11/12/2019

Hora, hora, hora, Sommos!

Um velho conhecido







O Agente Sommos está de regresso - embora não tenha passado assim tanto tempo desde O Beliscão Atômico - e está tal e qual o recordávamos: um tanto ou quanto desastrado, pouco desenvolto, razoavelmente inepto e, por isso tudo, divertido, num relato equilibrado entre a homenagem e a paródia.
Na verdade, acho que se pode dizer que, ao segundo álbum, o agente secreto já conquistou os seus leitores, que sabem o que podem esperar dele mostrando que, fosse outra a época e o local de nascimento do seu criador, Sommos poderia perfeitamente figurar de forma recorrente nas páginas de uma revista semanal de BD.
Desta vez, o ponto de partida de Hora, hora, hora, Sommos! - com o humor, mais uma vez, a começar no título...- após escapar pela enésima vez à enésima armadilha mortal (?) preparada pelo seu arqui-inimigo, o agente secreto da MENAS tem de investigar uma série de atentados bombistas que têm lugar em simultâneo em diversos locais do Brasil.
Investigação que decorre em jeito de homenagem e paródia sentidas - como escrevi acima e agora complemento - a séries de TV, actores de cinema e personagens dos quadr(ad)inhos que todos nós (re)conhecemos e (re)lembrámos, do óbvio 007, a outros menos evidentes - mas que a presente banda desenhada se encarrega de justificar ou tão só evocar - como Laurel & Hardy, Iznogoud, Sónia Braga (Gabriela) ou Mortadelo y Filémon… Estão todos lá - e mais alguns! - em páginas dinâmicas de leitura rápida - e que pedem releitura atenta para apanhar os piscares de olho que Flávio Luiz nos lança - nas quais a consistência e coerência da história às vezes cede preponderância à supremacia do humor, que também usa os diálogos entre criador e editor para nos provocar sorrisos.
Tudo em mais uma narrativa ambientada no Brasil natal do autor, servida por um traço enérgico, nervoso e caricatural, que acentua o tom pretendido e nos leva - de forma demasiado rápida - chega-se ao final com sabor a pouco e vontade de mais - ao longo de páginas de gags, peripécias e surpresas.

Nota final
Todos aqueles que quiseram tornar-se agente da MENAS tiveram agora o privilégio extra de aparecer nas páginas deste álbum, numa grande reunião de agentes secretos, como pode ser visto na ilustração ao lado, onde é possível reconhecer algumas personalidades ilustres... ou ilustradas!

Hora, hora, hora, Sommos!
Flávio Luiz
Papel A2 Texto & Arte
Brasil, Novembro de 2019
210 x 290 mm, 44 p., cor, capa mole
R$ 35,00 - Encomendas directas ao autor: flavioluizcartum@uol.com.br

(imagens disponibilizadas pelo autor; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão)

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