Todos nós, leitores (o que me interessa no presente caso), temos os nossos amores - e ódios! - de estimação. No Universo Marvel - ou apesar dele? - a Jessica Jones de Bendis e Gaydos é um dos meus. Amores.
Sei que o que
escrevi não é consensual, que, possivelmente, esta série até
provoca mais ódios do que paixões, mas no que a mim diz respeito,
não há volta a dar.
Desde
logo o tom assumidamente policial, Policial negro, duro, violento -
tanto quanto pode ser duro e violento num selo Marvel, mesmo adulto.
Neste volume específico, a investigação a quem tenta matar Maria
Hill - essa mesmo, a ex-directora da S.H.I.E.L.D. - como em qualquer
bom relato policial - e este é um bom relato policial! - vai alterar
a sua linha narrativa mais do que uma vez e proporcionar algumas
revelações surpreendentes quando
o culpado(a) - não se deixem iludir pela duplo género… - é
descoberto.
A vários níveis.
Depois,
nessa mesma linha de relato policial protagonizado por um(a)
detective, a personalidade da protagonista: desenganada,
depressiva,
caída (bem) no fundo do seu próprio buraco, com todo o seu universo
próprio a desmoronar-se à sua volta mas, mesmo assim, capaz de
lutar por aquilo que deseja - a filha, mas também o seu
ex-companheiro e ex-marido Luke Cage - e por quem lhe paga, mesmo que
a solidariedade detective privado/cliente esteja tantas vezes prestes
a ser quebrada pela animosidade - termo brando para ódio - que
aquela vota a estes e
pelos sucessivos desaires que vai sofrendo.
E
ainda, apesar do que escrevi - conscientemente - acima, pela forma
como Bendis consegue encaixar a detective privada Jessica Jones no
Universo Marvel, de forma tangencial, sim, mas assumindo, convivendo,
sofrendo, todas as convulsões e transformações que ele vai
experimentando em paralelo.
Graficamente
- se neste volume há alguns excessos na orientação do sentido de
leitura que chegam a confundir o leitor - a grande heterogeneidade da
sequenciação narrativa das vinhetas transmite uma dinâmica que
contrabalança o tom pausado
e instrospectivo
que tantas vezes a série assume e o traço semi-realista mas também
esquemático de Gaydos, servido por tons escuros (do
inigualável
Matt Hollingsworth),
contribuiu sobremaneira para acentuar o tom denso, cru e sobremaneira
derrotista do relato.
Jessica Jones #2: Os segredos de Maria
Hill
Reúne os comics #7 a #12 de Jessica Jones
(2016)
Brian Michael Bendis (argumento)
Michael Gaydos (desenho)
Matt Hollingsworth (cor)
G. Floyd
Portugal, Setembro
de 2019
175
x 260
mm, 144
p., cor,
capa dura
14,00
€
Também adoro, tanto os primeiros 4 vol.s(Alias), como estes 3 vol.s que estão a ser lançados pela Gfloy!
ResponderEliminarTambém adoro... Jim Beam, Jack Daniels, Jameson, etc...
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