Por
muito que tente, a cada novo Lucky
Luke
- Blake
e Mortimer,
Astérix...
- é incontornável - e incontrolável... - fazer a comparação com
o que de melhor - Goscinny, Jacobs, Goscinny outra vez... - cada
série tem. O
que é redutor e até injusto para os novos autores.
E
ao
quinto volume das
aventuras de Ideiafix
e os Irredutíveis, algo
que parecia mais ou menos inevitável,
acontece: a
participação de forma mais consistente e relevante de uma das
personagens da série principal.
Théo
é o último descendente da família Apotheóz. Está convencido que
uma maldição paira sobre ele, a mesma que aniquilou os seus
antepassados recentes sempre que se revelaram mais ambiciosos. Por
isso, a sua vida é de uma banalidade confrangedora: já na casa dos
30 anos, ainda vive em casa do pai, alcoólico, e sobrevive de
pequenas tarefas desinteressantes que se sucedem a um ritmo que lhe é
indiferente.
No
atual panorama editorial de banda desenhada europeia, com algumas
ramificações noutras latitudes, há duas constatações
inevitáveis. A primeira, o crescimento exponencial da adaptação de
romances da literatura, de certa forma num regresso a uma prática
que algumas décadas atrás tinha outras justificações. A segunda,
umbilicalmente ligada à primeira, é a qualidade de muitas dessas
versões que recriam de forma completa e memorável, numa nova
linguagem, as histórias dos romances originais. O
Deus das Moscas,
assinado por Aimée de Jongh, que a ASA acaba de editar em simultâneo
com a edição original, é um dos exemplos possíveis.
Não
esquecendo a importância desta série do panorama da banda desenhada
franco-belga dos anos 60 e 70, por um lado, nem por outro, as marcas
que a passagem do tempo deixou nomeadamente quanto a alguma
ingenuidade explícita no facilitismo de algumas soluções
narrativas e no (desinteressante) contraste entre o rocambolesco
Laverdure e o mais realista e equilibrado Tanguy, a verdade é que há
várias formas de abordar os
volumes desta
coleção que a ASA e o Público ainda
vão
disponibilizar nos quiosques
nas duas próximas quarta-feiras.
Nova
aposta da ASA no manga, Red
Flower é
uma série juvenil de leitura agradável, graças ao ritmo dinâmico
que o autor lhe imprime e à temática recorrente
mas sempre sedutora
que lhe serve de base.
A
29 de Outubro de 1959 - há quase 65 anos, portanto - chegava às
bancas francófonas o número inaugural da revista Pilote,
pensado e dirigido por René Goscinny, Jean-Michel Charlier e Albert
Uderzo.Os
leitores estavam longe de imaginar a revolução em que estavam a
entrar. Um certo Astérix
e
Tanguy
e Laverdure eram
as grandes propostas do
número inagural a
que se viriam a juntar rapidamente,
entre outros Valérian
ou
Blueberry. Tanguy e Laverdure, surgia
com as assinaturas de Charlier e Uderzo e era indiscutivelmente um
marco do seu tempo Os dois, iriam assinar as primeiras sete
aventuras, aquelas que a ASA edita a partir de hoje, semanalmente, em nova parceria com o
jornal Público.
É
verdade que não há muito acrescentar em relação ao que escrevi
sobre o primeiro
volume desta colecção,
por isso remeto para esse texto. Estranho,
no entanto, que ela fique limitada a apenas um tríptico, quando são
tantas as históriascurtas
de Michel Vaillant que podiam ser objecto deste novo tratamento
editorial.