29/06/2023

Demolidor #7 + Turma da Mônica Jovem #13 + Giga Spirou

Modelos

Parar é morrer”, costuma dizer-se e o que se aplica aos seres humanos também serve para as publicações periódicas.
No caso presente, três revistas - deixem que as designe assim - actualmente à venda (nalguns locais) em Portugal cujos modelos - há mais ou menos tempo em vigor, a diferentes níveis - estão em mudança.


Tenho recorrentemente voltado ao Demolidor - e mais vezes recentemente a este assinado por Chip Zdarsky. Porque é uma das minhas preferências na Marvel e porque o arco que agora chega ao fim em Demolidor #7 (Panini Comics, Brasil, 2022) se revelou bastante interessante, colocando em causa e questionando a responsabilidade (a nível pessoal) que os poderes do super-herói cego lhe conferem. E em que até a sua substituição temporária por Elektra foi suficientemente contida e equilibrada para fazer sentido.

[E cuidado que daqui a nada revelo mais do que devia sobre a história...]

Mas, a Marvel oblige e há modelos narrativos a seguir e modelos pré-estabelecidos a repetir... Assim, no final deste longo arco, pela enésima vez, o Rei do Crime descobre a identidade secreta do Demolidor e possivelmente tudo irá voltar ao que já foi. A palavra cabe ao argumentista, mas que fica um sentimento de desilusão, é inegável.


No que respeita à Turma da Mônica Jovem, a questão modelo tem significado diferente: aplico-o ao formato do conteúdo. Porque, se durante as duas primeiras séries deste título, a norma era a história completa ou, eventualmente, a estender-se por duas ou três edições, nesta terceira vida da publicação, ela é preenchida com uma saga em continuação por vários números a par de narrativas curtas auto-conclusivas. Um modelo que serve para prender o leitor, obrigando-o a comprar os números seguintes, mas também o deixa com um sentimento de satisfação pelas leituras completas proporcionadas.

Na Turma da Mônica Jovem #13 (III série) (Panini Comics, Brasil, 2022), a morte de Ramona continua a pairar e a fazer sentir os seus efeitos na Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e nos outros adolescentes da turma, num novo ciclo que, de forma bastante interessante e positiva, se centra no luto e nos diferentes modos de o fazer segundo a forma de ser e pensar de cada um.

Quanto às histórias curtas, revelam-se mais leves e divertidas e servem para aprofundar o conhecimento que temos das personagens, das suas interacções e deste universo adolescente.


Finalmente, a questão do modelo assume outra forma na Giga Spirou Eté 2023 (Dupuis, Bélgica, 2023), com a mudança física da publicação.

Sucessora da Méga Spirou, a nova publicação diminui o tamanho do quase A4 para 180 x 260 mm, perdendo cerca de 20 % da sua superfície, mas se a maioria das bandas desenhadas publicadas aguenta bem a redução, nalguns casos a leitura dos balões levanta algumas dificuldades.. No novo formato, também é duplicado o número de páginas, de 192 para 384, e os álbuns completos sobem de 2 para 3 - na prática pode dizer-se que se perde um...

De resto - curiosamente face ao que fica atrás! - é possível escrever-se que o modelo se mantém, com os álbuns completos a serem acompanhados por histórias curtas (quase sempre) de uma página de várias das séries humorísticas da revista Spirou.


(imagens disponibilizadas pelas editoras; clicar nelas para as aproveitar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)

3 comentários:

  1. Para dizer que há coisas que voltam ao que sempre foram, não era preciso de mandar um spoiler ou pelo menos dizia que ia escrever um.

    :(

    Carlos Veloso

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    1. Tem razão, falha minha... corrigida.
      Boas leituras!

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  2. Para a(s) editora(s) marvel/dc tudo o que aconteceu a mais de 5 dos nossos anos nao conta.Logo as runs do miller.bendis.nao existiram

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