa viagem interminável pela superfície coberta de neve do planeta Terra.
Revelado na época áurea da mítica revista (À Suivre), Rochette tem agora editado, pela Arte de Autor, O Lobo que, curiosamente, é também uma história de sobrevivência, de novo numa paisagem regularmente coberta de neve, os Alpes franceses.

07/03/2024

Ilíada #1 + Boule et Bill #1 + Premières Missions

Princípios

Querer conhecer o passado para compreender o presente e poder prever o futuro é apanágio nos seres humanos. E é-o também, naturalmente, dos leitores de banda desenhada que gostam de descobrir a génese das séries que acompanham e saber como se foi formando a galeria de protagonistas.
A trilogia de leituras que trago hoje tem este ponto em comum: são o princípio de algo, embora em moldes completamente dispares umas das outras.

05/03/2024

Patos

Dois anos de vida num mundo de homens



A mudança de paradigma em relação à banda desenhada, em Portugal, nos últimos anos, é evidente e só isso explica, por um lado, a multiplicação de edições que fogem à oferta mais óbvia e, por outro, a aposta neste género por parte de editoras que ainda há poucos anos não incluíam esta forma narrativa nos seus catálogos.
Patos, de Kate Beaton, é um dos exemplos recentes que comprova o escrito atrás.

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