Humano, tão humano
Western datado do início da década de 1950, com tudo o que podemos imaginar devido à época, de bom - na liberdade criativa, na ausência de politicamente correcto e na variedade temática apresentada - e de mau - nalguns estereótipos, na rápida resolução das situações a que obrigava a publicação semanal das pranchas dominicais - tem, nesta quinta entrega na edição de Manuel Caldas - que já disponibilizou a sexta - uma pequena pérola, um episódio daqueles que marcam e ficam para a vida.
[Escrevo-o com sensação (não confirmada) de já o ter lido - inevitavelmente (seria) no Mundo de Aventuras - e quase era capaz de o narrar vinheta a vinheta...]
Num curto relato que não chega a dez pranchas, cujo tema central é um pedido de casamento (!) Warren Tufts expõe o melhor e o pior da natureza humana através de uma plêiade de sentimentos humanos, tão humanos, que se sucedem num caleidoscópio louco.
Paixões não correspondidas ou assumidas, amizade, amor paternal, inconstância, dúvida, teimosia, altivez, orgulho, desonra, cobardia, vingança, desalento, perda profunda, acções irreparáveis... sucedem-se aos olhos do leitor, a um ritmo imparável, até ao final, improvável e por isso mais trágico.
Mestria narrativa, com mais de sete décadas, que mantém toda a actualidade e impacto e ainda faz vibrar, sentir, emocionar o leitor.
Não se pode pedir mais, deve-se apenas desfrutar.
Casey
Ruggles #5
- "La diabólica Silver Belle"
Pranchas
dominicais de 7 de Janeiro a 9 de Dezembro de 1951
Warrn
Tufts
Libri
Impressi
Espanha,
Maio
de 2024
230
x 315
mm, 64
p., cor,
capa mole
18,50
€
(imagens disponibilizadas pela Libri Impressi; clicar nesta ligação para ver mais pranchas ou nas aqui reproduzidas para as apreciar em toda a sua extensão; clicar nos textos a cor diferente para saber mais sobre os temas destacados)
Foi no "Mundo de Aventuras", sim, do número 410 ao 426, de 1981. Também eu na altura fiquei impactado com essa história "brutal", como dizem os jovens agora. Que a tenhas lido e ficado impressionado com ela quando eras pouco mais que um miúdo e que a tenhas relido e ficado novamente impressionado demonstra que a história é mesmo excepcional. Infelizmente, Tufts andou sempre assim: entre a genialidade surpreendente e a banalidade elegante.
ResponderEliminarEntão deve ter sido no suplemento "Clássicos da BD"...
EliminarE concordo com a oscilação qualitativa de Tufts.
Boas leituras!
Sim, foi nesse "caderno" de 4 páginas destacáveis, onde também saía o "Tarzan" do Manning.
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